Sinop/MT (03/08/2011)
– Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal,
o Ibama apreendeu em Sinop/MT um caminhão que vinha
do estado do Pará com carga irregular de madeira.
O motorista foi autuado por transportar madeira em desacordo
com a Guia Florestal (GF) apresentada, além de
a placa do veículo não ser a mesma que constava
no documento florestal apresentado, e o responsável
pelo Plano de Manejo por emitir GF com informações
falsas. As multas chegam a 14,5 mil.
O caminhão foi descarregado no pátio da
Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa)
de Sinop e a carga de madeira medida. Na conferência,
foi detectado que a GF apresentava oito metros cúbicos
de madeira a mais do que foi constatado na medição
das toras.
Os proprietários
ou possuidores de imóveis rurais podem investir
em produção florestal. Para isso, é
necessário apresentar à Secretaria Estadual
do Meio Ambiente (SEMA) um Plano de Manejo Florestal Sustentável
(PMFS), que é o documento técnico básico
que apresenta as diretrizes e os procedimentos para a
administração da floresta, de acordo com
os princípios do manejo florestal sustentável.
A extração, a coleta, o beneficiamento,
a transformação, a industrialização,
o consumo, o comércio, o transporte e a armazenagem
dos produtos florestais serão registrados no Sistema
de Comercialização e Transporte de Produtos
florestais (Sisflora) como créditos de produtos.
Segundo Rafael Sant’Anna,
agente ambiental federal do Ibama, o plano de manejo estava
transferindo créditos para a madeireira, que daria
o aceite no Sisflora sem transferir fisicamente a madeira.
Conforme o agente, esse crédito serve para acobertar
madeira oriunda de desmate clandestino.
Sant’Anna diz que outro
ilícito comum é usarem a mesma GF para duas,
três cargas diferentes. A guia reutilizada serve
para “esquentar” madeira ilegal durante o transporte.
“A partir do segundo carregamento, a medição
constatada nas toras acaba divergindo da medição
apresentada na GF, pois as demais cargas não conseguem
normalmente atender exatamente o que está disposto
no documento”, afirma.
Além dos ilícitos ambientais cometidos,
o caminhão transportava a carga de toras disposta
de maneira errada, sem respeitar as medidas de segurança
determinadas pelo Conselho Nacional de trânsito
(Contran), o que colocava em risco o trânsito na
rodovia.
Badaró Ferrari
Ascom/Ibama