22 de Maio de 2007 - Flávia
Martin - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Foi
decretada hoje (22) a prisão preventiva de sete
dos 22 acusados de desvio de dinheiro da cobrança
de ingresso para o Parque Nacional da Tijuca, onde fica
o Cristo Redentor. O Ministério Público
Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) entrou com
denúncia na última sexta-feira (18) contra
os integrantes da quadrilha desarticulada pela Polícia
Federal no dia 10 de maio na operação batizada
de Iscariotes.
Os sete acusados, que estão
presos, são policiais militares do Batalhão
de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur),
acusados de conivência com o esquema que desviava
a arrecadação da bilheteria e do estacionamento
do parque, área de proteção ambiental
controlada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama).
A denúncia foi feita pelos procuradores
da República José Maria Panoeiro e José
Schettino à 5ª Vara Federal Criminal do Rio
de Janeiro, onde agora corre a ação penal.
Segundo Panoeiro, os sete policiais já estavam
detidos temporariamente desde a deflagração
da operação pela Polícia Federal.
Os outros acusados responderão ao processo em liberdade.
"Inicialmente, eles estavam presos
para garantir as investigações. Agora eles
foram afastados de suas funções e, como
eram policiais militares, decidimos mantê-los presos
para garantir o bom andamento do processo, evitando, entre
outras coisas, que testemunhas pudessem ser ameaçadas",
informou o procurador José Maria Panoeiro.
O esquema funcionava em duas frentes.
Na primeira, os bilheteiros não emitiam os tíquetes
de controle dos visitantes, embolsando a quantia arrecadada.
Quando o Ibama suspeitou do esquema, contratou vigilantes
da empresa Juiz de Fora, que também acabaram entrando
no esquema de estelionato.
Na outra frente, os policiais militares
que sabiam do esquema exigiram da quadrilha o controle
do estacionamento de vans, arrecadando inteiramente o
dinheiro de forma ilegal.
Segundo o procurador José Maria
Panoeiro, os bilheteiros chegaram a arrecadar R$ 37 mil
com a operação. Ele também informou
que o Ibama estima em R$ 10 milhões o valor total
do dinheiro desviado. Os 22 acusados responderão
a crimes de estelionato, corrupção ativa
e passiva, formação de quadrilha e lavagem
de dinheiro.