| 20/11/2025
– Os machos de tubarão-baleia (Rhincodon
typus), assim como os homens humanos, tendem a morrer
mais cedo que as fêmeas. Uma nova pesquisa
publicada na revista Frontiers aponta que comportamentos
de risco, especialmente entre os jovens, e marcas
causadas por ações humanas contribuem
para isso. A espécie, uma das maiores de
peixes vivos, está na Lista Vermelha da IUCN
devido à caça (por barbatanas, carne
e óleo) e ao longo tempo — cerca de
30 anos — para atingir a maturidade sexual.
Embora
sejam animais gigantes e dóceis, pouco se
conhece sobre os tubarões-baleia na Península
de Doberai, na Indonésia. Uma pesquisa internacional
revelou que 80% dos indivíduos na região
da Papua Ocidental apresentam cicatrizes e ferimentos
causados por atividades humanas. As principais causas
são colisões com bagans (plataformas
de pesca tradicionais) e barcos de observação.
Lesões por predadores ou hélices de
embarcações foram menos frequentes.
Entre
setembro de 2010 e outubro de 2023, pesquisadores
estudaram a presença de tubarões-baleia
na Península. Eles identificaram os indivíduos
com base nos padrões únicos de manchas
e listras brancas de cada animal, utilizando fotografias
acompanhadas de data e hora dos avistamentos.
Dos 268
tubarões-baleia observados entre 2010 e 2023
em Doberai, 241 eram machos jovens, com cerca de
4 a 5 metros de comprimento. Os pesquisadores destacam
que as fêmeas preferem águas profundas
e caçam peixes, enquanto os machos permanecem
em águas rasas, alimentando-se de plâncton
e anchovas. Dos indivíduos estudados, 206
apresentaram marcas ou ferimentos: 80,6% por causas
humanas (como colisões com bagans ou navios),
58,3% por causas naturais e 17,7% com ferimentos
graves e sinais de trauma.
Embora
a caça aos tubarões-baleia na Indonésia
seja historicamente limitada, esses animais tornaram-se
atrações turísticas populares
em várias partes do mundo. O turismo com
tubarões-baleia impulsiona a economia local,
mas preocupa os pesquisadores, pois o aumento do
contato com humanos tende a causar mais ferimentos
e cicatrizes nos animais. Diante disso, e da queda
populacional da espécie, cientistas recomendam
a adoção de medidas de proteção.
Mark
Erdmann, da Conservation International, afirmou
que a organização pretende colaborar
com autoridades das áreas marinhas protegidas
para implementar regulamentações que
exijam modificações nos bagans, como
a remoção de bordas afiadas nos estabilizadores
e armações das redes. Segundo ele,
essas mudanças podem reduzir significativamente
as cicatrizes nos tubarões-baleia na região.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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