Buriticupu (02/09/2011)
– O Ibama desmontou nesta quinta-feira (01/09) a primeira
serraria acusada de explorar madeira vinda da Reserva
Biológica do Gurupi e das terras indígenas
Awá, Carú, Araribóia e Alto Turiaçu,
todas na região de Buriticupu, a 420 km de São
Luís, no leste do Maranhão. Há três
dias o instituto realiza a operação Maurítia
no pólo madeireiro do município, com apoio
de homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal e Força Nacional. Até o momento,
há mais seis madeireiras à espera do desmonte.
A serraria já desativada foi embargada pelo Ibama
em agosto de 2010, por funcionar sem licença ambiental.
Ao chegar à empresa na manhã de ontem, os
fiscais encontraram o lacre do órgão ambiental
rompido e o pátio cheio com 70 m³ de madeira
nativa já serrada (cerca de quatro caminhões
cheios). Além de multada em R$ 120 mil, por armazenar
o produto florestal sem licença e desrespeitar
o embargo federal, a empresa teve apreendida a madeira,
uma serra-fita, duas serras-circulares e uma destopadeira.
O maquinário desmontado saiu da empresa fortemente
escoltado pelo Ibama e Força Nacional, e será
doado a uma entidade social da região.
“Vamos desativar todas
as madeireiras que vem insistindo em operar na ilegalidade,
desrespeitando os embargos do Ibama e financiando a degradação
ambiental nas áreas protegidas da União”,
prometeu o coordenador da operação, Wilson
Rocha Cardoso, lembrando as 11 serrarias que o Ibama desmontou
recentemente em Nova Ipixuna e as três em Cumaru
do Norte, nas imediações da reserva dos
Kayapós, no Pará.
No pólo de Buriticupu, até o momento, oito
madeireiras já foram fiscalizadas, mas apenas uma
estava regular. As seis madeireiras sem licença
que serão desmontadas repetem o mesmo histórico:
foram embargadas pelo Ibama em 2009 ou 2010, mas continuaram
operando, desrespeitando a sanção e sem
obter a licença ambiental. “Sem regularização,
a empresa não tem acesso ao mercado legal e vai
participar dos esquemas de fraudes que esquentam a madeira
ilegal extraída das florestas no estado”, explica
Ciclene Brito, chefe da Divisão de Fiscalização
do Ibama no Maranhão.
Nos três dias primeiros dias da operação
Maurítia, o Ibama aplicou R$ 687,5 mil em multas,
destruiu dezenas de fornos de carvão, apreendeu
340 m³ de madeira em tora, 465 m³ do produto
serrado, um revólver calibre 38, uma espingarda
calibre 12 e uma carreta flagrada transportando 30 m³
de madeira nativa sem origem legal. A operação
também conta com o apoio do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade, Ministério
do Trabalho e Sistema de Proteção da Amazônia.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA