Belém (14/10/2010)
– Fiscais do Ibama na “Operação Arataú”,
que combate desde junho o desmatamento ilegal no sul do
Pará, já aplicaram cerca de R$52 milhões
em multas e apreenderam 320 m³ de madeira em tora
(cerca de 12 caminhões cheios), uma balsa, 16 caminhões
e três tratores encontrados dentro de áreas
de floresta onde havia extração ilegal de
produtos florestais. Aproximadamente nove mil hectares
de desmates irregulares - o equivalente a cerca de 3,5
vezes o arquipélago de Fernando de Noronha - também
foram embargadas nos municípios de Pacajá,
Portel, Novo Repartimento e Anapu.
No domingo (10/10), os
agentes federais flagraram a balsa, que tinha 100 m³
de madeira em tora, o equivalente a quatro caminhões
cheios, entre os municípios de Portel e Pacajá.
A embarcação estava atracada no igarapé
Água Azul, aguardando receber ainda mais carga.
“O produto irregular seria esquentado com Guias Florestais
fraudadas de um Plano de Manejo da região, antes
de seguir para abastecer Belém”, disse o coordenador
da Operação Arataú, Marcelo Lira,
que, além da madeira, apreendeu a balsa e rebocador
envolvidos no crime ambiental, avaliados em R$500 mil.
Segundo ele, o encarregado da balsa revelou que já
fizera três viagens levando madeira ilegal (sem
documento de origem) nos últimos dias.
“A derrubada ilegal da
floresta não é interrompida nem no dia do
Círio de Nazaré”, lamentou o chefe da Divisão
de Fiscalização do Ibama em Belém,
Paulo Maués. “Apesar da Secretaria Estadual de
Meio Ambiente já ter liberado a exploração
de mais de 500 mil m³ (o correspondente a 20 mil
caminhões cheios de madeira) o que se percebe é
que continua a ocorrer a intensa exploração
ilegal de madeira na região”, diz ele. Pacajá
e municípios vizinhos estão entre os maiores
desmatadores da Amazônia.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA
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Operação
do Ibama flagra desmatamento ilegal em Santa Catarina
Florianópolis (25/10/2010)
– A operação Mata Atlântica flagrou
desmatamento em área de preservação
permanente em Itapoá e Guaruva, região norte
catarinense. O desmatamento se deu com tratores de esteira,
os quais têm grande poder de derrubada. De acordo
com o fiscal Gilberto Cruz, o desmatamento encontrado
era recente, pois não havia regeneração
natural da mata suprimida. O auto de infração
aplicado ao infrator determina multa de R$ 130 mil.
Segundo Cruz, boa parte
dos restos da vegetação derrubada estava
sendo abandonada às margens e mesmo dentro dos
cursos d’água encontrados. “Foram observadas pequenas
nascentes de olhos d’água, de cujo afloramento
corriam filetes de água para os cursos maiores.”,
disse.
A área desmatada
é caracterizada como APP - Área de Preservação
Permanente, uma vez que em toda a sua extensão
foram observados cursos de água, nascentes, veredas
e campos brejosos. “Ainda que os cursos de água
sejam de pequeno porte, a presença de vários
deles forma um mosaico bastante extenso de APP.”, complementou
o fiscal.
Foram encontrados derrubados
diversos indivíduos de xaxim (Dicksonia sellowiana),
espécie ameaçada de extinção.
Nos limites da área desmatada há remanescentes
florestais de grande porte, cuja regeneração
pode levar anos.
O chefe da Divisão
de Controle e Fiscalização da superintendência
do Ibama em Santa Catarina, Carlos Ribeiro, alerta que
as infrações cometidas contra os remanescentes
da Mata Atlântica configuram crime ambiental, passivo
de sanções administrativas e criminais.
Badaró Ferrari
Ascom/Ibama/SC