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                                    PASTORAL DA CRIANÇA 
                                      VAI AJUDAR FUNASA A COMBATER DESNUTRIÇÃO 
                                      ENTRE ÍNDIOS DE DOURADOS 
                                    Panorama 
                                      Ambiental 
                                      Dourados (MS) – Brasil 
                                      Março de 2005 
                                    | 
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                            14/03/2005 – Agentes 
                              da Pastoral da Criança vão reforçar 
                              o trabalho da Fundação Nacional de 
                              Saúde no combate à desnutrição 
                              na área indígena de Dourados (220 
                              km a sudoeste de Campo Grande), a mais populosa 
                              das reservas guarani-kaiowá do sul de Mato 
                              Grosso do Sul. "Nós fizemos o convite 
                              para a Pastoral. Estamos interessados na experiência 
                              deles com a multimistura e o treinamento dos agentes 
                              comunitários", explica o coordenador 
                              da Funasa em MS, Gaspar Hickman. 
                              Ele conta que, entre 2001 e 2002, a Pastoral da 
                              Criança já auxiliava na produção 
                              da multimistura em uma máquina doada por 
                              uma empresa local à comunidade indígena 
                              de Dourados, mas, posteriormente, o trabalho que 
                              será retomado agora foi interrompido por 
                              falta de condições técnicas. 
                              A multimistura é um composto natural que 
                              fornece à criança altas doses de vitaminas 
                              e minerais, ajudando no combate à desnutrição. 
                              
                              Neste fim de semana, formadores da Pastoral já 
                              iniciaram o treinamento de agentes para trabalhar 
                              na área indígena. "Afora as dificuldades 
                              pelo idioma, acredito que o trabalho será 
                              muito semelhante ao que já fazemos nas periferias 
                              pobres das cidades, basicamente na atenção 
                              às gestantes e crianças até 
                              seis anos de idade", afirma Maria Madalena 
                              Simão, agente da Pastoral há quinze 
                              anos que está ajudando no treinamento em 
                              Dourados. Ela diz que a Pastoral já 
                              atua há alguns anos em aldeias de outras 
                              regiões, como Caarapó e Amambai. 
                              Maria Madalena fala dos principais pontos em que 
                              geralmente o agente da pastoral ajuda as famílias: 
                              "O mais comum é a falta de higiene, 
                              então, com bastante tato e depois de muita 
                              intimidade com a família, o agente aconselha, 
                              por exemplo, a trocar sempre a roupa da criança, 
                              tomar cuidado ao lavar as roupas, não usar 
                              açúcar demais nos alimentos, não 
                              desperdiçar 
                              alimentos". Ela diz que, às vezes, o 
                              agente faz a "ponte" entre a família 
                              e os órgãos públicos de assistência 
                              social. "É raro, mas tem pessoa que 
                              tem vergonha de pedir", explica. 
                              A guarani Marci de Souza, 48, moradora da área 
                              Jaguapiru, em Dourados, é uma das voluntárias 
                              que está recebendo treinamento da Pastoral. 
                              Ela já auxilia voluntariamente no cadastramento 
                              para os programas de segurança alimentar 
                              locais. "Às vezes, o marido vai trabalhar 
                              na usina de cana e deixa a mulher e os filhos sem 
                              recursos, mas muitas vezes não é só 
                              falta de alimento, tem casas em que falta amor e 
                              atenção dos pais. Tem casa que, você 
                              chega, a mãe e o pai estão 
                              bêbados, as crianças ficam sem comida", 
                              conta ela.
                            Fonte: Agência Brasil - Radiobras 
                              (www.radiobras.gov.br)
                              Spensy Pimentel