Primeira pesquisa de DNA em águas profundas revela conexão global da vida marinha

Espécie migrou silenciosamente por oceanos inteiros
ao longo de milhões de anos

 
 

18/11/2025 – Um estudo inédito liderado pelo Museums Victoria Research Institute, publicado na revista Nature, revelou que a vida marinha nas profundezas do oceano é muito mais interconectada globalmente do que se pensava. A pesquisa mapeou a distribuição e as relações evolutivas das estrelas-de-flandres (Ophiuroidea), criaturas marinhas espinhosas que habitam desde águas rasas costeiras até as profundezas abissais, abrangendo desde o equador até os polos.

Ao analisar o DNA de milhares de espécimes coletados em expedições científicas e preservados em museus, cientistas descobriram que as estrelas-de-flandres migraram silenciosamente por oceanos inteiros ao longo de milhões de anos, conectando ecossistemas distantes como os da Islândia e da Tasmânia. Esse estudo oferece insights inéditos sobre a evolução e dispersão da vida marinha nos últimos 100 milhões de anos.

O Dr. Tim O'Hara, principal autor do estudo, comparou o mar profundo a uma "superestrada conectada" para muitas espécies marinhas, desafiando a ideia de que ele é um ambiente isolado. Ao longo de milhões de anos, essas espécies expandiram seus territórios por milhares de quilômetros, revelando uma conectividade global antes desconhecida. O estudo, o mais abrangente já feito sobre o tema, analisou o DNA de 2.699 estrelas-de-flandres de 48 museus, revelando a ampla distribuição e a longa história evolutiva desses animais, que habitam até mais de 3.500 metros de profundidade.

Reprodução/Pixabay

 



Diferente da vida marinha em águas rasas, limitada por variações de temperatura, os ambientes de águas profundas são mais estáveis, permitindo maior dispersão das espécies. Muitas estrelas-de-flandres produzem larvas ricas em gema que flutuam por longos períodos nas correntes oceânicas profundas, possibilitando a colonização de regiões distantes. Segundo O'Hara, mesmo sem barbatanas ou asas, esses animais cruzaram oceanos inteiros graças à biologia de suas larvas, que sobrevivem por muito tempo em águas frias e lentas.

O estudo revela que as comunidades marinhas de águas profundas, especialmente em latitudes temperadas, são mais conectadas entre regiões distantes do que as de águas rasas. Por exemplo, espécies do sul da Austrália têm laços evolutivos com espécies do Atlântico Norte. Apesar dessa conectividade, o fundo do mar é uma “colcha de retalhos” de biodiversidade, moldada por extinções, mudanças ambientais e barreiras geográficas. Segundo O'Hara, o mar profundo é ao mesmo tempo altamente conectado e extremamente frágil, e entender sua dinâmica é crucial diante das ameaças crescentes da mineração e das mudanças climáticas.

A pesquisa revolucionou a compreensão da evolução nas profundezas marinhas e ressaltou a importância científica das coleções de museus. O estudo utilizou DNA de espécimes coletados em 332 expedições, muitas feitas há décadas e preservadas em instituições como o Museums Victoria. Segundo Lynley Crosswell, CEO da instituição, o trabalho mostra como a colaboração internacional e a preservação da biodiversidade pelos museus podem revelar novos conhecimentos sobre o passado da Terra e contribuir para seu futuro. O projeto contou com o envolvimento de mais de 40 instituições ao redor do mundo.

Saiba mais: Timothy O'Hara, Conectividade faunística espaço-temporal nos fundos marinhos globais, Nature (2025). DOI: 10.1038/s41586-025-09307-1 . www.nature.com/articles/s41586-025-09307-1

Da Redação, com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 

 

   
 
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