Quando ir: Sempre , toda vez que puder, o ano
todo, não importa. A cada estação
do ano uma nova paisagem e uma nova aventura lhe esperam
em Intervales. Mas não se esqueça de agendar
sua visita ao parque, pois quase sempre, está funcionando
com plena capacidade.
O que levar: Para quem for fazer 6 ou 450 quilometros
de trilhas - total de trilhas em Intervales -, as dicas
são as mesmas, por isso não se esqueça
de levar roupas leves e confortáveis, de preferência
nada muito colorido - as cores fortes afugentam a maioria
dos animais -, agasalhos para à noite. Botas especiais
ou tênis, já usados e fechados. Se for possível
uma capa de chuva também não seria mal.
Um bom repelente de insetos, medicamentos de primeiros-socorros,
chapéu ou boné e uma lanterna de mão.
Talvez seja pedir demais, mas, se for possível
o uso de uma bota de borracha, aquelas tipo "sete
léguas", seria perfeito, pois muitas grutas
tem água até os joelhos. O restante dos
equipamentos necessários como carbureteiras e capacetes
são fornecidos pela monitoria do parque.
Como chegar: A sede está localizada
a 25 km do município de Ribeirão Grande.
Trecho percorrido por uma estrada de terra em boas condições.
Em muitos trechos há uma camada fina de cascalho
que ajuda na tração de veículos mais
pesados. Para quem sai de São Paulo duas opções:
uma é a SP-270, rodovia Raposo Tavares, até
Itapetininga, no entanto as condições da
rodovia não são favoráveis, além
de pista única em vários trechos o trafego
intenso de caminhões dificulta ainda mais a viagem.
A melhor opção seria pela SP-280 rodovia
Castelo Branco, até Tatuí, depois pela SP-127
até Capão Bonito. Seguindo pela SP-181 até
Ribeirão Grande. Essa segunda etapa acumula quatro
pedágios, por isso prepare os trocados. Viajantes
do sul do país podem seguir pela BR-376, rodovia
do Café, a partir de Curitiba, depois seguir PR-151,
a partir de Ponta Grossa, até Jaguariaíva.
Já no Estado de São Paulo, SP-258, rodovia
Francisco Alves Negrão até Capão
Bonito. Para quem vem do Centro-Oeste, seguir pela rodovia
Castelo Branco. Quem vem do Rio de Janeiro, Minas Gerais
ou Espírito Santo terá que fazer uma pequena
tour por São Paulo, pelo menos até quando
o rodoanel estiver no papel.
Clique
aqui e veja o mapa da localização exata
do parque
Onde ficar: O parque oferece várias
opções de hospedagem, alojamentos em construções
rústicas, porém, com todo conforto necessário
para quem busca tranqüilidade e contato com a natureza.
Os alojamentos comportam até cem pessoas e são
distribuídos em cinco núcleos. Os apartamentos
são divididos de três até seis pessoas.
Todos com salas de estar com lareira e a dispensável
televisão. Se desejar ficar na sede e não
sair para os passeios - o que acho bem difícil
- não pense que ficará somente na frente
da lareira o que não é uma má idéia
- campos de futebol, piscinas, quadra de esporte, playground
e até cancha de bocha fazem a alegria dos mais
preguiçosos.
Onde comer: Com toda comodidade e principalmente
qualidade você poderá fazer todas as refeições
no próprio parque. O restaurante é administrado
por antigos moradores que criaram a cooperativa Coopervales.
Além da comida caseira, os ingredientes como legumes
e verduras são produzidos no próprio parque,
tendo a certeza de serem completamente naturais. O cardápio
é simples, com opções típicas
da culinária do interior paulista e de origens
bem brasileiras como a feijoada e o picadinho, além
de doces e bolos. Fique ligado nos horários em
que as refeições são servidas.
O que ver (fauna): O canto quase
ininterrupto das dezenas de espécies é quase
uma orquestra desalinhada. Dentre os "músicos",
a cacatua é a perfeita solista. Em qualquer região
do parque é possível ouvir seu som estridente
e inconfundível. Nosso guia Luiz Avelino, já
nos avisara que poderíamos ver muitas espécies,
conta que pesquisadores passam semanas em Intervales a
fim de capturar seus sons e registra-los. "Os
pesquisadores de aves nem sabem o que fazer, eles pegam
o gravador com o microfone, e ficam perdidos, não
sabem para que lado levam o microfone para gravar o som
dos pássaros, fica essa gritaria para todo o lado",
conta o guia e guardião da floresta.
Cerca de 338 espécies de aves foram identificadas
até agora, sendo que 13 são exclusivas da
região de Saidabela. Entre as espécies catalogadas
estão o jacuguaçu (Penelope obscura), a
jacutinga (Pipile jacutinga), a garça-branca (Casmerodius
albus), a tovaca-campainha (Chamaeza campanisona), Anu
(Cuculidae), bentevi (Tyraniidae), tucano e araçari
(Ramphastidae), pica-pau-rei (Picidae) e surucuá
(Trogonidade). Além de diversas outras corujas,
gaviões, falcões, beija-flores, pica-paus
e andorinhas.
Por terra, o parque é ainda mais surpreendente,
com a presença de espécies como jacarés-de-papo-amarelo
(Caiman latirostris), ariranhas (Pteronura brasiliense)
e lontras (Lontra longicaudis), anta (Topirus terrestris)
, capivaras (Hidrochaeris hydrochaeris), veados (Cervidae),
cateto (Pecari tajacu), cachorro-do-mato-vinagre (Speothos
nenaticus). Primatas como o bugio (Alouatta fusca), o
macaco-prego (Cebus nigritus) e o mono-carvoeiro (Brachyteles
arachnoides)
O que ver (flora): Entre as diversas
espécies encontradas na reserva, destacam-se as
bromélias e as orquídeas que vivem à
sombra de imensas palmeiras e árvores como a canela,
o jatobá e o cedro. A topografia acidentada do
parque proporciona lindas paisagens. Localizado entre
a Serra de Paranapiacaba e o Vale do Ribeira, abrange
os municípios de Ribeirão Grande, Guapira,
Iporanga, Eldorado Paulista e Sete Barras. Limitando-se
ao norte com a Estação Ecológica
de Xitué, a nordeste o Parque Estadual Carlos Botelho,
ao oeste com o PETAR (Parque Estadual do Alto Ribeira)
e ao sul com a Área de Proteção Ambiental
da Serra do Mar. Este conjunto de reservas forma o "Continuum
Ecológico" que serve como corredor para todas
as espécies da fauna que vive na região
e preserva uma grande área densa de mata atlântica
- grande, é claro, se não formos comparar
com a área original da floresta. No início
da colonização do Brasil, a Mata Atlântica
cobria vasta área do nosso território. Atualmente
restam cerca de 8% de sua área original. No Estado
de São Paulo, a mata representa 18% da remanescente
no país, concentradas na Serra do Mar e ao longo
de regiões como do Alto Ribeira e Serra de Paranapiacaba.
O que comprar: Camisetas, bermudas, tops,
bonés e chapéus podem ser adquiridos no
próprio parque, junto ao restaurante, está
um pequeno quiosque mantido pela Coopervales que produz
todo o material comercializado. Também podem ser
encontrados artesanatos feitos em cerâmica, madeira,
bambu e até palha.
Informações úteis:
Através do Decreto nº 40.315, o Governo
do Estado transformou em Parque Estadual a Fazenda Intervales,
administrada desde 1987 pela Fundação Florestal,
passou a ser uma unidade de conservação
a partir de 1995. Entre os diversos motivos para a criação
do parque estão os mananciais, sítios espeleológicos,
a riqueza da fauna e a exuberância da mata atlântica
que cobre toda a região. À área da
antiga fazenda foram acrescentadas terras devolutas, denominadas
Xiririca A e B, com um território total de 49.888
hectares. Parte dessas áreas são reconhecidas
pelos governos federais e estaduais como de propriedade
definitiva dos remanescentes de quilombos, assim foram
excluídas do território de Intervales. Esta
exclusão foi determinada através do Decreto
Estadual nº 44.293, de 04 de outubro de 1999. Até
o momento não houve compensação dessas
terras. Sendo assim, a atual área do parque é
aproximadamente de 42.000 hectares.
Fique atento para as reservas, elas devem ser feitas antecipadamente.
As diárias nos alojamentos do parque incluem além
da pernoite, programações de passeios e
três refeições diárias: café
da manhã, almoço e jantar. Mais informações
podem ser obtidas pelos tel: (15) 3542-1511 / 3542-1245.
O DDD da cidade é (15). Para correspondências,
bairro Intervales, km 25, cep: 18315-000, Ribeirão
Grande - SP. No entanto, a maior cidade mais próxima
ao parque é Capão Bonito, como uma população
de 46.414 habitantes, a cidade está a 705 m do
nível do mar. Entre os serviços que a cidade
dispõe, estão a rodoviária, tel:
542-1479, a Santa Casa, tel: 542-1533 e os bancos Bradesco
e do Brasil.
Fique ligado: respeite os monitores e interaja com eles;
não mate, não maltrate, nem alimente animais;
não recolha sementes, frutos, plantas ou qualquer
outro tipo de resíduo da mata; não deixe
nenhum tipo de lixo e se por acaso vir algum jogado ao
chão, recolha-o; respeite os demais visitantes
e harmonizem-se com eles; não leve animais domésticos
para o parque; nunca saia da trilha; jamais utilize fogo
e sempre faça as trilhas acompanhados por guias.