João Pessoa (01/06/2012)
- Fiscais do Ibama autuaram na última terça-feira
(29/05) um desmatamento de 73 hectares de Mata Atlântica
no município de Pilõezinhos, no Brejo paraibano.
A área, que teve a vegetação nativa
destruída e queimada ilegalmente para o plantio,
será embargada pelos agentes, as multas a serem
aplicadas aos responsáveis pela devastação
somam R$ 584 mil.
A Mata Atlântica, constitucionalmente reconhecida
como floresta de especial preservação, é
o bioma mais ameaçado do país. Da área
de abrangência original do bioma Mata Atlântica,
de 1.315.460 km², restam apenas 102.012 km²,
após 512 anos de colonização do Brasil.
O que resta da cobertura original da Mata Atlântica
no país tem o desmatamento proibido. Os remanescentes
são muito fracionados, com poucas áreas
de dimensões significativas, como é o caso
dessa área que foi desmatada ilegalmente em Pilõezinhos,
que representa 0,1% dos remanescentes de Mata Atlântica
no estado.
“É muito triste constatar, em plena véspera
da semana do meio ambiente, que a Mata Atlântica
continua sendo devastada ilegalmente no estado da Paraíba
para utilização alternativa do solo, isso
mostra que ainda há pessoas e empresas com mesma
mentalidade do tempo dos senhores de engenho em relação
ao meio ambiente”, afirma o superintendente do Ibama na
Paraíba, Bruno Dunda.
A Operação Dalbergia está em curso
desde a semana passada no estado da Paraíba, nas
regiões do Brejo e do Litoral, e faz parte do Planejamento
Nacional Anual de Proteção Ambiental do
Ibama (PNAPA), para coibir o desmatamento criminoso da
Mata Atlântica no estado. A fiscalização
conta com indicativos de desmatamentos detectados por
análise de imagens de satélites no Núcleo
de Geoprocessamento da Superintendência do Ibama
na Paraíba.
“Um desmatamento dessas dimensões, 73 hectares
na Mata Atlântica, é uma enormidade considerando
o pouco que resta do bioma e a sua importância para
a biodiversidade, é tão hediondo e nocivo
como aqueles desmatamentos de milhares de hectares feitos
na Amazônia, que chocam a opinião pública
quando aparecem sendo fiscalizados pelo Ibama nos telejornais”,
avalia o superintendente.
O desmatamento ilegal é um crime que tem consequências
que afetam a toda a população, uma vez que
contribui para a aceleração da degradação
dos solos com a erosão, o assoreamento dos rios,
agrava as secas e as enchentes, além de causar
perda da biodiversidade e de habitat das espécies
da fauna silvestre. O Ibama continuará a agir com
vigor para proteger a Mata Atlântica e a Caatinga
na Paraíba, buscando evitar os desmatamentos e
autuando e embargando atividades em áreas onde
houver desmate ilegal.
Christian Dietrich
Ascom - Ibama/PB
Fotos: Carlos Fernando Pires de Souza