Sistema
Primário
Em um sistema natural
estão inclusos diversos tipos de vegetação
ou Regiões Fitoecológicas Brasileiras,
com formações Pioneiras, e os Refúgios
Vegetacionais e faixas de Tensão Ecológica
dos contatos entre duas ou mais Regiões Fitoecológicas.
Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária)
Conhecida como mata-de-araucária ou pinheiral,
é um tipo de vegetação do planalto
meridional, onde ocorria com maior freqüência.
Composta por florística, dominada por gêneros
primitivos como Drymis, Araucaria e Podocarpus, pela
altitude e latitude do planalto meridional, uma ocupação
recente a partir de refúgios alto-montanos.
Apresenta quatro formações distintas:
- Aluvial localizadas
em terraços antigos ao longo dos flúvios,
formada por ribeirinha ocupa sempre os terrenos aluviais,
situados nos flúvios das serras costeiras voltadas
para o interior ou dos planaltos dominados pela Araucaria
angustifolia associada a ecotipos que variam de acordo
com as altitudes dos flúvios.
- Submontana, atualmente
encontrada na forma de pequenas disjunções
localizadas em vários pontos do "Craton
Sul-rio-grandense". Por exemplo, na década
de 50, observava-se cerca de 1.200 exemplares de Araucaria
angustifolia. Nesta década, este número
não chega a 200 exemplares de troncos finos
e relativamente baixos, pertencentes ao estrato dominado.
O que resta é uma floresta secundária,
ficando cada vez mais raro encontrarem-se exemplares
de Araucaria angustifolia, que tendem a desaparecer
em poucos anos.
- Montana, encontrada
em poucas reservas particulares e no Parque Nacional
do Iguaçu, ocupa quase que inteiramente o planalto,
nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
- Altomontana, localizada
acima de 100m de altitude, sendo sua maior ocorrência
no Parque do Taimbezinho (RS) e na crista do Planalto
Meridional, próximo aos "campos de Santa
Bárbara" no Parque de São Joaquim
(SC). Atualmente, esta floresta alto-montana encontra-se
ainda bem conservada e com elementos quase intactos
no Parque Estadual de Campos do Jordão (SP).
Floresta Ombrófila
Aberta (Faciações da Floresta Ombrófila
densa)
Sua vegetação
apresenta quatro faciações florísticas
que alteram a fisionomia ecológica da Floresta
Ombrófila densa (com palmeiras, cipós,
com sororoca e com bambu, além dos gradientes
climáticos com mais de 60 dias secos por ano,
assinalados na curva ombrotérmica), composta
por:
- Floresta Ombrófila
Aberta das Terras Baixas compreendida entre 4°
latitude Norte e 16° latitude Sul, em altitudes
que variam de 5 até 100 m, apresenta predominância
da faciação com palmeiras.
- Floresta Ombrófila
Aberta Submontana distribuída por toda Amazônia
e mesmo fora dela, principalmente com a faciação
floresta com palmeiras. Na Amazônia, ocorre
com quatro faciações florísticas
entre os 4° de latitude Norte e os 16° de
latitude Sul, situadas acima dos 100 m de altitude
e não raras vezes chegando a cerca de 600 m.
- Floresta Ombrófila
Aberta Montana, encontra-se em quase toda entre os
4° de latitude Norte e 16° de latitude Sul,
ocupando a faixa altimétrica entre 600 e 2000
m e, por conseguinte, restrita a poucos planaltos
do sul da Amazônia e muitas serras do Norte.
Floresta Ombrófila
Densa (Floresta Pluvial Tropical)
Esta vegetação
é caracterizada por fanerófitos, justamente
pelas subformas de vida macro e mesofanerófitos.
A principal característica ecológica
nos ambientes ombrófilos é que marcam
muito bem a "região florística
florestal". Assim a ombrotérmica da Floresta
Ombrófila densa está ligada a fatores
climáticos tropicais de elevadas temperaturas
e de alta precipitação, e muito distribuídas
durante o ano, determinando uma situação
bioecológica. Também dominam estes ambientes,
latossolos distróficos e excepcionalmente,
eutróficos, originados de vários tipos
de rochas. Este tipo de vegetação foi
subdividido em cinco formações ordenadas
segundo hierarquia topográficas que refletem
fisionomias diferentes de acordo com as variações
ecotípicas das faixas altimétricas resultantes
de ambientes também distintos. Com observações
do projeto RADAMBRASIL, nas décadas de 70 e
80 e estudos fitogeográficos mundiais confiáveis,
iniciados por Humbold em 1806 na ilha de Tenerife
e contidos na vasta bibliografia, permitiram estabelecer
faixas que se estreitavam de acordo com os seguintes
posicionamentos:
- Formação
aluvial, não possui variação
topograficamente apresentando sempre ambientes repetitivos.
Trata-se de formação ribeirinha ou floresta
ciliar que ocorre ao longo dos cursos de água
ocupando os terrenos antigos das planícies
quartenárias, constituída por macro,
meso e microfanerófitos de rápido crescimento,
em geral de casca lisa, com o tronco cônico
e raízes tabulares.É uma formação
com palmeiras no estrato dominado e na submata, e
nesta ocorrem nanofanerófitos e alguns caméfitos
no meio de plântulas da densa reconstituição
natural do estrato dominante, com muitas lianas lenhosas
e herbáceas, além de grande número
de epífitas e poucas parasitas.
- Formação
das terras baixas aonde se situa entre os 4° de
latitude N e os 16° latitude S. Esta formação
ocupa as planícies costeiras, capeadas por
tabuleiros pliopleistocênicos do Grupo Barreiras.
Ocorre desde a Amazônia, estendendo-se por todo
o Nordeste até proximidades do rio São
João, no Estado do Rio de Janeiro.
- Formação
submontana encontrada nas encostas dos planaltos ou
serras entre os 4° de latitude N e os 16°
de latitude de S. O relevo montanhoso e os planaltos
com solos medianamente profundos, ocupado por formação
florestal que apresenta fanerófitos com altura
aproximadamente uniforme. A submata é integrada
por plântulas de regeneração natural,
poucos nanofanerófitos e caméfitos,
além da presença de palmeiras de pequeno
porte e lianas herbáceas em maior quantidade.
A principal característica são os fanerófitos
de alto porte.
- Formação
Montana, onde se situa no alto dos planaltos e serras
entre os 4° de latitude N e os 16° de latitude
S. O alto do planalto e as serras estão situados
entre 600 a 2000 m de altitude na Amazônia e
de 400 a 1000 m no sul do País. Sua estrutura
florestal do dossel uniforme (20 m) é representada
por ecotipos relativamente finos com casca grossa
e rugosa, folhas miúdas e de consistência
coriácea.
Formação
alto-montana, está acima dos limites estabelecidos
para a montana. Composta pela formação
de arbórea mesofanerofítica, localizada
no cume das altas montanhas com solos litólicos,
apresentando acumulações turfosas nas
depressões onde se localiza a floresta. Sua
estrutura é integrada por fanerófitos
com troncos e galhos finos, folhas miúdas,
coriáceas e casca grossa com fissuras.
Floresta Estacional
Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia)
Está caracterizado
como uma região Tropical, com época
de intensas chuvas de verão seguidas por estiagens
acentuadas; e outra subtropical, sem período
seco, mas com seca fisiológica provocada pelo
intenso frio de inverno, com temperaturas médias
inferiores a 15°C.
Constituída
por fanerófitos com gemas foliares protegidas
da seca por escamas, tendo folhas adultas esclerófilas
ou membranáceas deciduais. Nesse tipo de vegetação,
a porcentagem das árvores caducifólias,
no conjunto florestal e não das espécies
que perdem as folhas individualmente, é de
20 e 50%. Nas áreas tropicais, é composta
por mesofanerófitos que revestem, em geral,
solos areníticos distróficos. Já
nas áreas subtropicais, é composta por
macrofanerófitos, pois revestem solos basálticos
eutróficos.
O critério
com finalidade de propiciar um mapeamento contínuo
de grandes áreas foi o das faixas altimétricas,
utilizado também nas formações
vegetacionais precedentes, como por exemplo:
- Formação
Aluvial apresentando terraços antigos das calhas
dos rios.
- Formação
das Terras baixas, ocorrentes entre 5 a 100 m de altitude,
situadas entre os 4° de latitude N e os 16°
de latitude Sul; de 5 a 50 m quando localizados nas
latitudes de 16° a 24° Sul; e de 5 a 30 m
nas latitudes de 24° a 32° Sul.
- Formação
Submontana situada na faixa altimétrica que
varia de 100 a 600 m de acordo com a latitude de 4°
N até 16° S; de 50 a 500 m entre os 16°
até os 24° de latitude S; e de 30 a 400
m após os 24° de latitude Sul.
- Formação
Montana localizada nas faixas altimétricas
acima desses níveis, nas seguintes áreas
na Amazônia entre 600 e 2000 m de altitude e
acima dos 16° de latitude Sul entre os 400 e 1500
m de altitude.
Floresta Estacional
Semidecidual das Terras Baixas
A Floresta Estacional
Semidecidual das Terras Baixas, encontra-se revestindo
tabuleiros do Pliopleistoceno do Grupo Barreiras,
desde o sul da cidade de Natal até o norte
do Estado do Rio de Janeiro, nas proximidades de Campos
até as proximidades de Cabo Frio.
Na Floresta Estacional
Semidecidual Submontana a formação ocorre
nas encostas interioranas das Serras da Mantiqueira,
Botucatu, Bauru e Caiuá (dos períodos
geológicos, Jurássico e Cretáceo).
Distribui-se desde o Espírito Santo e sul da
Bahia até o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São
Paulo, sudoeste do Paraná e sul do Mato Grosso
do Sul.
São poucas
as áreas ocupadas pela Floresta Estacional
Decidual Montana, que possui uma formação
estabelecida acima de 500 m de altitude. Situa-se
principalmente na face interiorana da Serra dos Órgãos,
no Estado do Rio de Janeiro; na Serra da Mantiqueira,
nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais –- Itatiaia; e no Espírito Santo
- Caparaó. Outras áreas ainda menores
são as dos pontos culminantes dos planaltos
areníticos.
Floresta Estacional
Semidecidual Aluvial
Na Floresta Estacional
Semidecidual Aluvial a formação encontrada
com maior freqüência na grande depressão
pantaneira mato-grossense do sul, sempre margeando
os rios da bacia do rio Paraguai.
Floresta Estacional
Decidual (Floresta Tropical Caducifólia)
Esta vegetação
possui duas estações climáticas
bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período
biologicamente seco. Ocorre na forma de disjunções
florestais, apresentando o estrato dominante macro
ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio,
com mais de 50% dos indivíduos despidos de
folhagem no período desfavorável.
Nessa vegetação
apresenta grandes áreas descontínuas
localizadas no Norte para o Sul, entre a Floresta
Ombrófila Aberta e a Savana (Cerrado); de Leste
para Oeste, entre a Savana Estépica (Caatinga
do Sertão árido) e a Floresta Estacional
Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia);
e, finalmente, no Sul, já na área subtropical,
no vale do Rio Uruguai, entre a Floresta Ombrófila
Mista do Planalto Meridional e a Estepe. Estas grandes
áreas disjuntas apresentam quatro formações
distintas: aluvial, terras baixas, submontana e montana.
A Floresta Estacional
Decidual Aluvial, formada por exclusivas bacias dos
rios do Estado do Rio Grande do Sul, encontra-se bastante
desfalcada dos seus elementos principais explorados
para uso doméstico. Localizada nos terraços
fluviais dos rios Jacuí, Ibicuí, Santa
Maria e Uruguai, também ocorre nas várzeas
do rio Paraguai, no Estado de Mato Grosso do Sul,
onde a drenagem é dificultada pelo pouco desnível
do rio.
Na Floresta Estacional
Decidual das Terras Baixas, encontram-se áreas
descontínuas e relativamente pequenas, com
ocorrência na bacia do rio Prado, no sul do
Estado da Bahia. As outras disjunções
menores encontradas por todo o País devem ser
delimitadas de acordo com as latitudes.
Na formação
da Floresta Estacional Decidual Submontana, encontram-se
as maiores disjunções do tipo florestal
decidual, abaixo descritas de acordo com as áreas
mais representativas em que já foram observadas.
A floresta situada
ao norte de Goiás e sul do Estado de Tocantins
entre a Floresta Estacional Semidecidual do sul do
Pará e a Savana (Cerrado) de Goiás,
mais precisamente no Vale do Rio das Almas e seus
afluentes, apresenta uma fisionomia ecológica
com mais de 50% de seus ecotipos sem folhas na época
desfavorável.
A disjunção
florestal denominada “Mata do Jaíba”, situada
ao norte de Minas Gerais e nos vales dos rios Verde
Grande e São Francisco, apresenta uma constituição
florística bastante complexa, com ecotipos
savanícolas e florestais mesofanerófitos
deciduais.
A floresta decidual
da encosta da Serra da Bodoquena, no Estado de Mato
Grosso do Sul, é dominada por ecotipos savanícolas
e florestais mesofanerófitos.
A floresta da vertente
interiorana da Serra da Mantiqueira, situada em território
mineiro, reveste terrenos do pré-cambriano.
Os terrenos da vertente sul do Planalto das Missões,
aí já considerados como “áreas
extrazonais”, pois estão incluídas no
espaço subtropical, são revestidas por
uma floresta que apresenta uma florística semelhante
à que ocorre nas áreas tropicais.
Esta formação
da Floresta Estacional Decidual Montana, ocorre em
áreas disjuntas que se apresentam bastante
expressivas, sendo que, para mapeá-las, tomaram-se
parâmetros altimétricos de acordo com
as latitudes onde são encontradas:
4° latitude N
aos 16° latitude S varia de 600 até 2000m
de altitude.
Dos 16° latitude S aos 24° latitude S varia
de 500 até 1500m de altitude.
Dos 24° latitude S aos 32° latitude S varia
de 400 até 1000m de altitude.
Esta variação ocorre de acordo com as
latitudes sendo explicada pelas grandes diferenças
de temperatura que influem na composição
florística.
Campinarana (Campina)
Os termos são
sinônimos e significam “falso campo”. A região
que mais chove no Brasil: cerca de 4000 mm anuais
bem distribuídos mensalmente, mas com chuvas
torrenciais no verão. Estas desempenham importante
papel na ocorrência desta vegetação
oligotrófica, daí o enfatizar-se a expressão
vegetação de influência pluvial.
Esta vegetação típica das bacias
do Rio Negro, Orinoco e Branco ultrapassa as fronteiras
brasileiras, atingindo a Venezuela e Colômbia,
porém em áreas bem menores do que a
ocupada no Brasil, onde ocupa áreas tabulares
arenosas, bastante lixiviadas. Além das áreas
tabulares, encontra-se em grandes depressões
fechadas, suficientemente encharcadas no período
chuvoso e com influência dos grandes rios que
cortam a região, em todas as direções.
Esta classe de formação
é dividida em três subgrupos de formação:
arbórea densa, arbórea aberta ou arborizada
e gramíneo-lenhosa.
- Campinarana Florestada
é um subgrupo que ocorre nos pediplanos tabulares,
dominados por nanofanerófitos finos e deciduais
na época chuvosa, semelhantes a uma “floresta
ripária”. A bacia do Rio Negro foi o centro
de dispersão deste domínio florístico
e os ambientes situados ao longo dos rios de água
preta, que, segundo Sioli (1962), revelam a presença
de ácidos húmicos e material turfoso
inerte em suspensão, são os locais onde
estes ecotipos melhor se adaptam.
- Campinarana Arborizada,
este grupo de formação é dominado
por plantas raquíticas, mas das mesmas espécies
que ocorrem nos interflúvios tabulares da região,
sendo anãs em face dos terrenos capeados por
Podzol Hidromórfico das depressões fechadas.
- Campinarana Gramíneo-lenhosa,
este subgrupo surge nas planícies encharcadas
próximas aos rios e lagos da região.
Estas planícies são capeadas por um
tapete de geófitos e hemicriptófitos
das famílias Poaceae (gramíneas) e Cyperaceae,
ambas de dispersão pantropical.
Sistema Edáfico
de Primeira Ocupação (Formações
Pioneiras)
Encontra-se no litoral,
nas planícies fluviais e ao redor das depressões
aluviais, terrenos instáveis cobertos por uma
vegetação, em constante sucessão,
de terófitos, criptófitos (geófitos
e/ou hidrófitos), hemicriptófitos, caméfitos
e nanofanerófitos. Trata-se de uma vegetação
de primeira ocupação de caráter
edáfico.
Vegetação
com influência marinha (Restinga) inclui comunidades
vegetais, que recebem influência direta das
águas do mar. Alguns gêneros característicos
da praia a Ramirea e Salicornia, são plantas
escandentes e estoloníferas que atingem as
dunas, contribuindo para fixá-las. Nas dunas
propriamente ditas Em áreas mais altas afetadas
pelas marés equicionais, ocorrem as conhecidas
Ipomea pes-caprae e Canavalea rosea, além dos
gêneros Paspalum e Hydrocotyle. O Schinus terebenthifolius
e a Lythraea brasiliensis imprimem, a essa vegetação,
um caráter lenhoso.
Vegetação
com influência fluvio-marinha (manguezal e campos
salinos), manguezal comunidade microfanerofítica
de ambiente salobro, situada na desembocadura de rios
e regatos no mar, onde, nos solos limosos, cresce
uma vegetação adaptada à salinidade
das águas, com a seguinte seqüência:
Rhizophora mangle, Avicenia, cujas espécies
variam conforme a latitude norte e sul, e a Laguncularia
racemosa, que cresce nos locais mais altos.
Vegetação
com influência fluvial (comunidades aluviais)
Trata-se de comunidades vegetais das planícies
aluviais que refletem os efeitos das cheias dos rios
nas épocas chuvosas.
Sistema de transição
(Tensão Ecológica) situa-se entre duas
ou mais regiões ecológicas ou tipos
de vegetação, existem sempre comunidades
indiferenciadas, onde as floras se interpenetram,
constituindo as transições florísticas
ou contatos edáficos.
Ecótono é
o contato entre tipos de vegetação com
estruturas fisionômicas semelhantes fica muitas
vezes imperceptível, e o seu mapeamento por
fotointerpretação é impossível.
Torna-se necessário, então, o levantamento
florístico de cada região ecológica
para se poder delimitar as áreas de ecótono.
Encrave são
áreas encravadas, situadas entre duas regiões
ecológicas, a sua delimitação
torna-se exclusivamente cartográfica e sempre
dependente da escala, pois em escalas maiores é
sempre possível separá-las.
Savanas
A Savana ou Cerrado
é avaliada como vegetação xeromorfa,
e com clima estacional, podendo ser encontrada em
clima ombrófilo. Reveste solos lixiviados aluminizados
e apresenta sinúsias de hemicriptófitos,
geófitos, caméfitos e fanerófitos
oligotróficos de pequeno porte, com ocorrência
por toda a Zona Neotropical. A Savana (Cerrado) foi
subdividida em quatro subgrupos de formação:
- Savana Florestada
(Cerradão) , subgrupo de formação
com fisionomia típica e característica,
restrita a áreas areníticas lixiviadas
com solos profundos, ocorrendo em um clima tropical
eminentemente estacional. Apresenta sinúsias
lenhosas de micro e nanofanerófitos tortuosos
com ramificação irregular. Extremamente
repetitiva, a sua composição florística
reflete-se de Norte a Sul.
- Savana Arborizada
(Campo Cerrado), subgrupo com formação
natural ou antropizado, com características
por apresentar fisionomia nanofanerofítica
rala e hemicriptofítica graminóide contínua,
sujeito ao fogo anual. Estas sinúsias dominantes
formam fisionomia raquítica em terrenos degradados.
A composição florística, apesar
de semelhante à da Savana Florestada, apresenta
ecotipos dominantes que caracterizam o ambiente de
acordo com o espaço geográfico.
- Savana Parque, subgrupo
constituído por um estrato graminóide,
integrado por hemicriptófitos e geófitos
de florística natural ou antropizada, entremeado
por nanofanerófitos isolados, com conotação
típica de um “parque inglês”. É
uma natureza antrópica encontrada em todo o
País.
- Savana Gramíneo-Lenhosa
(Campo) predomina a fisionomia natural, os gramados
entremeados por plantas lenhosas raquíticas,
que ocupam extensas áreas dominadas por hemicriptófitos
e aos poucos, quando manejados através do fogo,
vão sendo substituídos por geófitos
que se distinguem por apresentar colmos subterrâneos,
portanto mais resistentes ao pisoteio do gado e ao
fogo. A composição florística
é bastante diversificada, sendo as plantas
lenhosas seus ecotipos mais representativos.
- Savana Estépica
(Savanas secas e/ou úmidas: Caatinga do Sertão
Árido, Campos de Roraima, Chaco Sul Matogrossense
e Parque de Espinilho da Barra do Rio Quaraí):
O termo foi empregado para denominar a área
do “sertão árido nordestino” com dupla
estacionalidade. O sertão árido nordestino
apresenta freqüentemente dois períodos
secos anuais, um com longo déficit hídrico
seguido de chuvas intermitentes e outro com seca curta
seguido de chuvas torrenciais que podem faltar durante
anos.
Este tipo de vegetação subdivide-se
em quatro subgrupos de formações situados
em áreas geomorfológicas diferentes.
- Savana Estépica
Florestada, subgrupo caracterizado por micro ou nanofanerófitos,
mais ou menos densos, com grossos troncos e esgalhamento
bastante ramificado em geral provido de espinhos eou
acúleos, com total decidualidade na época
desfavorável.
- Savana Estépica
Arborizada este subgrupo de formação
apresenta as mesmas características florísticas
da fitofisionomia anterior, porém os indivíduos
que o compõe são mais baixos, existindo
claros entre eles.
- Savana Estépica
Parque, apresenta características fisionômicas
mais típicas, com nanofanerófitos de
um mesmo ecotipo bastante espaçados, como se
fossem plantados, isto porque apresentam uma pseudoordenação
de plantas lenhosas raquíticas, sobre denso
tapete gramíneo-lenhoso de hemicriptófitos
e caméfitos.
- Savana Estépica
Gramíneo-lenhosa conhecida como campo espinhoso,
apresenta características florísticas
e fisionômicas bem típicas, tais como
um extenso tapete graminoso salpicado de plantas lenhosas
anãs espinhosas.
Estepe (Campos Gerais
Planálticos e Campanha Gaúcha)
Área subtropical,
onde plantas são submetidas à dupla
estacionalidade, apresenta uma homologia fitofisionômica,
atualmente estas áreas estão bastante
antropizadas, pode-se separá-las em três
subgrupos de formação, situados em dois
grandes tipos de relevo: o pediplano gaúcho
e o planalto meridional.
- Estepe Arborizada
localizada no planalto sul-rio-grandense divisor de
águas dos Rios Camaquã e Ibicuí
e caracteriza-se pela dominância de solos rasos
litólicos, com afloramentos rochosos, medianamente
profundos.
- Estepe Parque (Campo
Sujo ou Parkland) encontra-se em diferentes áreas
nos Planaltos das Araucárias, sul-rio-grandense
e da Campanha, também ocorre nos divisores
de águas dos Rios Ibirapuitá e Ibicuí
da Cruz, apresentando fitofisionomia formada basicamente
por nanofanerófitos freqüentes e dispersos
regularmente. O estrato graminoso é dominado
pelas mesmas formas de vida do subgrupo de formação
anterior, além de algumas terófitas
que, como plantas anuais, alteram o visual do Parque.
- Estepe Gramíneo-lenhosa
(Campo Limpo) observa-se as “florestas-de-galeria”
de pequeno porte flanqueando algumas drenagens. O
estrato herbáceo é constituído
por duas sinúsias graminóides: dos hemicriptófitos
e a dos geófitos, ambas apresentando pilosidade
nas folhas e colmos, o que sugere uma adaptação
ao ambiente relativamente seco.
Sistemas dos Refúgios
Vegetacionais (Relíquias)
Toda e qualquer vegetação
floristicamente diferente e, logicamente, fisionômico-ecológica
também diferente do contexto geral da flora
dominante na Região Ecológica ou no
tipo de vegetação é considerada
um refúgio ecológico.
.
Sistema da Vegetação Disjunta
São repetições em escala menor,
de outro tipo de vegetação próximo
que se insere no contexto da Região Ecológica
dominante. Conforme a escala cartográfica com
que se está trabalhando, um encrave edáfico
considerado como comunidade em transição
(tensão ecológica) poderá ser
perfeitamente mapeado, como uma comunidade disjunta
do clímax mais próximo.
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o download dos documentos
-
Portaria
nº 113, de 29 de dezembro de 1995
O Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama,
no uso das atribuições previstas no
artigo 24, incisos I e III da Estrutura Regimental
anexa ao Decreto No 78, de 05 de abril de 1991, e
no artigo 83, inciso XIV, do Regimento Interno aprovado
pela Portaria Ministerial GM/MINTER No 445, de 16
de agosto de 1989, tendo em vista as disposições
contidas na Lei nº 4.771 de 15 de setembro de
1965 e considerando a necessidade de disciplinar a
exploração das florestas primitivas
e demais formas de vegetação arbórea
nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste,
resolve:
-
Lei
nº 7.803, de 18 de julho de 1989.
Altera a redação da Lei nº 4.771,
de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs
6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho
de 1986.
Lei
nº 7.803, de 18 de julho de 1989.
- Altera a redação da Lei nº 4.771,
de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs
6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho
de 1986.
-
Lei
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.
Institui o novo Código Florestal. O Presidente
da República Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art.
1° As florestas existentes no território
nacional e as demais formas de vegetação,
reconhecidas de utilidade às terras que revestem,
são bens de interesse comum a todos os habitantes
do País, exercendo-se os direitos de propriedade,
com as limitações que a legislação
em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
-
Decreto
nº 1.282 de 19 de outubro de 1994
Da Exploração das Florestas Primitivas
e demais Formas de Vegetação Arbórea
na Amazônia
Art. 1º A exploração das florestas
primitivas da bacia amazônica de que trata o
Art. 15 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de
1965 (Código Florestal), e demais formas de
vegetação arbórea natural, somente
será permitida sob a forma de manejo florestal
sustentável, segundo os princípios gerais
e fundamentos técnicos estabelecidos neste
Decreto. |