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                                    PESCADORES DE LAGOSTA TÊM 
                                      ATÉ ABRIL PARA SUBSTITUIR EQUIPAMENTOS 
                                      PREDATÓRIOS 
                                    Panorama 
                                      Ambiental 
                                      Brasília (DF) – Brasil 
                                      Março de 2005 
                                    | 
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                            01/03/2005 - Para 
                              dar fim à pesca predatória da lagosta 
                              no nordeste do Brasil, o governo proibiu o uso da 
                              caçoeira (que captura lagostas de qualquer 
                              tamanho, causando ainda prejuízos ao fundo 
                              marinho), mais conhecida como rede de espera. Os 
                              pescadores terão até o final de abril 
                              para a substituição do equipamento.
                              Quando a temporada de pesca da lagosta começar, 
                              em 1° de maio, a única forma de captura 
                              permitida será pelo manzuá (armadilha 
                              feita de palha na qual a lagosta entra e não 
                              consegue sair). Para isso, a Secretaria Especial 
                              de Aqüicultura e Pesca disponibilizará 
                              linhas de crédito para a troca da caçoeira, 
                              possibilitando assim a proteção do 
                              estoque pesqueiro do crustáceo.
                              Segundo o sub-secretário de Planejamento 
                              de Aqüicultura e Pesca, Davi Lourenço, 
                              só no litoral do Ceará o crédito, 
                              com recursos do Banco do Nordeste, beneficiará 
                              aproximadamente 1.500 pescadores. 
                              "O Banco do Nordeste estaria apoiando a Secretaria 
                              Especial de Aqüicultura e Pesca nessa iniciativa 
                              de cunho de proteção ambiental, financiando 
                              através do Pronaf-B (Programa Nacional de 
                              Fortalecimento da Agricultura Familiar) esses pescadores", 
                              afirmou. 
                              As comunidades de pesca da lagosta no Ceará 
                              também estão lutando pelo fim da pesca 
                              predatória no estado. Na última sexta-feira 
                              (25) foi lançada a campanha A lagosta não 
                              pode acabar!. A intenção dos pescadores 
                              é o fim da pesca com compressor, prática 
                              que captura lagosta miúda, impedindo a espécie 
                              de se reproduzir no meio ambiente. 
                              O pescador e coordenador da campanha, José 
                              Alberto Ribeiro, diz que além da luta contra 
                              o uso do compressor, ele está consciente 
                              da mudança determinada pelo governo e que 
                              vai optar pelo uso do manzuá.
                              "Eu que sou pescador profissional e pesco em 
                              embarcações pequenas, já tive 
                              a sorte de pescar com os dois tipos de armadilha, 
                              tanto com a rede de espera quanto com a armadilha 
                              de manzuá. E eu digo o seguinte, quando nós 
                              todos nos acostumarmos a pescar com a armadilha 
                              manzuá, nós mesmos não vamos 
                              querer voltar para a rede, porque o esforço 
                              físico feito a bordo com o manzuá 
                              é bem menor do que com a rede". 
                              A pesca da lagosta envolve uma mão-de-obra 
                              de cerca de 100 mil pessoas em todo o Nordeste. 
                              O crustáceo é um destaque na exportação 
                              de pescado. Só no ano passado foi gerada 
                              um receita de US$ 20 milhões para o Brasil, 
                              28% superior à de 2003.
                             Fonte: Agência Brasil - 
                              Radiobras (www.radiobras.gov.br)
                              Suzana Leite