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LIVRO “HOTSPOTS REVISITADOS”
TEM LANÇAMENTO NO BRASIL
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2005
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16/07/2005 - A ONG
ambientalista Conservação Internacional
(CI) lança no Brasil, a segunda edição
do estudo sobre os Hotspots de Biodiversidade. O
novo livro identifica 34 regiões, hábitat
de 75% dos mamíferos, aves e anfíbios
mais ameaçados do planeta. O primeiro evento
acontece em Brasília, no dia 16, às
20h, durante o XIX Congresso Internacional da Sociedade
de Biologia da Conservação e conta
com a presença do primatólogo e presidente
da CI, Russell Mittermeier. No dia 20, a organização
realiza o segundo lançamento em São
Paulo.
Nove regiões
foram incorporadas à primeira versão
do estudo, publicado em 1999. Mesmo assim, somando
a área de todos os Hotspots temos apenas
2,3% da superfície terrestre, onde se encontram
50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos.
No Brasil, a Mata Atlântica e o Cerrado compõem
a lista dos Hotspots. Isso quer dizer que esses
biomas têm pelo menos 1.500 espécies
de plantas endêmicas - que só existem
aqui e em nenhuma outra parte - e já perderam
75% ou mais de sua vegetação original.
"Os Hotspots são como pronto-socorros
da biodiversidade", diz Russell Mittermeier,
presidente da Conservação Internacional
e co-autor da publicação. "A
ampliação e atualização
do estudo mostram que nossos investimentos em conservação
em uma pequena área do planeta podem garantir
uma significativa parcela da biodiversidade. Mas,
nós temos que agir logo para evitar a perda
desses insubstituíveis armazéns de
vida na Terra."
O livro Hotspots
Revisited (Hotspots Revisitados) contém uma
análise detalhada das 34 regiões,
com dados sobre a diversidade dos grupos de flora
e fauna, as espécies-bandeira, as ameaças
e ações de conservação
em andamento. Durante quatro anos, 400 especialistas
trabalharam para reavaliar os Hotspots. "A
nova análise se beneficiou muito da colaboração
entre países e organizações
e revela um aumento considerável do conhecimento
científico sobre as espécies e seus
hábitats", explica Gustavo Fonseca,
vice-presidente executivo da CI.
Desta vez, os cientistas
estudaram mais do que as espécies, também
identificaram gêneros e famílias que
são específicos aos Hotspots, e concluíram
que eles detêm uma história evolutiva
bastante singular. O Hotspot de Madagascar e Ilhas
do Oceano Índico, por exemplo, tem 24 famílias
de plantas e vertebrados que não são
encontradas em nenhuma outra parte do mundo. "Sabemos
que ao conservar os Hotspots, nós não
estamos apenas protegendo espécies, mas também
garantimos a conservação de singulares
linhagens da história natural," disse
Mittermeier.
As principais ameaças aos Hotspots incluem
destruição de hábitat; introdução
de espécies exóticas; exploração
descontrolada de espécies para produção
de alimento e remédios; tráfico de
animais; e mudanças climáticas. Essas
também são as principais causas da
degradação das nove áreas incluídas
na nova edição do estudo: as Ilhas
da Melanésia Oriental; a Floresta de Pinho-Encino
de Sierra Madre (no México e EUA), o Japão,
o Chifre da África, a Região Irano-Anatólica,
as Montanhas da Ásia Central, a Maputaland-Pondoland-Albany
(na África do Sul, Swazilândia, Moçambique),
as regiões do Himalaia e as Florestas de
Afromontane (na África Oriental).
A revisão
do estudo também serviu para avaliar a evolução
dos 25 Hotspots presentes na última edição.
O resultado revelou boas e más notícias,
dependendo do lugar. Por um lado, alguns Hotspots
já se deterioraram significativamente. Sundaland,
no sudeste da Ásia, é um caso onde
a exploração das florestas por madeireiras
comerciais e por projetos de agricultura continua
intensa. Por outro lado, há avanços
em políticas de conservação,
como em Madagascar, ilha no sudeste africano, onde
o presidente do país se comprometeu a triplicar
a rede de áreas protegidas.
A CI já trabalha na maioria dos Hotspots
e vai expandir seus programas de conservação
para algumas das novas regiões apontadas
pelo estudo. "A análise sobre os Hotspots
garante que nossos recursos serão canalizados
para as áreas onde podemos obter o melhor
resultado de conservação possível,"
declara Peter Seligmann, CEO e presidente do Conselho
da CI. Ele enfatiza a necessidade de mobilizar recursos
adicionais para desenvolver programas nas áreas
prioritárias recém-identificadas.
O livro Hotspots Revisitados foi produzido com recursos
da empresa CEMEX, em colaboração com
a Conservação Internacional e Agrupación
Sierra Madre. Foi editado por Russell Mittermeier,
Gustavo da Fonseca, Michael Hoffmann, John Pilgrim,
Thomas Brooks, Patricio Robles Gil, Cristina Mittermeier
e John Lamoreux. Além do apanhado científico,
o livro traz mais de 300 fotografias inéditas.
A publicação foi produzida em Inglês
e Espanhol e pode ser adquirida no website www.conservation.org
por US$ 65.
OS HOTSPOTS
NA NOVA EDIÇÃO
AMÉRICAS
1. Andes Tropicais
2. Tumbes-Chocó-Magdalena (Panamá,
Colômbia, Equador, Peru)
3. Mata Atlântica (Brasil, Paraguai, Argentina)
4. Cerrado (Brasil)
5. Chile Central - Florestas Valdivias
6. Mesoamérica (Costa Rica, Nicarágua,
Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize, México)
7. Ilhas do Caribe
8. Província Florística da Califórnia
9. Floresta de Pinho-Encino de Sierra Madre (México,
EUA) (NOVO)
ÁFRICA
10. Florestas da Guiné, África Ocidental
11. Província Florística do Cabo (África
do Sul)
12. Karoo das Plantas Suculentas (África
do Sul, Namíbia)
13. Madagascar e Ilhas do Oceano Índico
14. Montanhas do Arco Oriental
15. Florestas de Afromontane (África Oriental)
(NOVO)
16. Maputaland-Pondoland-Albany (África do
Sul, Swazilândia, Moçambique) (NOVO)
17. Chifre da África (NOVO)
EUROPA E
ÁFRICA
18. Bacia do Mediterrâneo
ÁSIA
19. Cáucaso
20. Ghats Ocidentais (Índia e Sri Lanka)
21. Montanhas do Centro-Sul da China
22. Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei)
23. Wallacea (Indonésia)
24. Filipinas
25. Regiões da Indo-Birmânia
26. Himalaia (NOVO)
27. Região Irano-Anatólica (NOVO)
28. Montanhas da Ásia Central (NOVO)
29. Japão (NOVO)
OCEANIA
30. Sudoeste da Austrália
31. Nova Caledônia
32. Nova Zelândia
33. Ilhas da Polinésia e Micronésia
(incluindo Hawai)
34. Ilhas da Melanésia Oriental (NOVO)
O CONCEITO
DE HOTSPOTS
Foi concebido em 1988, pelo ecólogo inglês
Norman Myers. Ele definiu os Hotspots como ecossistemas
que cobrem uma pequena parcela da superfície
da Terra, mas que abrigam uma alta porcentagem da
biodiversidade global, com ênfase às
florestas tropicais. Mais tarde, o conceito foi
refinado por Myers juntamente com os pesquisadores
da Conservação Internacional.
Dois fatores determinam a classificação
de uma área como Hotspots: o número
de espécies endêmicas (que existem
ali e em nenhuma outra parte do planeta) e o grau
de ameaça. As plantas são usadas como
medida de endemismo. Os Hotspot têm pelo menos
1.500 espécies das plantas endêmicas
perderam mais de 75% de sua cobertura vegetal original,
isolando muitas das espécies em pequenas
ilhas de floresta. Em alguns Hotspots a destruição
atinge 90% da paisagem. É o caso da Mata
Atlântica, da qual restam apenas 8%. Do Cerrado
restam 22%.
Fonte: Conservação
Internacional (www.conservation.org.br)
Assessoria de imprensa (Isabela Santos)