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                                    STJ ANALISARÁ PEDIDO 
                                      DE FEDERALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO 
                                      E JULGAMENTO DO ASSASSINATO DE DOROTHY 
                                    Panorama 
                                      Ambiental 
                                      Brasília (DF) – Brasil 
                                      Março de 2005 
                                    | 
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                            A solicitação 
                              feita pelo procurador-Geral da República, 
                              Cláudio Fonteles, para federalizar a investigação 
                              e o julgamento do assassinato da missionária 
                              Dorothy Stang, tem o apoio do Superior Tribunal 
                              de Justiça (STJ), que irá analisar 
                              se competência sobre o caso é estadual 
                              ou federal. 
                              A ministra Eliana Calmon, do STJ, afirma que aparentemente 
                              o crime é da jurisdição da 
                              União. "É com base nos direitos 
                              humanos defendidos pela freira que o procurador 
                              deve puxar a competência para a área 
                              federal", analisa. Conforme a ministra, o texto 
                              da Emenda Constitucional 45, que prevê a transferência 
                              dos casos envolvendo direitos humanos para a esfera 
                              federal, é auto-aplicável, ou seja, 
                              não precisa de regulamentação.
                              Representantes da Comissão Nacional de Direitos 
                              Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e 
                              da Associação Nacional dos Procuradores 
                              da República (ANPR) defendem a federalização. 
                              A argumentação favorável à 
                              mudança é a mesma para a Central Única 
                              dos Trabalhadores (CUT) e a Confederação 
                              Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag): 
                              o assassinato é um crime contra os direitos 
                              humanos. 
                              Para o antropólogo e sociólogo Antonio 
                              Flávio Testa, professor da Universidade de 
                              Brasília, a federalização desse 
                              tipo de crime é positiva porque "à 
                              medida que há pressão nacional da 
                              mídia e de organizações civis, 
                              o Estado precisa mostrar soluções 
                              eficazes". Enquanto o STJ não se pronunciar 
                              sobre o pedido de Fonteles, as investigações 
                              são realizadas pela Polícia Federal 
                              e pela Civil.
                              Os acusados do assassinato da freira – Rayfran das 
                              Neves Sales, o Fogoió; Clodoaldo Carlos Batista, 
                              o Eduardo; e o fazendeiro Vítor Miro Bastos 
                              de Moura, o Bida – foram transferidos ontem da prisão 
                              na cidade de Altamira (PA) para o presídio 
                              de segurança máxima de Americano, 
                              em Santa Isabel do Pará. 
                              Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros na 
                              manhã do dia 12 de fevereiro, quando ia para 
                              um encontro onde seria organizado um mutirão 
                              para construção de um salão 
                              comunitário no assentamento Esperança, 
                              a 45 quilômetros de Anapu (PA). Ela morava 
                              na região há 27 anos.
                             Fonte: Agência Brasil - 
                              Radiobras (www.radiobras.gov.br)
                              Lilian de Macedo