Brasília (01/04/08)
- Fiscais e policiais que participam da operação
Arco de Fogo flagraram hoje de manhã, na cidade
de Cláudia, a 60 km de Sinop, MT, uma serraria
de médio porte, que estava embargada pelo Ibama,
em plena atividade serrando castanheira. O Delegado da
Polícia Federal, Marcelo Xavier, vai pedir a prisão
preventiva dos proprietários da madeireira que
não foram localizados. A serraria foi embargada
pelo Ibama no ano passado por ter em depósito 1,6
mil metros cúbicos de madeira ilegal, além
de toras de castanheira. Ontem, no mesmo município,
o proprietário de uma fazenda recebeu multa de
R$ 1 milhão por uso de agrotóxico falsificado.
Além disso, foi aplicada outra multa de R$ 500
mil por abandono de embalagem de agrotóxico em
desacordo com a legislação ambiental.
Arco de Fogo - A Arco
de Fogo, uma ação integrada de forças
federais contra o desmatamento ilegal da Amazônia
teve início no final de fevereiro. Ocorre simultaneamente
nos três estados que mais desmatam - MT, PA e RO
e mobiliza mais de 600 servidores, além de 175
veículos e 4 aeronaves. Nesses três estados,
a operação do Ibama, PF e Força Nacional
de Segurança já lavrou R$ 31,3 milhões
em multas, a maioria delas aplicadas por ter em depósito
ou vender madeira sem licença. Com base nas autuações
das madeireiras, a PF efetuou 11 prisões, instaurou
40 Termos Circunstanciados de Ocorrência e abriu
15 inquéritos.
Até agora foram
apreendidos 25,8 mil metros cúbicos de madeira
em tora e serrada, o suficiente para encher mais de mil
caminhões. Os fiscais do Ibama medem uma a uma
das toras e tábuas encontradas nas madeireiras.
Diferente de ações anteriores, quando o
autuado ficava como fiel depositário da madeira
ilegal, instituições estaduais parceiras
estão retirando o produto florestal apreendido
dos pátios das serrarias. No Pará, o Governo
do estado transportou para um depósito localizado
na região metropolitana de Belém mais de
23 mil metros cúbicos de madeira. Em Rondônia,
as Prefeituras de Ariquemes e Machadinho recolhem a madeira
que será doada a instituições sociais.
As ações
da Arco de Fogo tem como base as cidades de Tailândia
(Pará), Machadinho D’Oeste (Rondônia), Sinop
e Alta Floresta (Mato Grosso). Nesses três municípios
e em áreas vizinhas foram fiscalizadas 56 empresas,
além de propriedades particulares. Dessas, 38 foram
fechadas por irregularidades. Quatro serrarias clandestinas
foram desmontadas. Mais de mil fornos foram destruídos.
Entre os bens apreendidos encontram-se 34 veículos
utilizados na prática do crime ambiental, 27 motosserras,
4 armas e 44 equipamentos empregados no beneficiamento
de madeira como serras-fita e circulares e destopadeiras.
Fantasmas - Em Machadinho
D’Oeste, as vistorias em madeireiras constataram que,
de 55 empresas cadastradas no Cadastro Técnico
Federal, apenas 30 estão ativas. Os responsáveis
por essas serrarias não se apresentaram, o que
reforça a suspeita de se trata de empresas fantasmas,
ou seja, existem apenas como fachada para esquentar madeira
ilegal. Outro fato intrigante é a quantidade de
madeira transportada por madeireiras chamadas de pica
pau pela baixa capacidade de beneficiar madeira. Levantamentos
no sistema do Ibama verificaram que algumas dessas empresas
carregaram até mil metros cúbicos no mês
de janeiro. Essas e outras irregularidades estão
sendo apuradas pelo Ibama e PF. Para o coordenador de
operações de fiscalização
do Ibama, Roberto Cabral a Arco de Fogo tem alcançado
seu objetivo, de separar o joio do trigo. “Estamos identificando
serrarias que utilizam a áurea de legalidade para
acobertar crimes ambientais. O Ibama não vai tolerar
tal conduta”, diz.
Kézia Macedo
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Ibama embarga propriedades em Xinguara/PA
Belém (02/04/08) - Na manhã de ontem, duas
propriedades foram embargadas no município de Xinguara,
a cerca de 600 km de Belém, no sudeste do Pará.
Nessas áreas, uma de 2.500 m² e outra de 1
ha, os donos liberavam a extração de areia
sem licença ambiental. Os extratores caçambeiros
foram autuados cada um em R$ 1,5 mil e tiveram seus quatro
motores/sugadores apreendidos.
Em outra fiscalização,
foi apreendido um caminhão transportando quatro
toras de ipê sem a Guia Florestal (GF). Segundo
a chefe do escritório do Ibama em Xinguara, Telma
Fernades, o caminhão vinha pela PA-150 com as lanternas
apagadas, à noite, e colidiu com uma caminhonete.
“A Polícia Rodoviária Estadual nos avisou
que o veículo foi levado à delegacia local,
fomos até lá vistoriar as madeiras e constamos
a ilegalidade”, informa Telma.
Luciana Almeida
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Ibama interdita empresa
de mineração em Rondônia
Brasília (03/04/08)
- O Ibama de Pimenta Bueno em Rondônia realizou
na última sexta-feira (28) uma ação
de fiscalização na Gruta do Calcário.
O objetivo da operação foi constatar o impacto
das atividades da mineradora em cavidades naturais subterrâneas
da região.
A lavra da mineradora
fica localizada à 74 km do município de
Pimenta Bueno, pertence ao governo do Estado e é
arrendada à Empresa de Mineração
Aripuanã (EMAL). As últimas vistorias feitas
na área aconteceram em 2001 e 2005.
Segundo a Redespeleo Brasil,
associação civil sem fins lucrativos de
proteção ao patrimônio espeleológico
brasileiro, em relatório ao Centro de Estudo, Proteção
e Manejo de Cavernas (Cecav), existia na região
a maior cavidade natural do estado de Rondônia,
conhecida como Gruta do Calcário, com 415 metros
de desenvolvimento, que foi totalmente destruída
pela mineração de calcário, com danos
diretos ao meio ambiente e ao patrimônio espeleológico
e genético.
O laudo constatou a existência
de outra cavidade ainda intacta, com sua área protegida,
a um raio de 250 metros, já atingida pela frente
de lavra da mineradora.
A empresa foi autuada
em R$ 500 mil, embargada e suas operações
interditadas.
Luciana Melo