17/06/2025
– Cientistas na Noruega estão desenvolvendo
equipamentos de pesca biodegradáveis para
combater a poluição plástica
nos oceanos. Esses materiais, que se degradam naturalmente
sem liberar microplásticos, visam substituir
cordas, redes e linhas sintéticas, que podem
durar séculos e prejudicar a vida marinha
e ecossistemas. Equipamentos de pesca perdidos ou
descartados, conhecidos como "equipamentos
de pesca fantasma", são grandes responsáveis
pela poluição plástica nos
oceanos e pela formação de microplásticos
que contaminam as cadeias alimentares marinhas.
Christian
Karl, pesquisador do SINTEF, destacou que os equipamentos
de pesca permanecem por muito tempo no oceano, transformando-o
em um aterro de plástico. O projeto D-Solve,
que envolve indústria, universidades e grupos
de defesa, busca criar soluções para
pesca e aquicultura. A urgência é maior
em pescarias que usam arrasto de fundo e redes de
cerco dinamarquesas, que liberam grandes quantidades
de plástico no mar. Roger Larsen, professor
da UiT The Arctic University of Norway, acrescentou
que, embora grandes quantidades de equipamentos
de pesca descartados sejam coletadas a cada ano,
ainda existem números desconhecidos, como
os 40 km de corda de cerco dinamarquesa encontrados
em 2022.
Os pesquisadores
criaram um plano de quatro etapas para combater
a poluição plástica no oceano:
desenvolver equipamentos de pesca biodegradáveis,
projetar equipamentos recicláveis, apoiar
a produção em escala industrial e
garantir a reciclagem eficaz. Christian Karl destacou
que o objetivo é criar materiais que sejam
fáceis de usar durante o "período
de serviço" e se degradem rapidamente
depois. Para isso, a equipe está realizando
testes de degradação de longo prazo
em ambientes marinhos variados, comparando a decomposição
de materiais biodegradáveis com os convencionais.
Esses testes, que duram até três anos,
irão avaliar a degradação microbiológica,
UV, térmica e química dos materiais.
A equipe
desenvolveu uma alternativa biodegradável
que se decompõe completamente em poucos anos,
sem liberar microplásticos prejudiciais.
Os testes indicam que a eficiência de captura
é semelhante à dos equipamentos convencionais,
o que é promissor para pescarias sustentáveis.
No entanto, a velocidade de degradação
depende de fatores ambientais como temperatura,
luz e atividade microbiana. Roger Larsen afirmou
que, com redes de pesca biodegradáveis, alcançaram
70% das propriedades necessárias e agora
buscam a combinação ideal de materiais.
As redes, em particular, são um grande desafio,
pois precisam ser finas e invisíveis para
os peixes, mas ao mesmo tempo fortes e elásticas
como o náilon.
Alternativas
biodegradáveis para a pesca de espinhel têm
desempenho equivalente ao do nylon, sem afetar significativamente
as taxas de captura. Um biopoliéster desenvolvido
pela empresa SENBIS mostra-se promissor para a pesca
de cerco dinamarquesa, especialmente para os braços
de corda, mas seu alto custo é um desafio.
Roger Larsen destacou que, devido ao custo elevado,
é necessário buscar alternativas mais
baratas, como fibra de madeira, couro animal ou
algodão. Ele mencionou que o couro bovino,
tradicionalmente usado na pesca de arrasto de fundo,
está sendo reconsiderado, e até o
couro de touros Yak tem mostrado bons resultados
nos testes.
Apesar
dos avanços, ainda existem desafios significativos,
como os equipamentos de pesca que contêm materiais
como aço, chumbo ou cobre, o que dificulta
a reciclagem. Os pesquisadores destacam a importância
da colaboração entre diferentes setores
para tornar a pesca mais sustentável. Christian
Karl afirmou que, com essa abordagem, é possível
resolver problemas globais em nível local,
e que há progresso contínuo na superação
dos desafios relacionados à qualidade dos
materiais reciclados e à remoção
de cobre dos equipamentos de pesca.
Um grande
obstáculo para a reciclagem dos equipamentos
de pesca é o problema das "frações
de resíduos mistos", ou seja, equipamentos
feitos de materiais diferentes que são difíceis
de reciclar sem perder valor. Sem um melhor design
e separação dos materiais, muitos
desses equipamentos se tornam lixo. Roger Larsen
mencionou que milhares de gangions são perdidos
ou se desgastam anualmente nas pescarias de espinhel
da Noruega, e que são feitos de materiais
como poliéster ou náilon, que demoram
muito a se decompor no fundo do mar. Apesar dos
desafios, a pesquisa sobre equipamentos de pesca
biodegradáveis é um passo importante
na redução da poluição
plástica nos oceanos. Christian Karl afirmou
que, embora as soluções existam, é
preciso decifrar o "código" dos
materiais, e garantiu que os novos materiais terão
uma "vida no oceano" muito mais curta
do que os atuais.
Da Redação,
com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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