| 18/11/2025
– Um estudo da Universidade de Helsinque,
publicado na revista Communications Earth &
Environment, revelou que colônias de pinguins
na Antártida são importantes fontes
de amônia, gás liberado pelo guano
(fezes e resíduos) desses animais. A amônia
contribui para a formação de partículas
que favorecem a criação de nuvens,
influenciando o clima da região. A pesquisa
destaca a relevância ecológica dos
pinguins e reforça a importância de
proteger essas aves e seus habitats, especialmente
diante das crescentes ameaças provocadas
pelas mudanças climáticas.
Para
obter os resultados, os pesquisadores realizaram
medições entre janeiro e março
de 2023, durante o verão austral, em um observatório
atmosférico próximo à Estação
Marambio, no norte da Península Antártica.
Os dados foram coletados a partir de duas grandes
colônias de pinguins-adélia, que juntas
abrigavam cerca de 60 mil pares reprodutores.
Os
pesquisadores observaram que, quando o vento vinha
da direção de uma colônia de
pinguins a cerca de 8 km da estação,
a concentração de amônia no
ar aumentava significativamente, chegando a 13,5
partes por bilhão — mais de 1.000 vezes
acima do valor de referência de 10,5 partes
por trilhão. Essa alta concentração
é muito superior à amônia proveniente
do Oceano Atlântico, considerada insignificante
em comparação à emitida pelos
pinguins.
O guano
dos pinguins, ou seja, suas fezes acumuladas nas
colônias costeiras da Antártida, é
a principal fonte de amônia gasosa na região.
Mesmo após a migração das aves,
o solo permanece "fertilizado" e continua
liberando amônia para a atmosfera. Esse gás,
em concentrações significativas, é
uma peça-chave em um complexo processo atmosférico
que influencia diretamente a formação
de partículas que dão origem às
nuvens.
Na atmosfera
antártica, a amônia liberada pelo guano
interage com outros compostos como o ácido
sulfúrico — proveniente da oxidação
de compostos de enxofre — e a dimetilamina
(DMA), um composto orgânico vindo do oceano.
A presença da DMA intensifica drasticamente
a formação de novas partículas,
em até 10 mil vezes, consolidando o papel
das colônias de pinguins como fontes importantes
de aerossóis. Esses compostos começam
a se agrupar, formando pequenos "clusters"
moleculares que dependem da amônia para se
manterem estáveis.
À
medida que esses aglomerados crescem, eles podem
atingir tamanhos suficientes para se tornarem núcleos
de condensação de nuvens (CCN). Esses
núcleos são essenciais para a formação
de gotículas de nuvem ou neblina, influenciando
a dinâmica climática da Antártida.
Dessa forma, os pinguins, por meio de seu guano,
têm um papel inesperadamente relevante na
regulação do clima regional, evidenciando
a importância de preservar essas aves e seus
habitats naturais.
O estudo
revela que as colônias de pinguins e aves
marinhas na Antártida desempenham um papel
essencial nos processos atmosféricos da região,
como a formação de aerossóis
e nuvens, especialmente diante das mudanças
climáticas. Em um ambiente com pouca vegetação
e, portanto, poucas fontes naturais de partículas
atmosféricas, esses ecossistemas preenchem
um vazio ecológico crucial, liberando compostos
que influenciam diretamente o clima local. As descobertas
reforçam a importância da preservação
dessas espécies e seus habitats, não
apenas pela biodiversidade, mas também por
sua contribuição à estabilidade
climática do continente.
Da Redação,
com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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