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Baleias
Por que protegê-las
 
 

Quem São:

BALEIA-AZUL

NOME POPULAR:
Baleia-azul
NOME CIENTÍFICO:
Balaenoptera musculus
TAMANHO:
30 metros de comprimento
PESO:
90 a 190 toneladas

É o maior animal do planeta e sobrevive porque seu peso é sustentado pela água. Durante séculos conseguiu escapar da caça predatória do homem. Cosmopolita, ocorre em todos os oceanos. Por ser um animal muito veloz e forte, pode nadar até 30 km/h. Quando era atingido por pescadores com arpões, nadava para o fundo do mar, esforçando-se para afundar, a barbatana caudal é um poderoso órgão de propulsão. Disposta horizontalmente executa movimentos de baixo para cima e vice-versa. A nadadeira dorsal funciona como órgão de equilíbrio e direção para se livrar, mas na maioria das vezes o máximo que conseguia era evitar que o homem aproveitasse de seu cadáver, ou seja, durante séculos o homem simplesmente matou baleias azuis apenas pelo mérito de terem se encontrado com o maior animal do mundo e terem vencido. Mas o futuro desses animais seria ainda pior, com a moderna tecnologia, foram criadas embarcações e arpões especiais para a caça dos grandes cetáceos, e desta forma a baleia-azul tornou-se uma presa habitual dos caçadores de baleias. E por essa razão, é uma das espécies mais ameaçadas de extinção, mesmo sendo "protegidas" por lei. Existem três tipos de subespécies, Balaenoptera musculus que vive Hemisfério Norte, a Balaenoptera intermedia vivendo no Hemisfério Sul e a Balaenoptera brevicauda encontrada na região do Equador. Os filhotes nascem com cerca de 7m e 2,5 toneladas.

Possui um corpo alongado e liso, hidrodinâmico, formado por uma pele macia de coloração cinza-azulada, com manchas azuis mais claras espalhadas pelo corpo, com barbatana dorsal, pequena e triangular. Possui ainda cerca de 60 linhas ventrais que saem da boca e vão até a porção média do corpo. Sua cabeça é dividida por uma linha que vai da entrada da boca até a narina, dividindo a cabeça em duas partes. Alimentam-se de grandes quantidades de pequenos peixes e plânctons, chegando a consumir cerca de meia tonelada por dia. Possuem uma expectativa de vida de 35 anos a 40 anos. A baleia-azul não é um animal gregário, ou seja, não vive em grupo, como outros cetáceos, sobe periodicamente à superfície para respirar e ao subir a baleia emite jatos de água e vapor por um orifício acima da cabeça. Apesar de seus pulmões serem preparados para armazenar uma grande quantidade de ar. Seu corpo é fusiforme e hidrodinâmico.

BALEIA-BOREAL

NOME POPULAR:
Baleia-boreal, Baleia-glacial, ou Baleia-sardinheira
NOME CIENTÍFICO:
Balaenoptera borealis
TAMANHO:
16 metros de comprimento
PESO:
20 toneladas

Sua principal característica é uma excrescência córnea, em geral recoberta por pequenos crustáceos, sobre o maxilar superior. Apresenta partes brancas em sua pele, devida a ação de parasitas. Sua cabeça equivale a um quarto de seu comprimento total. Pode ser encontrada no oceano Atlântico e no oceano Pacífico norte (até Taiwan, no inverno); já no hemisfério sul vive entre 30 e 50 graus de latitude sul em águas temperadas, o que facilitava sua caça, pois é uma rota muito freqüentada pelas embarcações. A matança teve seu ápice durante os séculos XVIII e XIX. É protegida por lei desde 1935, e está atualmente em recuperação, tanto na parte ocidental do Atlântico norte quanto no hemisfério sul. Uma estimativa avalia que hoje existem alguns milhares desses animais. As fêmeas são maiores que os machos, podem chegar até 16m. Os filhotes medem 4,5 m e pesam cerca de 1 tonelada quando nascem. As baleias-boreal têm filhotes no período de 3 a 4 anos, com a gestação que leva cerca de 1 ano e a lactação até 7 meses. Tem uma longevidade próxima de 70 anos.

A face dorsal do adulto, assim como as peitorais, são cinzentas escuras e a face ventral é mais clara, com cicatrizes cinzentas ou brancas, provocadas por lampreias e tubarões. Possuem cerca de 32 a 60 pregas ventrais na garganta, que se prolongam até pouco depois das peitorais. Apresentam no maxilar superior de 300 a 400 pares de barbas cinzento escuras. A sua alimentação é constituída, à base de pequenos crustáceos planctónicos, embora também se alimentem de pequenos peixes como os arenques e as sardinhas. Esta espécie emite sons metálicos, com freqüências em torno de 3 kHz.

São encontradas na maioria das vezes indivíduos sozinhos, no máximo em pares. Pode deslocar-se a 30 nós, com um rumo regular, sobem a superfície para respirar, o que ocorre em 30 segundos, para depois mergulharem e permanecerem de 2 a 3 minutos

BALEIA-JUBARTE

NOME POPULAR:
Baleia-jubarte, Baleia-de-corcova, Baleia-preta, Baleia-corcunda ou Baleia-cantora
NOME CIENTÍFICO:
Megaptera novaeangliae
TAMANHO:
13 a 14 metros de comprimento
PESO:
25 a 30 toneladas

Entre todas as baleias a jubarte é a mais maciça e a menos esbelta. Devido às suas linhas, consideradas pouco hidrodinâmicas, a baleia não tem um desempenho tão bom quanto as outras, nada a uma velocidade de 6 a 12km/h. Durante muito tempo sofreu intensa predação, por viver grande parte da vida ao longo das costas marítimas. Sua caça foi proibida em 1966, porém, ainda hoje está ameaçada de extinção. Além da caça, ainda enfrenta os problemas de poluição nos mares e até colisões com grandes embarcações.

Para amamentar, a jubarte sobe à superfície, seu filhote abocanha o mamilo, mas é incapaz de sugar: o leite é esguichado em sua boca, quando crescem, fêmea e macho chegam ao mesmo tamanho. Sua distribuição é muito vasta, e as populações obedecem ao mesmo tipo de migração, na estação fria, procuram águas tropicais; na estação quente, vão para águas polares. Possui hábitos costeiros. São encontradas em todos os oceanos, no Brasil, distribuem-se desde o Rio Grande do Sul até o Arquipélago de Fernando de Noronha, sendo que sua maior concentração ocorre no Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia. Seu período de gestação é de aproximadamente 12 meses, com o nascimento de 1 filhote, que possui em média 5 metros e pode pesar até 2 toneladas.

Formam grupos de 2 a 3 indivíduos, no entanto, é comum encontrá-las sozinhas. Nos períodos de migraçã, não se alimentam e consomem as reservas de grossas camadas de gordura que armazena nas áreas de alimentação, próximas dos pólos. Alimenta-se principalmente de krill (pequeno camarão) e de outros crustáceos além pequenos peixes.

Possui nadadeiras peitorais grandes, que podem chegar a medir quase um terço de seu comprimento total. A nadadeira dorsal é pequena e fica em cima de uma corcova. A nadadeira caudal tem bordas recortadas e padrão da superfície ventral variável. A cabeça é coberta de pequenas calosidades redondas, e o borrifo é espalhado, em forma de balão.

BALEIA-CACHALOTE

NOME POPULAR:
Baleia-cachalote
NOME CIENTÍFICO:
Physeter macrocephalus
TAMANHO:
14 a 20 metros de comprimento
PESO:
30 toneladas

A baleia-cachalote é facilmente reconhecida pela forma quadrada de sua cabeça, que corresponde a 40% de seu corpo. Na parte superior frontal da cabeça localiza-se o órgão que produz o espermacete, uma substância oleosa cuja densidade pode variar do líquido ao sólido e que serve para controlar a estabilidade em mergulhos profundos e garantir sua flutuabilidade. Seus mergulhos podem chegar até 2.000 metros de profundidade, podendo ficar submersa por até 1 hora. Possui uma coloração escura uniforme, que vai do cinza ao marrom, com pele enrugada, principalmente na parte posterior do corpo. Um de seus inimigos naturais são as orcas.

Alimenta-se principalmente de polvos e lulas-gigantes, que vivem em águas profundas, além de raias, tubarões, peixes e crustáceos. Quando observada de perto com atenção pode-se notar em sua pele marcas de ventosas deixadas por suas vítimas, porém, também alimentam-se de atum e raias, tudo isso digerido facilmente por sua mandíbula que possui cerca de cinqüenta dentes. Na época de acasalamento, o macho reúne várias fêmeas.

Pode ser encontrada em todos os oceanos, entre 60º N e 70º S. No entanto, só os machos percorrem grandes distâncias para chegarem aos extremos do globo.

O período de gestação é aproximadamente de 11 onze meses, com o nascimento de apenas 1 filhote, com cerca de 4 m e pesando 1 tonelada.

Uma outra espécie conhecida como Cachalote-anão (Kogia simus), apesar do nome parecido (português), não tem muito haver com a Cachalote tradicional.

A Cachalote-anão apresenta a boca posicionada ventralmente, parecida com a de um tubarão. Na cabeça, existe o órgão do espermacete, similar ao da cachalote. Possui pequenos sulcos irregulares na região da garganta, pode chegar até 3,5 m e pesar em torno de 210 kg. Sua gestação é igual a da Cachalote tradicional, diferenciado apenas no tamanho de sua cria que chega a 1,2 m. Alimenta-se de lulas e podem ser encontradas em zonas tropicais.

Esta espécie originou um famoso romance americano em 1851, "Moby Dick". Em 1820, o baleeiro Essex foi atacado por uma cachalote enfurecida e afundou rapidamente. Nunca se imaginara que uma baleia pudesse reagir aos pescadores que a perseguiam. O que se seguiu ao naufrágio foi uma longa provação pelas águas do Pacífico: amontoados em três botes, os marujos navegaram durante três meses, experimentando os horrores da inanição e da desidratação, da doença, da loucura e da morte, chegando à prática do canibalismo.

O episódio, que inspirou Herman Melville a escrever Moby Dick, ficou registrado em relatos feitos pelos sobreviventes. Baseado em ampla pesquisa e fontes inéditas, o historiador Nathaniel Philbrick reconstitui todos os detalhes da tragédia, dando vida aos testemunhos com seu vasto conhecimento em assuntos marítimos.

Dos meandros da economia baleeira, às técnicas de navegação a vela e o comportamento das baleias, no coração do mar, reúne informações minuciosas sobre cada aspecto da história. Uma aventura que desafia o leitor a refletir sobre os limites da capacidade de sobrevivência humana.

BALEIA-ORCA

NOME POPULAR:
Baleia-orca, Baleia-assassina e Caldeirão
NOME CIENTÍFICO:
Orcinus orca
TAMANHO:
5 a 7 metros de comprimento
PESO:
11 toneladas

Mamífero cetáceo de grande porte da família dos Delphinidae. São comuns em todos os oceanos, entretanto, sua maior incidência é em águas frias e não muito distantes da costa marítima. É o mais carnívoro, de todos os animais de sua espécie, alimenta-se de peixes grandes, focas, raias, pingüins, polvos, lulas, tartarugas marinhas, aves marinhas, toninhas, leões-marinhos e até mesmo outras baleias, inclusive as próprias orcas. O folclore encarregou-se de criar em torno da orca o título de "baleia assassina", porém, como tantos outros animais de espécies diferentes só atacam quando se sentem ameaçados. Sua pele lisa tem aparência de borracha, que assemelha-se aos golfinhos. A orca possui várias características marcantes, a diferença básica entre o macho e a fêmea está na barbatana dorsal. Pequena com curva acentuada refere-se as fêmeas, alta e pontiaguda, aos machos. Cabeça em forma de cone, nadadeiras peitorais grandes, largas e arredondadas, um padrão de coloração preto e branco.

Seus filhotes nascem com 2,1 a 2,4 m e pesam aproximadamente 180 kg.

Em várias partes do mundo as orcas têm sido caçadas pela sua carne e gordura ou mortas como potenciais competidoras pelos pescadores. No Japão, a carne das orcas é utilizada para consumo e suas vísceras são usadas para fazer fertillizantes e iscas para pesca. Na Noruega, sua carne é usada para fazer ração para animais domésticos. Várias orcas foram mortas, durante sua captura e transporte para exibição em aquários, devido a uma série de procedimentos inadequados. Outra ameaça é a interação com pescarias oceânicas. Nesta interação as orcas aprendem a tomar os peixes capturados no espinhel. No Brasil, este comportamento está sendo observado no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo, durante a captura de atuns e espadartes. Os pescadores prejudicados costumam afugentar os animais muitas vezes de forma agressiva. Já foram encontrados nos tecidos das orcas, altos níveis de PCB's e DDT, proveniente de efeitos da poluição ambiental.

BALEIA-FALSA-ORCA

NOME POPULAR:
Baleia-falsa-orca
NOME CIENTÍFICO:
Pseudorca crassidens
TAMANHO:
5 metros de comprimento
PESO:
2.2 toneladas

A Falsa-orca possui um corpo longo e delgado. A cabeça é pequena e de forma oval. A boca é longa e curva, formando um sorriso permanente. Sua coloração é quase toda preta, interrompida apenas por uma mancha cinza-clara em forma de âncora, no ventre (entre as nadadeiras peitorais), e por outras manchas claras que podem existir nos lados da cabeça. Apresenta de 16 a 22 pares de grandes e grossos dentes. Os machos costumam ser maiores que as fêmeas.

Sua gestação dura aproximadamente 15 meses, nasce apenas uma cria medindo entre 1,5 e 1,8 metros. A fase de amamentação pode chegar a 18 meses e podem viver até 22 anos.

Como a orca verdadeira alimenta-se, predando animais de sangue quente, inclusive outros cetáceos, mas, em geral, alimenta-se de lulas e peixes grandes, como o atum. Podem ser encontradas em todos os oceanos, sobretudo em águas temperadas e tropicais de zonas oceânicas, embora, em águas frias, possa ser encontrada próximo à costa. No Brasil ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Paraíba. São constantemente ameaçadas pela competição com pescadores. No Japão, Taiwan, China e ilhas do Caribe é capturada e utilizada para consumo humano. Nos Estados Unidos exemplares desta espécie são mantidos em cativeiro para shows acrobáticos.

Em geral, forma grupos de 10 a 50 indivíduos de ambos os sexos e todas as classes de idade, porém, já foram vistos grupos de centenas de animais juntos. Costuma encalhar em grupos de até centenas de animais, existindo fortes laços sociais entre os indivíduos dessa espécie. No Brasil, existe um registro de encalhe em massa, de 14 falsas-orcas (8 machos e seis fêmeas), no Rio Grande do Sul em junho de 1995. No entanto, o encalhe em massa mais numeroso para a espécie ocorreu em Mar Del Plata, Argentina, em 1946, onde 835 animais vieram a dar nas praias.

BALEIA-SEI

NOME POPULAR:
Baleia-sei, Espadarte, Baleia-sardinha, Baleia-carvoeira, Baleia-polonesa ou Baleia-cachalote-de-cabeça-pequena
NOME CIENTÍFICO:
Balaenoptera borealis
TAMANHO:
15 a 20 metros de comprimento
PESO:
17 toneladas

Alimenta-se em águas próximas de superfície, por isso não costuma mergulhar fundo para obter seu alimento a base de crustáceos, peixes, lulas e krill. Vivem em grupos de três a cinco animais, sendo os machos os maiores. Evitam regiões polares, porém são comuns em todos os oceanos do mundo, no Brasil, pode ser encontrada em toda a costa. É o mais rápido dos balaenopterídeos. A cabeça possui apenas uma quilha central, nadadeira dorsal proeminente e coloração cinza-escuro ou preta, com manchas ovais pelo corpo.

BALEIA-DE-BRYDE

NOME POPULAR:
Baleia-de-Bryde
NOME CIENTÍFICO:
Balaenoptera edeni
TAMANHO:
13 a 15 metros de comprimento
PESO:
16 a 18 toneladas

Da família das Balaenopteridae, tem sua distribuição em águas tropicais e subtropicais de todos os oceanos, tanto em áreas costeiras como oceânicas. É a única baleia que não realiza grandes migrações, podendo permanecer na mesma área durante todo o ano realizando grandes deslocamentos no sentido costa-mar e vice versa. Na costa brasileira, podem ser vistas do Rio Grande do Sul até o nordeste. Em outras partes do mundo são vistas em regiões próximas ao Japão, Peru, Venezuela, África do Sul e no Golfo da Califórnia.

Os machos são menores que as fêmeas, em média 2 metros a menos. Costumam viver em grupos de 10 a 20 indivíduos. Porém, na maioria das vezes são vistas apenas em dupla.

Seu corpo é longo e esguio, sua cabeça larga e plana, com uma quilha central proeminente e duas quilhas laterais, característica que as diferenciam das baleias-sei (Balaenoptera borealis) devido a sua semelhança. A nadadeira dorsal é alta e falcada e localiza-se atrás da metade do dorso. Sua coloração é cinza-prateada no dorso e esbranquiçada na parte ventral. Podem existir manchas claras nos lados do corpo ou entre a cabeça e a nadadeira dorsal. É comum a presença de marcas e cicatrizes ao longo do corpo. As nadadeiras peitorais são relativamente pequenas, estreitas e pontudas. Apresenta de 40 a 50 pregas ventrais que se estendem até o umbigo. Possuem de 250 a 370 pares de barbatanas, de cor escura e com comprimento médio de 45 cm. O borrifo é em forma de coluna e pode atingir até 4m de altura. As vocalizações são de baixa freqüência, principalmente pulsos.

Sua gestação dura aproximadamente um ano. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer medem cerca de 3 m e pesam 550 Kg. A amamentação dura 6 meses e o intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Chega a viver 72 anos.

Alimenta-se basicamente de peixes que formam cardumes e pequenos crustáceos.

A Baleia-de-Bryde foi extensivamente caçada em todo o mundo. No Brasil, capturas para fins comerciais ocorreram na região de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e na costa nordeste. Este tipo de caça continuou até 1986, quando a Comissão Internacional da Baleia (CIB) decretou a moratória a caça comercial desse animal. Atualmente, capturas acidentais em redes de pesca e a degradação do habitat, constituem as principais ameaças. Um relato da degradação de seu habitat ocorreu em janeiro de 1983, quando um macho foi encontrado na Baía da Guanabara, Rio de Janeiro. Seus pulmões e estômago, estavam cheios de óleo.

BALEIA-MINKE

NOME POPULAR:
Baleia-minke, Baleia-anã
NOME CIENTÍFICO:
Baleanoptera acutorostrata
TAMANHO:
8 a 10 metros de comprimento
PESO:
8 a 13 toneladas

Uma das menores espécies de baleias do mundo. Costumam viver em pequenos grupos e as vezes são vistas sozinhas. Sendo vistas em grupos somente no período de alimentação. São encontradas em águas tropicais, temperadas e frias de todos os oceanos, tanto em áreas costeiras como em oceânicas. Ocasionalmente, pode penetrar em baías e estuários em águas de pouca profundidade. No verão, alimenta-se próximo dos pólos, no inverno migra para regiões mais quentes para se reproduzir e criar seus filhotes. Em algumas regiões, são conhecidas populações residentes durante todo o ano, que realizam apenas pequenos deslocamentos. No Brasil, são vistas em toda costa.

Suas principais características: corpo afilado, esguio e hidrodinâmico. É a menor baleia existente dentro da ordem dos Misticetos. Sua coloração é preta ou cinza-escura no dorso, na região da barriga a coloração é branca. Em alguns indivíduos podem ocorrer manchas brancas em ambas as nadadeiras peitorais que são pequenas e pontudas. Alguns adultos apresentam marcas claras no corpo, acima das nadadeiras peitorais, em forma de parêntesis, como pode ser visto na ilustração. A nadadeira dorsal é alta e falcada e localiza-se atrás do meio do dorso. Apresenta de 50 a 70 pregas ventrais, que não chegam a se estender atrás do umbigo. A cabeça é estreita e pontiaguda, com apenas uma quilha central. Possui de 105 a 415 pares de barbatanas que medem cerca de 30cm e são de coloração branco-amarelada, cinza-escura ou preta. O borrifo é pouco definido em forma de coluna e atinge cerca de 2m de altura.

Existem dois tipos de baleias-minke no Hemisfério Sul que diferem de acordo com a cor padrão, caracteres morfométricos e coloração das barbatanas: a forma anã de menor tamanho, com mancha branca e a forma usual de maior tamanho e sem a mancha branca.

Sua maturidade sexual é atingida entre 7 e 8 anos. Sua gestação dura aproximadamente 10 meses. Com a amamentação durando de 4 a 6 meses. O filhote ao nascer pode pesar até 300Kg e medir 3 m. O intervalo médio entre as crias é de 2 anos.

Alimentam-se de krill, pequenos peixes que forma cardumes e lulas. Geralmente são encontradas sozinhas, em duplas ou em pequenos grupos. Grandes concentrações podem ocorrer nas áreas de alimentação. Ocasionalmente é vista na companhia de outras baleias e golfinhos. Nada rapidamente, quando salta fora da água, em geral, mergulha de cabeça sem provocar muito barulho. Raramente expõe a nadadeira caudal quando mergulha. As vocalizações incluem pulsos de baixa freqüência, estalos e cliques ultra-sônicos.

Apesar da moratória da caça de baleias ter sido decretada em 1986, proibindo a caça comercial de baleias no mundo. Atualmente a caça é realizada pelo Japão, Islândia e Noruega. Podem viver pelo menos 47 anos.

BALEIA-FIN

NOME POPULAR:
Baleia-fin, Rorqual ou Rorqual-de-aleta
NOME CIENTÍFICO:
Balaenoptera physalus
TAMANHO:
20 a 26 metros de comprimento
PESO:
45 a 75 toneladas

Caracterizadas pelas cores de seu corpo, que vai do cinza-escuro ao preto, vivem em grupos de 6 a 10 animais, na maioria das vezes em oceanos abertos. Porém, com sorte podem ser vistas próximas à costa. É mais freqüente serem vistas em águas temperadas, árticas e antárticas do que nas tropicais. Seu peso varia de 45 a 75 toneladas, porém no Hemisfério Sul são ainda maiores, podendo chegar até 100 toneladas. As fêmeas são em média maiores que os machos.

Apesar do tamanho, esta baleia lança-se completamente para fora da água. Esse comportamento parece estar relacionado com comunicação, que é também feita por emissão de sons de baixa freqüência, estalos e cliques ultra-sônicos. Esses sons podem ser ouvidos até a 25 km. Desloca-se até 32 km/h. Alimenta-se de krill, copépodes, outros invertebrados, arenques, pequenos peixes e lulas.

BALEIA-FRANCA

NOME POPULAR:
Baleia-franca, Baleia-franca-do-sul, Baleia-franca-austral, Baleia-preta, Baleia-lisa, Baleia-verdadeira
NOME CIENTÍFICO:
Eubalena australis
TAMANHO:
15 a 18 metros de comprimento
PESO:
40 a 80 toneladas

Uma das mais impressionantes baleias do mundo e como todas as outras, sabemos muito pouco sobre a espécie. Pesquisadores acreditam que a fêmea tenha filhotes de 3 a 4 anos. Alimenta-se basicamente de krill. Vivem geralmente em grupos de 3 indivíduos. Encontra-se distribuída em todos os oceanos do Hemisfério Sul. No Brasil, pode ser observada especialmente a poucos metros da costa durante os meses de inverno e primavera desde o Rio Grande do Sul até o sul da Bahia. O litoral de Santa Catarina representa uma importante área de concentração durante seu período migratório de reprodução devido as suas inúmeras baías e enseadas de águas calmas, que propiciam um habitat ideal para fêmeas acompanhadas de filhotes. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos.

Devido a sua maneira lenta de nadar, foi uma das espécies mais predadas em todo o mundo. Caracteriza-se por suas calosidades brancas e regiões ásperas na pele. Pode carregar pequenos animais presos a seu corpo, como piolhos de baleia e cracas, que aderem-se à sua cabeça e na região maxilar. Sua boca é grande e arqueada. A coloração é preta com manchas brancas no ventre. Possui de 205 a 270 pares de barbatanas que medem cerca de 2m de comprimento.

Vários machos copulam alternadamente com uma só fêmea. Sua gestação dura cerca de 10 meses. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer mede entre 4m a 6m. A amamentação dura aproximadamente um ano. O intervalo entre as crias é de 2 a 5 anos.

Apresenta geralmente hábitos costeiros, chegando a poucos metros da arrebentação, o que pode dar a falsa impressão de que está encalhando. Devido a espessa camada de gordura seu nado é lento e elas podem ficar horas boiadas na superfície. No entanto, podem surpreender com saltos e batidas de nadadeiras. Tem como seus principais inimigos naturais a orca e tubarões.

Geralmente, nada sozinha ou em pares de fêmea e filhote. Grupos maiores, de até 12 indivíduos, podem ser observados durante o período reprodutivo. São curiosas e se aproximam de embarcações. A baleia-franca foi um dos principais alvos da caça baleeira, o que levou a uma drástica redução de suas populações.

BALEIA-DE-CUVIER

NOME POPULAR:
Baleia-de-Cuvier, Baleia-bicuda-de-Cuvier
NOME CIENTÍFICO:
Zyphius cavirostris
TAMANHO:
7.5 metros de comprimento
PESO:
3 toneladas

Da família da Ziphiidae, podem ser encontradas em todos os oceanos, em águas tropicais e temperadas. No litoral brasileiro, já foram registrados aparecimentos no Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Fernando de Noronha. Suas principais características são, corpo longo e robusto. Cabeça pequena, sem distinção nítida do rosto, seu orifício respiratório é em forma de meia-lua. Suas nadadeiras peitorais são pequenas e a nadadeira dorsal deslocada para a região caudal do corpo.

Pode realizar mergulhos profundos e ficar submersa por mais de 40 minutos. Sua dieta é basicamente de lulas, peixes de águas profundas e ocasionalmente de crustáceos.

Possui corpo longo e robusto com a cabeça pequena, sem uma definição nítida do pequeno bico. A nadadeira dorsal pode ser triangular ou falcada e localiza-se após o centro do dorso. Possui dois sulcos em forma de "V" na região da garganta. Possui apenas dois dentes na mandíbula, que são visíveis mesmo quando o animal está com a boca fechada.

Sua gestação dura aproximadamente 16 meses, nasce apenas uma cria com cerca 2,5 metros.
Alimentam-se de lulas e peixes, ocasionalmente crustáceos e peixes.
Sofrem a caça por parte dos japoneses no Pacífico norte.

BALEIA-BRANCA

NOME POPULAR:
Baleia-branca
NOME CIENTÍFICO:
Balaena mysticetus
TAMANHO:
20 metros de comprimento
PESO:
70 toneladas

Outra espécie semelhante, e igualmente rara, é a baleia-branca. Caracterizada por sua cabeça que corresponde um terço do corpo. Está praticamente limitada ao oceano glacial Ártico. Recentemente foi localizada no mar do Japão. Também é protegida desde 1935 por leis internacionais; algumas raras capturas são permitidas anualmente aos esquimós. Parece que está recuperando-se no setor do Pacífico e até provavelmente na região Atlântica. A Comissão Baleeira, órgão com poderes de fixar a cada ano as cotas de captura para cada espécie de baleia, criou, em 1972, um projeto de controle internacional para garantir que frotas baleeiras e as estações de captura, com base em terra, respeitem estritamente a proibição de caçar baleias-boreais ou baleia-brancas. Porém, como em outros casos as leis não são respeitadas.

BALEIA-DE-ARNOUX

NOME POPULAR:
Baleia-de-Arnoux
NOME CIENTÍFICO:
Berardius amuxxi
TAMANHO:
11 metros de comprimento
PESO:
8 toneladas

(voltar)

Seus Parentes:

BOTO-CINZA

NOME POPULAR:
Boto-cinza, Boto-comum, Boto, Boto-de-manjuva e Tucuxi
NOME CIENTÍFICO:
Sotalia fluviatilis
TAMANHO:
1.7 a 2.2 metros de comprimento
PESO:
60 quilos

Ocorrem em dois ecotipos, o marinho e o fluvial. A forma marinha do boto-cinza prevalece em regiões tropicais e subtropicais costeiras da América do Sul e Central desde a Nicarágua até Santa Catarina. Costuma ocorrer em baías e desembocaduras de rios, em águas turvas. É a espécie típica da Baía Norte, em Santa Catarina, Baía de Guaratuba no Paraná, Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro e Baía de Todos os Santos, na Bahia. A forma fluvial é endêmica ocorrendo nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco.

É um dos menores cetáceos existentes. O bico apresenta tamanho moderado. Vários tons de cinza, em geral, com o dorso mais escuro e barriga clara, branca, rosada ou amarelada. A nadadeira dorsal é triangular, de tamanho moderado e situada próximo ao centro do dorso. As nadadeiras peitorais são ligeiramente pontudas de contorno suave. Possui de 52 a 72 pares de dentes pequenos e pouco afiados.

Ambos os sexos atingem maturidade sexual com cerca de 1,40m. A gestação dura cerca de 11 meses. Os filhotes nascem medindo de 0,8m a 1,0m. Podem ser vistos em grupos de 2 a 7 animais, no entanto, grandes agregações com cerca de 450 indivíduos já tenham sido registradas.

Desde novembro de 1997, um boto-cinza solitário e sociável tem sido observado em São Vicente, São Paulo. Esse animal, com cerca de 1,6m, aproxima-se com freqüência das embarcações de pesca e permite que as pessoas nadem nas suas proximidades. Outro caso muito curioso, é o de um pequeno cachorro que interage com grupos de botos-cinza no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, litoral sul de São Paulo, desde 1997. Os botos demonstram claramente aceitar a presença do cachorro dentro da água, inclusive tocando-o e suspendendo-o acima da superfície. As vocalizações dessa espécie incluem estalos e assobios.

Sua alimentação é basicamente de peixes, lulas e crustáceos.

Sua identificação é feita através de marcas e cicatrizes no bordo posterior da nadadeira dorsal. As marcas e cicatrizes ao longo do corpo, que os animais adquirem ao longo de suas vidas, podem ajudar, como complemento, a identificar distintos indivíduos.

As principais ameaças contra a espécie, são devido a seus hábitos costeiros, o boto-cinza sofre o turismo poderá vir a causar molestamentos e distúrbios. Desde 1996, um boto-cinza aceita alimentar-se de tainhas na mão de um pescador na região de Cananéia, São Paulo. Em anos recentes têm sido relativamente comuns casos de pessoas alimentando golfinhos selvagens em várias localidades do mundo. Essas atitudes podem ocasionar problemas tais como: mudanças no comportamento natural como na busca de alimentos e quebra de laços sociais, o que pode prejudicar a futura sobrevivência dos animais, perda de cautela e prudência em relação aos humanos.

BOTO-GLADIADOR

NOME POPULAR:
Boto-gladiador
NOME CIENTÍFICO:
Hyperoodon planifrons
TAMANHO:
8 metros de comprimento
PESO:
4 toneladas

BOTO-COR-DE-ROSA
NOME POPULAR
Boto-cor-de-rosa
NOME CIENTÍFICO
Inia geofrensis
TAMANHO
2 a 2.5 metros de comprimento
PESO
100 a 160 quilos
Rostro longo, melão bem destacado, olhos pequenos, corpo alongado, nadadeira dorsal reduzida a uma corcova baixa, nadadeiras peitorais largas, achatadas e flexíveis, a dentição é do tipo heterodonte. Podem ser vistos na Bacia do Amazonas, Brasil.

BOTO-DE-BURMEISTER
NOME POPULAR
Boto-de-Burmeister
NOME CIENTÍFICO
Phocoena spinipinnis
TAMANHO
1.5 metros de comprimento
PESO
40 a 75 quilos
Podem ser encontrados no Brasil, porém existem apenas dois registros de encalhe, um no Rio Grande do Sul e outro em Santa Catarina, na região sul do país. Possui rostro definido. Coloração escura e homogênea. Nadadeira dorsal triangular e deslocada.

GOLFINHO-COMUM

NOME POPULAR:
Golfinho-comum
NOME CIENTÍFICO:
Delphinus delphis
TAMANHO:
2.4 metros de comprimento
PESO:
70 a 110 quilos

Podem ser encontrados em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos, inclusive em mares interiores, como o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Mar Negro. Pode ser visto tanto em águas costeiras como em oceânicas, principalmente em regiões onde o relevo de fundo é bem acidentado. É comum a presença desta espécie próximo a borda da plataforma continental. No Brasil, ocorre desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste.

É caracterizado por seu corpo delgado e bico fino, seu dorso é escuro, e o ventre claro. Nas laterais do corpo, abaixo da nadadeira dorsal, forma-se um "V" escuro típico da espécie. Na frente do "V", entre a nadadeira peitoral e o bico, costuma haver uma mancha amarela. Na lateral posterior do corpo, entre o "V" e a cauda, existe uma mancha cinza. A região em volta dos olhos e a ponta superior do bico costumam ser negras, mas, visto de frente, o rostro pode ter a ponta branca. Muitas vezes a nadadeira dorsal possui uma mancha clara no centro, em ambos os lados. Possui de 80 a 120 pares de dentes pequenos e afiados.

A maturidade sexual das fêmeas acontece quando atingem cerca de 1,6m e dos machos com 1,7m. A gestação dura de 10 a 11 meses. Filhotes nascem com cerca de 0,8 a 0,9 m. A amamentação dura pelo menos 14 meses. O intervalo entre as crias é de dois a três anos. Pode viver mais de 20 anos. Alimentam-se de peixes e lulas. Seus principais inimigos naturais são os tubarões e as orcas.

Comportamento e hábitos: Forma grandes grupos constituídos por animais de ambos os sexos e todas as classes de idade, mas também pode haver alguma segregação sexual. Em regiões profundas, os grupos podem ter centenas ou até milhares de animais. Em regiões costeiras o tamanho de grupo varia entre 10 a 500 indivíduos. Esta espécie apresenta fortes vínculos sociais. Pode formar grupos mistos com outros cetáceos. São ágeis, velozes e acrobatas. Saltam e nadam na proa de embarcações. As vocalizações incluem vários estalos e assobios. Sabe-se que o golfinho-comum pode mergulhar até 280 m, ficando submerso por cerca de oito minutos.

Os maiores massacres provavelmente já sofridos por esta espécie ocorreram no Mar Negro, quando as companhias de pesca russas e turcas capturavam deliberadamente mais de 100 mil animais por ano. Com o passar do tempo, esta população foi declinando e a captura foi diminuindo, até que os dois países interromperam a caça em 1988.

GOLFINHO-FLIPER

NOME POPULAR:
Golfinho-fliper, Boto, Golfinho-nariz-de-garrafa
NOME CIENTÍFICO:
Tursiosps truncatus
TAMANHO:
3.6 a 3.8 metros de comprimento
PESO:
640 quilos

São encontrados em águas tropicais, subtropicais e temperadas de todos os oceanos. Pode ser encontrado tanto em águas costeiras como em oceânicas bem como mares fechados, como o Mar Negro, Mar Vermelho e Mediterrâneo. Também pode ocorrer em estuários, lagoas e canais, e ocasionalmente penetra em rios. No Brasil, ocorre desde o rio grande do Sul até a costa nordeste. Populações oceânicas podem realizar migrações sazonais enquanto as costeiras geralmente são oceânicas.

Com um corpo robusto, sua coloração varia bastante entre as diferentes populações. O dorso em geral varia entre cinza-claro e cinza-escuro, e vai clareando nas laterais em direção à barriga, que é clara - branca ou rosada -, pode apresentar manto dorsal definido por coloração mais escura, e algumas vezes o manto é interrompido, abaixo da nadadeira dorsal, por uma entrada mais clara. É comum haver pintas e manchas pelo corpo. A região ao redor dos olhos é mais escura. Os adultos costumam ser muito arranhados. A nadadeira dorsal é alta e falcada, com base larga. As nadadeiras peitorais são pontudas e de tamanho moderado. O bico é curto, largo e bem separado da cabeça. Apresenta de 40 a 56 pares de dentes grossos e pouco afiados.

Podem ser vistos em grupos, desde pares até centenas de indivíduos. São raras as aparições de animais solitários. Seu contato com o ser humano quase sempre é pacifico, porém um caso único no mundo, ocorrido em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, mudou esta história. O Golfinho-fliper, com cerca de 2,5m recebeu o nome de "Tião". Devido a ignorância dos banhistas que o molestavam freqüentemente, "Tião" acabou matando um banhista.

Sua alimentação é a base de crustáceos, peixes e lulas. Sua identificação é feita através de marcas e cicatrizes no bordo posterior da nadadeira dorsal. As marcas e cicatrizes ao longo do corpo que os animais adquirem ao longo de suas vidas podem ajudar, como complemento, a identificar distintos indivíduos. Os pescadores inclusive conhecem cada golfinho através de marcas pelo corpo e forma da nadadeira dorsal. A maioria deles tem nomes dados pelos pescadores.

O Golfinho-fliper foi a espécie que iniciou as pesquisas com cetáceos em cativeiro, em 1914. Desde então ele se transformou em objeto de inúmeros estudos sobre comportamento e fisiologia, que fizeram com que o conhecimento sobre os cetáceos fosse ampliado. É um dos cetáceos que mais bem se adaptam em cativeiro. São exibidos em oceanários em várias partes do mundo e são inclusive utilizados em programas militares e de terapias.

Um seriado de TV transformou a espécie conhecida no mundo inteiro com o nome de "Flipper".

Em cativeiro, o Golfinho-fliper pode cruzar com outras espécies e produzir filhotes híbridos. As espécies envolvidas foram o golfinho-de-dentes-rugosos, a baleia-piloto, a falsa-orca e o golfinho-de-risso. Das duas últimas espécies, também existem filhotes híbridos que já foram descobertos na natureza. Os filhotes nascem medindo entre 0,8 e 1,2m e pesam cerca de 10 Kg. A amamentação dura aproximadamente um ano, mas o filhote pode começar a ingerir alimentos sólidos antes dos seis meses.

GOLFINHO-PINTADO-DO-ATLÂNTICO

NOME POPULAR:
Golfinho-pintado-do-Atlântico e Toninha-pintada
NOME CIENTÍFICO:
Stenella frontalis
TAMANHO:
1.6 a 2.2 metros de comprimento
PESO:
39 a 143 quilos

Podem ser encontrados em águas tropicais, subtropicais e temperadas quentes do Oceano Atlântico, tanto em águas costeiras quanto em oceânicas. No Brasil, existem registros no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará.

Os indivíduos adultos apresentam pintas claras no dorso e escuras na barriga. O grau de pintas nos adultos é extremamente variável, tanto individualmente quanto geograficamente. Filhotes nascem cinza-claro e as pintas vão aparecendo com a idade geralmente da barriga para o dorso. A ponta do bico é relativamente fina e branca. O manto dorsal cinza-escuro possui uma mancha clara pontiaguda rompendo seu desenho arredondado logo abaixo da nadadeira dorsal. A nadadeira dorsal é alta e falcada. As nadadeiras peitorais são pontudas e proporcionais ao tamanho do corpo. A região ao redor dos olhos, normalmente é escura. Possuem de 60 a 80 dentes cônicos. A forma costeira é maior, mais robusta e mais pintada do que a oceânica. No Brasil, provavelmente existem as duas formas, mas ainda torna-se necessária uma confirmação.

Vivem em grupos de vários tamanhos segregados em subgrupos por sexo e classe de idade. Em áreas costeiras podem formar grupos de até 80 indivíduos, embora sejam mais comuns grupos contendo entre 5 e 15 animais. Alimentam-se de peixes e lulas.

Tem sua maturidade sexual entre 6 e 11 anos, tanto para fêmeas como para machos.

A gestação dura cerca de um ano. Filhotes nascem medindo entre 0,8m e 1,2m, a amamentação dura cerca de um ano e o intervalo entre as crias é de 3 anos. Podem viver até 50 anos de idade.

GOLFINHO-DE-DENTES-RUGOSOS

NOME POPULAR:
Golfinho-de-dentes-rugosos
NOME CIENTÍFICO:
Steno bredanensis
TAMANHO:
2.70 a 2.85 metros de comprimento
PESO:
160 quilos

Formam grupos pequenos, de no máximo 50 indivíduos, sendo mais comumente observados os grupos de 10 a 20 animais. Também pode formar grupos mistos com outros cetáceos. É um golfinho especialmente inteligente. Costuma nadar na proa de embarcações e muitas vezes é visto carregando objetos sobre a cabeça, presos às nadadeiras ou ao bico. Possuem uma notável atração por objetos flutuantes e uma extraordinária capacidade manipulativa. Seu nome é proveniente das características de seus dentes derivados de diversas estrias, finas e verticais, encontradas nos seus 20 a 27 pares de dentes. Esta característica é única entre todos os cetáceos, que possuem dentes lisos, entre eles a toninha.

Possui dorso escuro, cinza ou marrom, e barriga clara, branca ou rosada. Apresenta no dorso uma estreita faixa cinza-escura bem definida formando um manto com um formato de ampulheta. A ponta do bico e os lábios são brancos. Costuma ter muitas manchas e arranhões pelo corpo entre a cabeça e o bico.

Podem ser encontrados em regiões tropicais e temperadas quentes de todos os oceanos. É considerado um animal típico de águas oceânicas. No Brasil, em águas costeiras, incluindo ilhas, canais, baías e regiões recifais. Sua distribuição abrange uma grande faixa de nosso litoral, desde o Rio Grande do Sul até o Ceará.

A maturidade sexual de machos e fêmeas é alcançada a partir de 14 anos para os machos e 10 anos para as fêmeas.

As fêmeas dão à luz apenas um filhote, após uma gestação de cerca de 10 ou 11 meses. O filhote nasce medindo cerca de 1,0 m. A mãe é especialmente atenciosa e carinhosa com a cria, da qual não se afasta nos primeiros dois anos após o nascimento. Podem viver pelo menos 32 anos.

Alimentam-se de peixes, lulas e polvos. Enquanto estão se alimentando, os golfinhos costumam dar saltos e batidas de cauda para concentrar a presa, usando táticas de pesca muito interessantes. Apresenta o curioso costume de sacudir a cabeça na superfície da água com a presa segura pelo seu rostro.

GOLFINHO-CABEÇA-DE MELÃO
NOME POPULAR

Golfinho-cabeça-de-melão
NOME CIENTÍFICO
Peponocephala electra
TAMANHO
2.5 metros de comprimento
PESO
160 quilos
Pode ser encontrado no Brasil, existem alguns registros de encalhe na Bahia e em Fernando de Noronha. São caracterizados por sua cabeça arredondada, nadadeira dorsal alta e falcada, peitorais compridas e pontudas. Possui coloração escura.

GOLFINHO-TONINHA
NOME POPULAR

Golfinho-toninha ou Franciscana
NOME CIENTÍFICO
Pontoporia blainvillei
TAMANHO
1.2 a 1.7 metros de comprimento
PESO
45 quilos
Possui o rostro extremamente afilado e longo, nadadeiras peitorais curtas e largas, dorsal pequena e triangular. São encontrados em toda costa brasileira, com concentração no litoral sul do país.

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O Que São:

Quem arriscou um "peixe", passou longe, baleias são mamíferos, não peixes. Porém, para a indústria baleeira, elas não passam de um peixe grande. São como os demais mamíferos, inclusive o homem, respiram através de pulmões, possuem sangue quente, tem um processo de gestação longo e quando dão luz seus filhotes já estão desenvolvidos, crescem sendo amamentados por suas mães. Normalmente um filhote nasce a cada um ou dois anos, sendo necessário cuidados maternais, até que possa sobreviver sozinho, só após muitos anos atinge a maturidade. E esse é apenas um dos inúmeros motivos, que sua recuperação no meio ambiente seja tão difícil, a exploração comercial é bem mais rápida que a natureza nesse caso. Ainda pouco se sabe sobre os aspectos biológicos das baleias, com uma vida completamente adaptada a água, quando submersas comunicam-se através de uma série complexa de estalos, cliques e assobios. As jubartes, por exemplo, são famosas por sua comunicação parecer uma "canção", melodias que os machos fazem durante a época de acasalamento e que dura um longo período. Existem 12 espécies de baleias chamadas de "verdadeiras". Possuem barbatanas no lugar de dentes, em vez de mastigarem, filtram o alimento da água, porém existem suas exceções como é o caso da orca e a beluga.

Você deve ter estranhado algumas espécies de botos e golfinhos que estão relacionados acima, na verdade estão lá por dois motivos: primeiro porque são parentes das baleias e segundo lugar, por terem este parentesco a redação achou que para sua maior comodidade na pesquisa estas espécies deveriam ser relacionadas na mesma matéria.

Algumas espécies são encontradas em grandes grupos com uma forte organização social, na qual os indivíduos protegem outros que estão doentes, quando ainda são jovens ou quando se alimentam. Após décadas de pesquisa, ainda não se pode ter dados construtivos sobre a taxa de crescimento da população de baleias, da mesma forma que estudos sobre a natalidade ou das taxas de mortalidade natural dos filhotes ou de animais jovens também não podem ser exatas. Mesmo hoje com tanta tecnologia, a contagem desses animais ainda são estimativas, sendo muito difícil determinar um número exato nesta questão. E para piorar a situação a indústria baleeira não reconhece esse problema. Determinando estimativas a favor da caça.

É bem simples saber que a caça as baleias favorece uma parcela muito pequena da população mundial, quantas pessoas já comeram ou já utilizaram algum produto derivado desses animais, ou ainda, qual seria a necessidade do consumo da baleia, com incrível quantidade e diversidade de alimentos que há em nosso planeta e nunca é demais lembrar que se pessoas e são milhões ainda passam fome nos dias de hoje, este problema reflete somente em questões sociais, ou seja, uma má distribuição de renda, afinal a produção de alimentos do planeta é mais que suficiente para a população que vive hoje no planeta. Por isso a questão da caça às baleias, vai além de um simples romantismo de ecologistas como pensam muitos. Apesar de muitas pessoas ainda não acreditarem, o desaparecimento desses animais de nosso ecossistema afetará o próprio homem, como acontece em todos os outros casos de extinção de animais, as pessoas precisam saber um pouco mais sobre cadeia alimentar, ecossistema e meio ambiente, porque essas expressões não são apenas lembranças das aulas de biologia. A questão é bem simples: Porque protegê-las? Eu responderei ao primeiro que me disser porque não.

Mais curiosidades:

  • As baleias respiram por buracos no topo da cabeça, as que não possuem dentes apresentam dois orifícios, as com dentes apenas um.
  • Os cetáceos eram mamíferos terrestres que retornaram à água há cerca de 55 milhões de anos, a evolução da espécie transformou seus membros anteriores em nadadeiras.
  • O maior cetáceo já encontrado foi uma baleia-azul de 31 metros de comprimento.
  • Não gostam de águas turvas e enxergam muito bem, orientando-se pela visão e por uma espécie de sonar, emitindo o som e aguardando o eco.
  • Sob sua pele, há uma espessa camada de gordura que funciona como isolante térmico e reserva de alimento.
  • O turismo destinado à observação das baleias movimenta em média por ano cerca de US$ 1 bilhão.
  • Os navios baleeiros japoneses, após a caça, preparam o animal para o comércio em duas horas.
  • Japoneses faturam em média US$ 40 milhões por ano com a atividade da caça.
  • Seis espécies estão ameaçadas de extinção: a franca, a jubarte, a azul, a fin e a sei.

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A Caça:

A caça de baleias já é vista nos oceanos do planeta há muito tempo, seus fins comerciais começaram no início do século XII, na região do Golfo de Biscaia, no Atlântico Norte, próximo às costas espanhola e francesa. No final do século XIX, ainda com a utilização de arpões de mão dizimaram populações de baleias que viviam nos oceanos do Hemisfério Sul. Entre os países que participaram da caça estão os Estados Unidos, Noruega, Japão, Rússia e Inglaterra, todos países de primeiro mundo. A partir de 1920, a situação ficou ainda mais critica, após a atividade baleeira adquirir características industriais. Foi criada uma arma ainda mais eficiente na captura dos cetáceos, arpões com granadas explosivas nas extremidades, que ao serem lançadas de um canhão, era possível acertar e matar a baleia com maior precisão e êxito, independente de seu tamanho. Nesse mesmo período foi criado o navio-fábrica, uma gigantesca embarcação, onde podem içar o animal inteiro e produzir ali mesmo barris de óleo, toneladas de carne entre outros produtos, tudo num período de duas horas, em média. A chacina foi tão grande que em 1931, somente na estação de caça, cerca de 30.000 baleias foram mortas, entre elas estava a baleia-franca-do-norte, que durante este período, quase foram extintas devido à rapidez que estavam sendo mortas. Nesta época a caça era praticamente feita em todos os oceanos, inclusive na costa brasileira.
 
 
Nossas águas serviram a caça desde o século XVII, com predominância da caça artesanal que estendeu-se do litoral sul da Bahia até a Paraíba. O período industrial teve início após a criação da COPESBRA, em 1910, uma empresa nipo-brasileira com o monopólio da atividade baleeira. A empresa operou em águas brasileiras até 1986, quando o então presidente José Sarney sancionou a lei que proíbe a caça de baleias no litoral brasileiro. Mas o saldo da destruição foi imenso, durante os 75 anos de atuação no Brasil, a COPESBRA abateu cerca de 22.000 baleias de todas as espécies, segundo registros deixados pela própria empresa.

Para se ter uma idéia, a baleia-fin tinha uma população de cerca de 100.000 indivíduos, hoje não passam de 2.000 no Oceano Antártico, outro exemplo, as baleias-azuis eram 250.000 indivíduos, hoje não chegam a 400 vivendo na mesma região. Estes dois casos são vistos seriamente com a possibilidade de desaparecerem do planeta.

Com o forte declínio das populações de baleias, a industria foi forçada a regulamentar a caça ao redor do mundo. Em 1946, a Comissão Baleeira Internacional (CBI), com o objetivo de preservar as baleias, para que pudessem ser "devidamente exploradas", criou um "efeito dominó", que funcionava da seguinte forma: quando uma espécie estava a beira da extinção, procuravam caçar outra espécie e, claro, com o passar dos anos todas entram na lista de ameaçadas de extinção. Só neste século, foram mortas cerca de 2 milhões de baleias, cerca de 50 a 60.000 baleias por ano durante o período de caça comercial mundial, que teve seu ápice em 1961, quando a indústria atingiu a terrível marca de 70.000 animais mortos. Somente em 1986, a CBI declarou moratória por tempo indeterminado para a caça da baleia. Mesmo assim, desde que a moratória foi declarada, 14.000 baleias já foram mortas, sendo a metade de responsabilidade do Japão. Utilizando do argumento de "caça científica", essa é uma das desculpas mais hipócritas e mentirosas que já se ouviu sobre questões de meio ambiente.
 
 
Alegam que coletam dados sobre o tamanho, peso, estrutura das populações e outras informações biológicas, porém, todos sabem que tais informações poderiam ser obtidas através e pesquisas que não precisariam envolver a morte do animal. Outro país responsável pela matanças das baleias é a Noruega, que contesta abertamente a moratória e caça cerca de 500 baleias-minke por ano, com expectativa de aumento dessa cota para 2.000 animais. A Islândia, retirou-se da CBI em junho de 1992. Os dois países justificam a caça como sendo tradições em seus territórios e seus governos argumentam, que realizam uma caça sustentável e que a carne de baleia possui fontes de proteína ambientalmente correta.
 
 

Quem são os caçadores tradicionais das baleias:

  • Populações indígenas da América do Norte, Groelândia e Rússia, capturam as baleias de forma artesanal, entre as capturadas estão a minke, a fin e a jubarte.
  • Noruega retornou a caça comercial em 1993, pressionam pelo fim da moratória que proíbe a exportação da carne e gordura das baleias.
  • Japão, entre os anos 2000 e 2001 já caçou cerca de 560 exemplares, "para fins científicos", um quilo de baleia chega a custar cerca de US$ 57 no mercado japonês. Ainda pressionam para que a caça se estenda até o oceano Antártico, onde esta localizado um santuário desde 1994.

Como votam os membros da CBI
(Comissão Internacional da Baleia)

  • PELA ABERTURA IMEDIATA DA CAÇA
    Noruega, Japão, Coréia do Sul, Rússia, China, Ilhas Salomão, Antígua, Barbuda, São Cristovão, Névis, Santa Lúcia, São Vicente, Granadinas, Granada e Dominica
  • A FAVOR DO MANEJO SUSTENTÁVEL (ADMITEM EM PRINCIPIO A REABERTURA DA CAÇA)
    Dinamarca, Suécia, Finlândia, México, Irlanda, Chile, África do Sul, Espanha, Suíça e Omã
  • A FAVOR DA PROIBIÇÃO TOTAL À CAÇA
    Brasil, EUA, Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália, Mônaco, Holanda, Argentina, França, Alemanha, Itália, Áustria e Índia

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Cronologia

PRIMEIRA PARTICIPAÇÃO DO GREENPEACE CONTRA A CAÇA DE BALEIAS
27 de junho de 1975

Um bote inflável da ONG Greenpeace, posicionou-se entre o navio baleeiro russo Vlatny e uma baleia-cachalote, a fim de impedir a captura do animal.

BRASIL ESTÁ NO CAMINHO CERTO
28 de maio de 1999

Uma proposta formal do governo brasileiro foi apresentada à CBI, em Granada no Caribe. Cumprindo sua promessa que entregar o documento em tempo hábil para apreciação da Comissão, porém o governo argentino manifestou-se afirmando que só apoia a criação do santuário se ele excluir a ZEE (Zona Econômica Exclusiva).

ABAIXO-ASSINADO A FAVOR DA CRIAÇÃO DO SANTUÁRIO CHEGA A 300.000
dezembro de 1999

O Greenpeace consegui reunir 300.000 assinaturas de brasileiros, a favor da criação do santuário do Atlântico Sul. A estimativa é que esse número chegue a 1 milhão de assinaturas até junho do próximo ano, para que seja apresentado a CBI na reunião.

ITAMARATY RECEBE 360.000 ASSINATURAS A FAVOR DO SANTUÁRIO
junho de 2000

A Esplanada dos Ministérios, foi palco de uma manifestação do Greenpeace, cerca de vinte ativistas acompanhados de uma baleia inflável e um abaixo-assinado com 360.000 assinaturas que foi entregue ao Ministério de Relações Exteriores em favor da criação do santuário do Atlântico Sul. A proposta da criação do santuário foi encaminhada pelo Brasil à Comissão, porém não foi votada na assembléias da entidade. O Brasil, também quase ficou de fora da reunião, por atrasar o pagamento de sua contribuição, o que foi solucionado após pressão de ONGs.

POPULAÇÃO DE BALEIAS É REDUZIDA
outubro de 2000

A população das baleias-sei e baleias-de-Bryde continua reduzida no litoral nordestino, mesmo com a proibição da caça de cetáceos no Brasil, em 1987.

Expedição científica realizada entre a Bahia e o Rio Grande do Norte constatou um número reduzido dessas espécies. O resultado, que está sendo apresentado na Reunião de Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul, na Argentina, indica que os estoques ainda não se recuperaram do declínio populacional resultante da caça.

De acordo com a coordenadora do cruzeiro, Jesuína Maria da Rocha, eram caçadas por ano de 200 a 300 baleias-sei na década de 50. "Agora identificamos apenas duas", afirma a pesquisadora. Já para a baleia-jubarte, o tempo parece ter sido suficiente para a sua recuperação em termos de população. A estimativa dos estudiosos é que haja de 400 a 800 indivíduos na plataforma continental, a parte mais perto da costa.
"Os números demonstram que a espécie está retornando a áreas históricas de distribuição", afirma Jesuína, que é engenheira de pesca do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo ela, a presença de fêmeas com filhotes recém-nascidos demonstra que a espécie utiliza a região como berçário.

As baleias são observadas em maior quantidade entre os meses de agosto e setembro na costa nordestina. O objetivo dos cruzeiros, iniciados em 1998, é nortear uma estratégia de conservação de baleias. "O manejo das baleias só pode ser proposto quando conhecermos os dados sobre sua abundância e distribuição", explica Jesuína. Três cruzeiros já foram realizados, num total de 3.400 milhas percorridas, identificando seis espécies de baleia e doze de golfinhos.

A minke, espécie mais caçada na década de 70, também está começando a recuperar os seus estoques. A baleia-minke-antártica, que ocorre em águas oceânicas, foi considerada abundante, enquanto a baleia-minke-anã é mais rara, estando restrita às áreas costeiras. O dado também será apresentado na reunião de especialistas que começou ontem, em Buenos Aires, e prossegue até sexta-feira.

EMPRESA DE CELULOSE É NOVO INIMIGO DAS BALEIAS NO BRASIL
8 de fevereiro de 2001

Um projeto da empresa de celulose Aracruz, que tem sede no Espírito Santo, pretende colocar em prática a "construção" da hidrovia. Hoje cerca de 100 caminhões transportam eucaliptos para a Bahia. O problema é que justamente onde passaria a hidrovia, é uma APA (Área de Proteção Ambiental) da Ponta da Baleia-Abrolhos e está a 60 quilometros do Parque Nacional de Abrolhos, um dos maiores santuários ecológicos do país e onde baleias-jubarte reproduzem.

BRASIL E AUSTRÁLIA PROPÕEM CRIAÇÃO DE SANTUÁRIOS
22 de julho de 2001

Brasil e Austrália deverão propor a criação de dois santuários, um no Atlântico Sul e outro no Pacífico Sul. Se forem aprovados, eles tornarão a vida de países com Noruega e Japão bem mais difíceis nesse segmento. Uma das declarações mais "interessantes" ouvidas na conferência foi dada por um japonês Masayeku Komatsu, sobre a ajuda à outros países: "não vejo nada de errado em ajudar países pobres", em relação as baleias-minke: "O Japão não tem força militar, diferentemente dos Estados Unidos e da Austrália, as baleias-minke eram as 'baratas dos oceanos'", devida a grande quantidade que havia.

ISLÂNDIA É EXCLUÍDA DA CBI POR TENTAR DERRUBAR A PROIBIÇÃO À CAÇA
24 de julho de 2001

A Islândia, uma das defensoras da liberação da caça à baleia, foi punida por se recusar a assinar um banimento da prática. Junto com Noruega e Japão, o país tentou derrubar a proibição à caça, que já vigora desde 1986. A Comissão votou para saber se a Islândia deveria ser punida pela atitude. Como resultado, a readmissão do país foi colocada em suspensão, a Islândia passou a ser vista como observadora.

JAPÃO É ACUSADO DE MANIPULAR VOTAÇÃO DO SANTUÁRIO
25 de julho de 2001

As propostas para a criação de mais dois novos santuários de baleias no hemisfério sul foram rejeitadas ontem pela Comissão Internacional da Baleia em sua 53ª reunião anual, em Londres, Inglaterra. Está foi a segunda vez que a proposta foi rejeitada. Algumas organizações acusam o Japão, um dos maiores interessados na liberação da caça às baleias, de manipular as votações. O International Fund for Animal Welfare, classificou a votação "como um leilão". O Greenpeace também criticou o Japão, por admitir ter oferecido ajuda a países para influenciar a votação.

NORUEGA É CRITICADA POR CAÇA À BALEIAS
26 de julho de 2001

A CBI (Comissão Baleeira Internacional) aprovou ontem um documento criticando a Noruega pela caça de baleias-minke, por ter reiniciado a exportação de sua carne e gordura. A comissão pediu o governo norueguês que interrompa imediatamente as atividades de caça e exportação de produtos originários da caça desses animais.

IMPACTO DE BALEIA SOBRE PESCA TERÁ ESTUDO
27 de julho de 2001

Países favoráveis e contrários à caça à baleia enterraram temporariamente suas diferenças e concordaram, por unanimidade, encomendar um estudo que avalie o impacto desses cetáceos sobre os estoques de peixe para o consumo humano. O estudo é uma demanda do Japão, o maior consumidor de peixes do mundo. Esta foi a única decisão concreta tomada na 53ª reunião da CBI. Segundo os japoneses os cetáceos estão competindo com os humanos pelos estoques de peixe. Com o aumento do número de baleias após a moratória à caça, a competição tenderia a se agravar.

O Japão diz que as baleias estão consumindo até 500 milhões de toneladas de peixe por ano, cinco vezes mais que os humanos. Os EUA, um dos líderes conservacionistas, afirmam que esses mamíferos não comem grandes quantidades de peixe, portanto não são ameaças aos estoques. Ambos os países esperam que estudo comprove suas teses.

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Santuários

Apesar do repúdio da comunidade internacional e da pressão de várias organizações não-governamentais, o Japão ainda exerce a caça às baleias. Mesmo após a proteção da moratória à caça comercial, declarada em 1986, a maioria das espécies de baleias continua ameaçada devido às inúmeras tentativas de reabertura das atividades de caça. Muitos países, cujas as economias estão sendo financiadas pelo Japão prometem apoiar a o retorno a liberação da caça. Uma das maneiras de se proteger as baleias tem sido a criação de santuários, refúgios que garantem uma chance de recuperação para as populações ameaçadas.

Atualmente existem dois santuários criados pela CBI, o Santuário do Oceano Índico criado em 1970, e o Santuário do Oceano Antártico, criado em 1994. Porém, a condição de santuário dessas regiões é temporário, devendo ser reavaliado dentro de períodos determinados pela CBI. Para piorar ainda mais a situação, o Santuário da Antártica tem sido sistematicamente desrespeitado pelo Japão, que caça em torno de 440 baleias-minke na região.

Em maio de 1998, a delegação do governo presente à 50ª reunião anual da CBI manifestou interesse na criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul. Alguns motivos importantes justificam a criação da área de proteção:

A criação do santuário aumentaria consideravelmente a permanência das baleias no planeta;
A movimentação das embarcações baleeiras rumo à Antártica seria dificultada;
Durante os meses de junho a setembro, muitas espécies de baleias migram para a costa brasileira. Procurando águas mais quentes. Para se ter idéia do fluxo, das oito espécies de baleias com barbatanas existentes no planeta, 7 ocorrem em águas brasileiras, são elas: baleia-franca, baleia-azul, baleia-fin, baleia-sei, baleia-de-bryde, baleia-jubarte e baleia-minke.
 

1 - SANTUÁRIO DO PACIFICO SUL
(SUGERIDO POR BRASIL E AUSTRÁLIA)

2 - SANTUÁRIO DE BALEIAS DO ATLÂNTICO SUL (SUGERIDO POR BRASIL E AUSTRÁLIA)

3 - SANTUÁRIO DA ANTÁRTICA
(EXISTENTE)

4 - SANTUÁRIO DO OCEANO ÍNDICO (EXISTENTE)

 


MAIS INFORMAÇÕES:
www.greenpeace.org.br
www.cetacea.org
Pick-upau – 2001 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

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