Porto Alegre (13/02/2013)
- Com o objetivo de garantir os estoques de camarão
rosa na Lagoa dos Patos uma equipe do Ibama e o Batalhão
Ambiental da Brigada Militar realizaram uma operação
de fiscalização conjunta na quinta-feira
(07/02/2013) na enseada rasa comumente denominada "Saco
do Rincão", no estuário da Lagos dos
Patos, no município de São José do
Norte (distante 372 quilômetros da Capital). As
ações são em continuidade à
Operação Farfante 2013.
Para aumentar a efetividade da ação, as
equipes foram divididas em terrestres e por água.
A equipe que realizou o deslocamento por água,
com uma lancha rápida, flagrou algumas dezenas
de embarcações em início de engajamento
na pesca de arrasto de fundo. Um aspecto deste tipo de
pesca predatória, segundo os fiscais observaram,
é o forte ronco dos motores que estão sendo
adaptados para a utilização deste método
proibido de pesca no estuário da Lagoa dos Patos
(ELP). São motores a diesel, de quatro a seis cilindros
com potência que chega a mais de 100 HP. A IN MMA/SEAP
n° 03/2004, permite somente a utilização
de redes passivas no Estuário, como o aviãozinho,
que fica parado no ambiente e permite ao pescador artesanal
legalizado, pescar, inclusive com barcos a remo.
A rede de arrasto de fundo
com portas é um método ativo, onde o barco
desloca-se puxando a rede por vários quilômetros
e varrendo uma grande área do leito estuarino,
desestabilizando e interferindo na comunidade bentônica,
base da cadeia trófica para inúmeras espécies
que utilizam o estuário como berçário,
inclusive os de interesse comercial.
Nesta época do
ano, no local, centenas de barracos, organizados em acampamentos,
formam uma verdadeira cidade de pescadores vivendo às
margens da Lagoa dos Patos durante o período da
safra do camarão. Pelo menos 20 destes acampamentos
foram vistoriados. Dentre as irregularidades encontradas
destaca-se o grande número de pescadores sem a
licença ambiental de pesca específica para
estuário da Lagoa dos Patos.
Com a chegada da lancha
rápida do Ibama, as dezenas de embarcações,
engajadas na pesca, desfizeram-se das redes, abandonando-as
em lugar incerto no Estuário e dispersaram para
águas mais rasas. De todas as embarcações,
em apenas duas abordadas se conseguiu a materialidade
para a autuação, neste sentido, foram apreendidos
25 quilogramas de camarão, duas redes de arrasto
com portas, gerando dois autos de infração
no valor de R$ 4,4 mil. De acordo com o analista ambiental
federal Luiz Louzada, grande quantidade de pescadores
oriundos de outras localidades, inclusive outros Estados,
vêm para a região nesta época do ano
para capturar o crustáceo. No entanto, dentre os
critérios para a expedição das licenças
está justamente o de residir na região,
restringindo o esforço de pesca e garantindo somente
à comunidade local o acesso ao recurso pesqueiro.
A Instrução
Normativa Conjunta MMA/SEAP nº 03/2004 prevê
que além da Licença de Pesca Profissional
expedida pelo Ministério da Pesca, para pescar
na região é necessário o licenciamento
anual pelo Ibama. Aproximadamente 60 redes de "saquinho"
e "aviãozinho" foram recolhidas.
Inúmeros veículos
de transporte de camarão, vans e caminhões
em sua maioria, também foram fiscalizados. Nestes,
duas toneladas de camarão foram apreendidos por
estarem sem origem. Para "esquentar" o camarão
comprado dos pescadores não licenciados, os atravessadores
emitem notas de empresas fantasmas ou trafegam com notas
já preenchidas, recolhendo o camarão pescado
de forma ilegal.
Maria Helena Firmbach Annes
Ascom Ibama/RS
Fotos:Batalhão Ambiental da Brigada Militar
+ Mais
Operação
Poty no Maranhão apreende camarões no defeso
São Luís/MA (18/02/2013) – Teve início
no último dia 07/02 a Operação Poty,
realizada pelo Ibama Maranhão, em cooperação
com o Ibama Ceará e do Batalhão de Polícia
Ambiental do estado, no litoral leste do Maranhão,
para coibir a pesca de camarões no período
de defeso, tendo como resultado a apreensão de
meia tonelada de pescados (camarão), sete embarcações
e sete redes de arrasto.
Os infratores flagrados foram punidos de acordo com a
legislação vigente e o pescado apreendido
(camarão) está sendo doado para instituições
sociais da cidade de Tutóia/MA. O defeso, instituído
pelo Ministério da Pesca e Aquicultura conjuntamente
com o Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo
proteger os estoques dos camarões marinhos durante
os períodos de reprodução e recrutamento
das espécies. Essa medida é importante para
diminuir a pressão de captura da pesca, tanto industrial
como artesanal, e garantir a viabilidade econômica
e ambiental dos recursos pesqueiros.
Quem desrespeita o período
de defeso fica sujeito às penalidades e sanções
previstas na Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998,
e no Decreto n° 6.514, de 26 de julho de 2008. A multa
para quem pesca, transporta, comercializa, beneficia ou
industrializa pescado em período proibido varia
de R$ 700 a R$ 100.000, com acréscimo de R$ 20
por quilo ou fração do produto apreendido.
Incorre nas mesmas multas quem deixa de apresentar declaração
de estoque.
Ascom Ibama/MA