10/06/2025
– Baleias que caçam a grandes profundidades,
onde a luz solar não penetra, dependem de
um sistema altamente desenvolvido de ecolocalização
para localizar suas presas. No entanto, uma pesquisa
recente publicada no Marine Pollution Bulletin revelou
que esse sistema pode, na verdade, levá-las
a ingerir grandes quantidades de plástico
flutuante.
O problema
é que sacolas plásticas e outros detritos
encontrados nos oceanos emitem ecos semelhantes
aos das lulas, principal alimento de várias
espécies de baleias. Essa semelhança,
provavelmente causada pela combinação
de formato, tamanho, grau de desgaste e composição
química dos plásticos, confunde as
baleias, que acabam consumindo o lixo, acreditando
que se trata de alimento.
Baleias
dentadas, como cachalotes e baleias-bico-de-ganso,
que realizam mergulhos profundos, emitem sons ao
fazer vibrar os lábios fônicos localizados
abaixo de seus respiradouros. Esses sons são
projetados através de um órgão
gorduroso em suas testas, conhecido como melão,
como explicado em um estudo da National Geographic.
O som, ao ricochetear em objetos no ambiente escuro,
é guiado pelas gorduras nas mandíbulas
inferiores das baleias até seus ouvidos internos,
permitindo que localizem presas a centenas de metros
de distância.
No
estudo realizado, pesquisadores da Duke University,
nos Estados Unidos, recolheram nove itens plásticos
encontrados no interior de baleias nas praias da
Carolina do Norte. Posteriormente, em uma expedição
ao oceano, amarraram esses objetos a um equipamento
submerso em um barco e os atingiram com ondas sonoras
em frequências utilizadas pelas baleias dentadas
para caçar.
Os pesquisadores
repetiram o experimento em cinco corpos de lulas
mortas e em cinco bicos de lula retirados do estômago
de uma cachalote encalhada. Os resultados revelaram
que todos os itens plásticos emitiram ecos
tão fortes ou mais intensos do que os das
lulas. A National Geographic observa que não
se sabe se os odontocetos utilizam algum outro método
além da força do eco para distinguir
o que é alimento, mas a sensação
na boca certamente não é um fator
relevante.
Especialistas
destacam que a redução da produção
e do descarte de plásticos deve ser uma prioridade
global. No caso das baleias, sugerem que os fabricantes
de plásticos considerem projetar produtos
menos acusticamente semelhantes às presas
das baleias, embora isso possa facilitar o aprisionamento
dos animais em itens como redes de plástico.
Outra alternativa seria substituir os plásticos
atuais por materiais biodegradáveis que se
decomponham rapidamente no oceano ou nos estômagos
das baleias.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Fotos: Reprodução/Pixabay
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
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