Belém (25/11/2010)
– O Ibama identificou mais quatro empresas envolvidas
com a venda irregular de madeira amazônica, desta
vez, na região de Dom Eliseu, no nordeste do Pará.
As madeireiras foram vistoriadas no período de
10 a 19/11, durante a operação Gurupi, quando
se comprovou o esquema que servia, entre outros crimes,
para esquentar madeira de desmatamento.
Todas foram autuadas pela
quantidade de produto ilegal acobertado e por fraudar
o Sistema de Comercialização e Transporte
de Produtos Florestais (Sisflora), que controla a compra
e venda de produtos da floresta no estado. Além
de multadas em R$ 1,6 milhão, as madeireiras terão
bloqueados seus acessos ao Sisflora e não poderão
mais negociar produtos florestais.
“Apesar das licenças
ambientais expedidas pela Secretaria Estadual de Meio
Ambiente, as empresas não operavam de fato. Serviam
apenas de fachada para esquentar madeira sem origem legal
”, explica Norberto Neves de Souza, coordenador da operação
Gurupi.
Na Forte Madeiras, onde
houve a maior fraude, os fiscais flagraram o galpão
vazio, sem indícios de movimentação
ou armazenagem de produto. Apesar de nunca ter iniciado
as atividades, a empresa tinha no momento da fiscalização
saldo no Sisflora de 2,5 mil m³ de produto em tora
e serrado. Para cada crédito de madeira existente
no sistema de controle estadual, deveria haver o correspondente
em madeira no pátio.
“A madeireira comprou
os créditos de outras firmas envolvidas neste esquema.
Na verdade, eram apenas virtuais, e seriam utilizados
para emitir as guias florestais que esquentariam a madeira
ilegal adquirida a baixo custo. Aproximadamente 125 caminhões
cheios de produtos florestais sem origem regular seriam
acobertados só nesta operação”, diz
Norberto Neves.
Todas as empresas envolvidas
em transações suspeitas com as madeireiras
autuadas serão investigadas pela operação
Caça Fantasma do Ibama, que, desde janeiro de 2009,
fiscaliza as operações irregulares de compra
e venda de madeira realizadas por meio do Sisflora, no
Pará.
Autos
por desmates ilegais
A operação Gurupi também aplicou
mais R$ 3,5 milhões em multas por desmatamentos
ilegais e pela produção ilegal de carvão.
No total, já foram apreendidos dois tratores, um
caminhão, três motosserras, 770 m3 de madeira
em tora, 113 m3 do produto serrado, 129 mdc de carvão,
além de terem sido embargados cerca de 600 hectares
de áreas irregularmente desflorestadas em Dom Eliseu
e Ulianópolis.
Nelson Feitosa