Cuiabá-MT (14/02/2013)
– A operação nacional Onda Verde, deflagrada
este mês pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em seis
locais estratégicos com riscos de desmatamento
ilegal na Amazônia, tem dois pontos localizados
em Mato Grosso: Juína e Sinop. Na região
de Juína, as ações da Onde Verde
tiveram início na semana passada (04) e já
começaram a dar resultados positivos.
No dia 11, durante o feriadão de Carnaval, agentes
ambientais do Ibama flagraram dois tratores de esteira
iniciando o desmatamento de uma floresta dentro do Projeto
de Assentamento Tibagi, no município de Brasnorte
(MT), a 435 quilômetros de Cuiabá. Segundo
informação coletada pelos agentes, um produtor
rural residente no município vizinho, Campo Novo
do Parecis, “comprou” dois lotes do referido assentamento
com o objetivo de implantar lavoura de soja na área.
Segundo depoimento do
proprietário das máquinas, os trabalhos
haviam começado no dia anterior. Constatou-se que
os tratores derrubaram apenas uma linha no entorno da
área a ser derrubada. Na sequência, com o
uso do correntão, toda a área delimitada
seria desmatada. Com o uso de ferramentas de geoprocessamento,
calculou-se o desmate de apenas 4,6 hectares. Todavia,
se a equipe de fiscais não tivessem interrompido
a ação, um total de 200 hectares de vegetação
nativa teria sido derrubado.
Os tratores de esteira,
assim como um correntão com aproximadamente 50
metros, e uma carreta tanque de combustível de
5000 litros, foram apreendidos. Os proprietários
dos bens apreendidos e da área desmatada também
foram autuados pelo Ibama.
A ação fiscalizatória,
executada em pleno período de carnaval, surpreendeu
muitos moradores da região. Segundo o superintendente
do Ibama/MT, Marcus Keynes, a presença ostensiva
na região deverá evitar o desmatamento da
vegetação nativa e, também, monitorar
as áreas embargadas anteriormente.
A operação
Onda Verde continua até o final do ano e contará
também com servidores de outros estados. Dados
de satélites com maior precisão também
serão utilizados. Se, antes, o sistema apontava
áreas degradas a partir de 30 metros quadrados,
hoje, poderão ser detectadas a partir de cinco
metros quadrados. E os agentes do Ibama estarão
prontos para agir na região.
Nicélio Silva
Fotos: Sandra Romeiro/Ibama
Ascom/Ibama/MT