Juína/MT (22/04/2013)
– Dentro das rotinas da operação Onda Verde,
cujo objetivo é combater o desmatamento ilegal
na Amazônia, o Ibama flagrou colheita de 250 hectares
de arroz plantado em área embargada. A parte irregular
da fazenda está dentro da terra indígena
Irantxe-Manoki, em Brasnorte, município a 600 km
de Cuiabá. Quando as equipes de agentes ambientais
federais chegaram ao local, só havia 39 toneladas,
o restante do arroz, 550 toneladas, já haviam sido
retiradas e estocadas para venda.
Imediatamente à
apreensão do arroz que ainda estava no local, o
Serviço de Inteligência do Ibama começou
o rastreamento do cereal que já havia sido retirado
e encaminhado para o beneficiamento. A partir das informações
colhidas junto aos caminhoneiros contratados para o transporte
do grão, junto aos sistemas de controle internos
do Ibama e das secretarias de Fazenda e de Meio Ambiente
do estado do Mato Grosso, foi possível chegar a
Sapezal, município vizinho a Brasnorte. Lá
estavam as 545 toneladas de arroz colhidas na terra indígena,
de forma ilegal.
Esse arroz será
doado à Fundação Nacional do Índio
(Funai) e a instituições de caridade que
se enquadram nos pré-requisitos determinados pela
Instrução Normativa (IN) IBAMA 28, de 2009.
A IN dispõe sobre a apreensão e destinação
de animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer
natureza apreendidos pelo Ibama e órgãos
conveniados.
As 39 toneladas encontradas
no local foram doadas à prefeitura de Brasnorte.
Segundo o secretário da Secretaria de Agricultura
e Meio Ambiente do município, Reginaldo M. Ribeiro,
o arroz doado pelo Ibama será incluído na
alimentação dos alunos da rede escolar e
das instituições assistenciais mantidas
pela prefeitura. “Esse arroz recebido representa 35% de
economia para os cofres da prefeitura de Brasnorte”, informa
o secretário.
De acordo com a coordenadora
da operação Onda Verde na região
de Juína, Cláudia Zagaglia, esse é
um exemplo do que o Ibama pretende nesta missão,
combater a cadeia produtiva ilegal. Segundo ela, essa
cadeia é a que desmata ilegalmente, visando exclusivamente
ao lucro, sem se preocupar com o meio ambiente. “Nessas
situações, é comum encontrar trabalho
análogo ao trabalho escravo, uso de defensivos
agrícolas de modo irregular, evasão de divisas,
além do desmatamento, que gera grande alteração
no ecossistema.”, conclui.
Além do grão,
foram apreendidos um trator e duas colheitadeiras. O equipamento
será retirado do local nos próximos dias.
Badaró Ferrari
Ascom/Ibama
Crédito da imagem: Badaró Ferrari