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                                    PARA PESQUISADORES, SANÇÃO 
                                      DA LEI DE BIOSSEGURANÇA GARANTE PROGRESSO 
                                      DA CIÊNCIA NO PAÍS 
                                    Panorama 
                                      Ambiental 
                                      Brasília (DF) – Brasil 
                                      Março de 2005 
                                    | 
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                            25/03/2005 - Ao contrário 
                              de organizações não-governamentais 
                              e movimentos ambientalistas, entidades vinculadas 
                              ao setor agrícola e às pesquisas com 
                              células-tronco comemoraram a sanção 
                              da lei de Biossegurança pelo presidente Luiz 
                              Inácio Lula da Silva. Segundo o Conselho 
                              de Informações sobre Biotecnologia 
                              (CIB), a sanção da lei é um 
                              passo para a definição de questões 
                              fundamentais para o progresso da ciência no 
                              país: produção e comercialização 
                              de organismos geneticamente modificados e pesquisa 
                              com células-tronco embrionárias. 
                              O Conselho argumenta que, com a sanção 
                              da lei, o consumidor terá liberdade de optar 
                              pelo consumo de alimentos transgênicos, enquanto 
                              as pesquisas científicas poderão incrementar 
                              a biotecnologia no país. "Com isso, 
                              o Brasil poderá ocupar ainda mais uma posição 
                              de destaque nas pesquisas ligadas à biotecnologia 
                              em suas diferentes áreas, particularmente 
                              na medicina, beneficiando os estudos com células-tronco 
                              embrionárias, e no agronegócio, com 
                              influência direta na produção 
                              de alimentos mais seguros, em maior quantidade e 
                              até mais nutritivos".
                              Na opinião do hematologista e pesquisador 
                              de células-tronco do Hospital das Clínicas 
                              da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
                              Paulo (USP), Nelson Tatsui, as células-tronco 
                              embrionárias poderão trazer benefícios 
                              a pacientes que sofrem de doenças degenerativas 
                              nos próximos anos. Os resultados diretos 
                              das pesquisas, segundo o médico, serão 
                              colhidos a longo prazo. "Com essa lei abriu-se 
                              um início de trabalho com células-tronco 
                              embrionárias. Eu falo isso não para 
                              diminuir a importância da lei, muito pelo 
                              contrário, mas para passar à população 
                              uma forma exata de onde está esse espaço, 
                              porque tem muito para andar", ressaltou. 
                              A Lei de Biossegurança, sancionada ontem 
                              (24) pelo presidente Lula, atribui à Comissão 
                              Técnica Nacional de Biossegurança 
                              (CTNBio) a competência para liberar o cultivo 
                              de sementes geneticamente modificadas no país. 
                              O órgão, que antes era responsável 
                              apenas por decidir sobre a venda dos transgênicos, 
                              agora tem poder para dispensar o licenciamento ambiental 
                              e o estudo prévio de impacto ambiental dos 
                              organismos geneticamente modificados.
                              O projeto não exclui os pareceres do Instituto 
                              Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
                              Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional 
                              de Saúde (Anvisa), mas o artigo 14 da lei 
                              de Biossegurança concede à CTNBio 
                              a competência de definir se o alimento transgênico 
                              pode ou não causar dano ao meio ambiente 
                              e à saúde do consumidor. Caso algum 
                              órgão do governo não concordar 
                              com a decisão, pode recorrer ao Conselho 
                              Nacional de Biossegurança, formado por 11 
                              ministérios e presidido pelo ministro-chefe 
                              da Casa Civil.
                              O presidente Lula vetou no texto aprovado originalmente 
                              pelo Congresso o artigo que tratava do quórum 
                              decisório da CTNBio. Pelo texto original, 
                              o colegiado poderia decidir sobre a manipulação 
                              de um transgênico com apenas oito votos favoráveis. 
                              A partir do veto, será regulamentado um quórum 
                              para a delibração. O presidente também 
                              vetou o artigo que concedia o prazo de 20 dias para 
                              que os ministros recorresseem das decisões 
                              da CTNBio. Com a mundança, os ministros poderão 
                              recorrer a qualquer momento.
                            Fonte: Agência Brasil - Radiobras 
                              (www.radiobras.gov.br)
                              Gabriela Guerreiro