Brasília (25/04/07) – O Ibama deflagrou hoje de manhã,
em todo o país, operação de fiscalização
batizada de Moda triste. O objetivo da ação
é coibir a comercialização ilegal de
partes de animais da fauna silvestre brasileira tais como
peles, penas, dentes em artesanatos e acessórios
de decoração e moda. As equipes de fiscalização
saíram a campo simultaneamente em 25 estados da federação
e no Distrito Federal.
Em casos como o da estrela-do-mar e
dos corais e outros invertebrados marinhos, a captura
para comercialização caracteriza caça
comercial, proibida pela legislação. Outro
crime ambiental constantemente flagrado pelo Ibama é
a confecção de brincos, colares e outros
enfeites a partir de penas de araras e papagaios que são
capturados e mortos com esse objetivo.
A Operação Moda Triste
tem respaldo na Lei dos crimes Ambientais – Lei nº
9605/98, que caracteriza, no Artigo 29, “matar, caçar,
apanhar, utilizar animais da fauna silvestre brasileira
sem a devida permissão ou licença como crime
ambiental. A pena varia de detenção de seis
meses a um ano e multa. Está sujeito às
mesmas sanções “quem vende, expõe
à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro,
utiliza ou transporta... espécimes da fauna silvestre...bem
como produtos e objetos dela oriundos, sem a devida permissão
ou licença.”
Histórico - Uma equipe de fiscalização
do Ibama apreendeu, em outubro do ano passado, 1305 quadros
com mais de 2200 borboletas em Cristalina/GO. Os comerciantes,
que não apresentaram documentação
de origem dos animais, foram multados em R$ 1,1 milhão.
Em janeiro deste ano, uma grife famosa
de roupas de luxo foi multada pelos fiscais do Ibama por
comercializar sandálias com borboletas mortas no
salto de acrílico “É um grande prejuízo
à natureza, visto que esses insetos são
polinizadores”, destacou o chefe da divisão de
fiscalização de fauna da Diretoria de Proteção
Ambiental, em Brasília, Roberto Cabral. “Esperamos
com esta operação não apenas coibir
o ilícito mas, principalmente, conscientizar a
população: não contribua para que
a vaidade sobrepuje o direito à vida.”
Kézia Macedo/Gustavo Rick
Ascom/Sede