Campo Grande (09/05/2011)
– O escritório regional do Ibama em Corumbá/MS
multou a proprietária da fazenda Santa Sofia em
R$ 105 mil por caça ilegal de onça e outros
animais silvestres no pantanal.
Os dois crânios de onça apreendidos na fazenda
continham resíduos de musculatura, indicando abate
recente, conforme laudo pericial da Embrapa Pantanal.
Também, foram encontradas 16 galhadas de cervos
do pantanal, uma pele de sucuri e nove armas durante a
operação Jaguar II, realizada em 5 de maio.
A operação
Jaguar II foi deflagrada após investigações
conjuntas do Ibama e da Polícia Federal, a qual
recebeu de um norte-americano um vídeo feito durante
uma das caçadas.
Nesse vídeo, narrado
em inglês, um grupo de estrangeiros acompanhado
pelo caçador de onças Antônio Teodoro
de Melo Neto e pela proprietária da Fazenda Santa
Sofia, Beatriz Rondon, acuam uma onça parda no
topo de uma árvore e atiram. O animal cai morto
e é ladeado pelos cães. Na sequência,
eles acuam uma onça-pintada, considerada o troféu
mais valioso, de acordo com a narrativa. Ouve-se um disparo
e a onça-pintada é atingida; cai e agoniza.
Um dos caçadores do grupo dá mais um tiro
à queima-roupa na cabeça da onça.
“É uma fêmea muito linda mas estava matando
o meu gado”, diz a fazendeira no vídeo. O grupo
comemora o final da caçada. As imagens impressionam.
Ao longo do safári, o grupo atira também
em várias capivaras.
Beatriz Rondon foi presidente
da Sociedade para a Defesa do Pantanal (Sodepan), uma
organização não governamental com
atuação reconhecida em Mato Grosso do Sul.
A fazenda Santa Sofia é uma Reserva Particular
do Patrimônio Natural (RPPN) e fica no pantanal
do Rio Negro, considerada uma das regiões mais
preservadas e belas da planície pantaneira. Para
definir o valor da multa, o Ibama considerou como agravante
o fato de a fazenda Santa Sofia ser uma RPPN e a caça
ter fins turísticos.
O superintendente do Ibama
em Mato Grosso do Sul, David Lourenço, diz que
esse tipo de crime ambiental não é a única
agressão ao pantanal que está em curso.
“Vamos continuar as investigações em todas
as fazendas que tenham envolvimento direto ou indireto
com esse crime”.
Operação
Jaguar em 2010
A operação
Jaguar, realizada em 21/07/2010 pela Polícia Federal
e pelo Ibama, combateu a caça de onças-pintadas,
pardas e pretas no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná
e resultou na prisão de 14 pessoas. Oito presos
em flagrante foram multados pelo Ibama pela prática
de caça ilegal de animais silvestres ameaçados
de extinção. As multas somam R$ 55 mil.
Durante a operação,
foi decretada a prisão de Antônio Teodoro
de Melo Neto, conhecido como “Tonho da Onça”, que
está foragido e é considerado um dos maiores
caçadores de onças do país.
Mariza Pontes de Oliveira
Ascom – Ibama/MS
Foto: Ibama/MS
+ Mais
Ibama e Polícia
Federal empreendem ação contra caçadores
de onças no Mato Grosso do Sul
Campo Grande (07/05/2011)
– Um vídeo sobre matança de onças
levou o Ibama e a Polícia Federal a localizar,
em uma fazenda no município de Aquidauana, a 150
km da capital do Mato Grosso do Sul, duas cabeças
de onças-pintadas, couros de outros animais silvestres
e armamentos de uso restrito de órgãos de
segurança, entre eles, uma pistola 357, fuzis de
caça, espingardas e uma enorme quantidade de munição.
Todo o material foi apreendido.
Esse resultado é
um desdobramento da operação Jaguar, que,
em julho de 2010, desbaratou uma quadrilha de caçadores
de onças (estrangeiros e brasileiros) no pantanal.
Agentes do Ibama e da Polícia Federal continuam
a investigar o envolvimento de outros fazendeiros do pantanal
na matança de onças.
A ação desencadeada
nesta semana começou com um vídeo enviado
por um denunciante norte-americano após tomar conhecimento
da operação Jaguar. Com esse material, agentes
do Escritório Regional do Ibama de Corumbá
e da Polícia Federal chegaram ao novo alvo.
As duas cabeças
de onças-pintadas abatidas encontradas na fazenda
estão sendo agora periciadas na Embrapa Pantanal.
Após a perícia, o Ibama lavrará o
auto de infração e multará a proprietária
da fazenda. A multa regular para esse tipo de crime ambiental
é de R$ 5 mil por animal abatido já que
a onça pintada está na lista de animais
ameaçados de extinção, mas a penalidade
deverá ser dobrada por envolver também o
uso comercial para fins de turismo.
Mariza Pontes de Oliveira
Ascom/Ibama/MS
+ Mais
Ibama aplica multa adicional
a caçadora de onças no Pantanal
Campo Grande (23/05/2011)
– A proprietária da fazenda Santa Sofia, localizada
no pantanal do rio Negro, em Mato Grosso do Sul, Beatriz
Rondon, acaba de receber uma multa adicional do Ibama
por caça profissional e por causar danos a unidade
de conservação. A fazenda Santa Sofia é
uma reserva estadual particular do patrimônio natural.
As multas, definidas pela
Divisão de Proteção Ambiental do
Ibama em Brasília, somam R$ 115 mil e foram aplicadas
com base no decreto 6514, de 2008. A primeira, de 15 mil
reais, foi aplicada de acordo com o artigo 27 do decreto
por se tratar de caça profissional e a segunda,
de R$ 100 mil, foi aplicada com base no artigo 91 do mesmo
decreto, que define as penalidades para quem causa danos
a unidades de conservação, como é
o caso da fazenda Santa Sofia.
A proprietária
já tinha sido multada em R$ 105 mil por caça
ilegal e abate de animais ameaçados de extinção
logo após a operação Jaguar II, que
foi desencadeada pelo Ibama e pela Polícia Federal
no dia 5 de maio. Na operação, o Ibama e
a Polícia Federal apreenderam, na sede da fazenda
Santa Sofia, 2 crânios de onças, 16 galhadas
de cervos do pantanal e uma pele de sucuri de 3,5 metros.
Até agora, a fazendeira já foi multada pelo
Ibama em R$ 220 mil.
As investigações
da operação jaguar II foram iniciadas há
cerca de um ano a partir de indícios encontrados
pelo Ibama e pela Polícia Federal ao desarticular
uma quadrilha especializada em realizar safáris
de caças de onças para estrangeiros com
atuação em todo o Pantanal. Na operação
denominada Jaguar I, foram presos em Sinop, no Mato Grosso,
10 pessoas, incluindo-se o chefe da quadrilha, Eliseu
Sicoli, e decretada a prisão de Antonio Teodoro
de Melo, o Tonho da Onça, mateiro especializado
na caça de onças no pantanal. A prisão
de Antonio Teodoro foi relaxada ainda no ano passado.
Entre os elos existentes
entre as duas operações, a investigação
do Ibama e da Polícia Federal constatou a presença
de Antonio Teodoro de Melo também nas caçadas
realizadas na fazenda de Beatriz Rondon. Um vídeo
enviado anonimamente à Polícia Federal retrata
a matança de duas onças, uma parda e uma
pintada, por estrangeiros na fazenda de Beatriz, que presenciou
o ato. As investigações continuam e o inquérito
está em andamento na Polícia Federal de
Corumbá/MS.