Belém (30/11/2010)
– O Ibama fechou e desmontou seis serrarias em Cumaru
do Norte, Bannach e Pau D’Arco, no sul do Pará.
A ação aconteceu durante a operação
Ocara, realizada em conjunto com a Polícia Federal
e a Fundação Nacional do Índio (Funai)
entre os dias 22 e 28/11.
Instaladas no entorno
da Terra Indígena Kayapó, as empresas madeireiras
vinham funcionando irregularmente, sem a licença
ambiental e a aprovação da Funai. Todas
ainda são acusadas de financiar a exploração
ilegal de madeira dentro da área protegida. Além
de multadas em R$ 540 mil, as serrarias tiveram apreendidos
1,3 mil m³ de madeira (cerca de 52 caminhões
cheios), 65 motores elétricos e um caminhão,
além de dezenas de equipamentos como destopadeiras,
serras-fitas, serras-circulares e amoladores, entre outros.
Na terça-feira
(23/11), a operação Ocara (oca central de
uma aldeia) chegou a Cumaru do Norte, onde se concentrou
grande parte da ação. Além de Ibama,
PF e Funai, havia, no comboio, cerca de 15 homens contratados
para fazer o desmonte das serrarias ilegais.
Ao perceber o objetivo
dos agentes federais, os madeireiros abandonaram boa parte
das toras retiradas da terra indígena pelas ruas,
lixões e fazendas do município numa tentativa
de dificultar a fiscalização. Os donos das
serrarias também fugiram, deixando para trás
seus negócios fechados.
Apesar da resistência,
todas as serrarias denunciadas foram abertas e fiscalizadas
e durou cinco dias a operação de desmonte
daquelas em que se confirmou o funcionamento clandestino.
A madeira apreendida nos pátios das empresas, as
abandonadas pela cidade e o maquinário foram depositados
aos cuidados das prefeituras de Cumaru do Norte e Redenção
até que sejam doados a obras sociais na região.
Além das sanções do Ibama, os donos
da serrarias vão responder criminalmente pelos
ilícitos ambientais.
Garimpo de ouro
A Terra Indígena Kayapó foi alvo em outubro
de outra grande operação envolvendo Ibama,
Polícia Federal e Funai: a operação
Bateia. Na ocasião, os agentes federais destruíram
um garimpo ilegal de ouro e retiraram cerca de 300 pessoas
da área protegida.
Nelson Feitosa