São Félix
do Xingu (08/11/2010) – O Ibama realiza desde o dia 21
de outubro a operação Guardiões da
Amazônia – Goianos IV em São Félix
do Xingu, no sul do Pará, município líder
em desmatamentos no estado. Neste período, o órgão
ambiental federal multou em R$12,3 milhões os responsáveis
pela destruição de 1,9 mil hectares de florestas
na região. Juntos os desmates equivalem a três
vezes o tamanho do bairro de Copacabana, um dos mais populosos
do Rio de Janeiro. Cerca de 25% das propriedades também
fizeram queimadas após o corte das árvores.
Além das multas, os autores dos crimes ambientais
sofreram embargo das áreas desflorestadas.
Os fiscais do Ibama fiscalizam
principalmente os desmatamentos indicados pelas imagens
de satélite do Sistema de Detecção
de Desmatamento em Tempo Real (Deter), programa do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a
Amazônia Legal. Com o apoio do helicóptero
Ibama V, os agentes chegam às áreas, muitas
vezes isoladas, onde a floresta está sendo convertida
ilegalmente em pastagens. Além do desmatamento,
as queimadas também estão no alvo dos agentes
federais. A região foi uma das que mais fizeram
uso do fogo sem autorização ambiental este
ano. No auge da seca, em agosto, o município de
São Félix respondeu sozinho por 30,6% dos
focos de calor registrados no Pará (19.727 dos
64.443).
Até esta sexta
(05/11), a operação Guardiões da
Amazônia – Goianos IV multou diversas propriedades
por queimadas ilegais em áreas que totalizam 590,2
hectares de lavouras ou pastagens. Os autores foram penalizados
em R$665,8 mil pelo crime ambiental. Este resultado se
soma aos cerca de R$ 65 milhões em multas aplicadas
durante a operação Hefestos, que combateu
queimadas entre os meses de agosto e setembro no sul e
sudeste do estado.
Pecuária avança
sobre a floresta
São Félix do Xingu lidera os desmatamentos
no Pará, segundo o mais recente relatório
do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica
Brasileira por Satélite (Prodes), desenvolvido
pelo Inpe. De agosto de 2009 até agosto de 2010
o município destruiu 15,9 mil hectares de florestas,
extensão equivalente a metade de Fortaleza, capital
do Ceará. Grande parte da mata nativa primária
ou em regeneração é destruída
para implantar fazendas de gado de corte.
Nelson Feitosa
Ascom / Ibama/PA