Belém (07/04/08)
- Teve início hoje a operação Arco
de Fogo em Paragominas, sudeste paraense, a 217 km da
capital. A mesma equipe de 120 policiais e fiscais do
Ibama, Polícia Federal, Força Nacional de
Segurança e Polícia Militar, que atuou em
Tailândia desde fevereiro deste ano, está
na cidade com cerca de 21 veículos para dar início
ao combate contra o desmatamento em um dos principais
pólos madeireiros do estado do Pará.
De acordo com o chefe
da fiscalização do Ibama no Pará,
Leandro Aranha, a equipe montou um escritório central
em Paragominas, onde será feito o planejamento
das ações no município e início
das vistorias nos pontos de comercialização
de madeira, nas serrarias, madeireiras, assim como em
potenciais áreas de produção de carvão
irregulares e desmatamentos.
Segundo o superintendente
do Ibama no Pará, Aníbal Picanço,
ainda é cedo para divulgar resultados. “Iniciamos
hoje a ação em Paragominas e, ainda temos
muito trabalho pela frente. Nossa equipe que já
montou o escritório na cidade está planejando,
criteriosamente, cada passo a ser dado para que tudo ocorra
da melhor maneira possível”, afirma Aníbal.
A operação
Arco de Fogo, ação conjunta entre Ibama,
Polícia Federal e Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (Sema) foi iniciada em Tailândia, em meados
de Fevereiro deste ano foi concluída na última
sexta-feira, dia 04/04, com mais de R$23 milhões
aplicados em multas e 23 mil m³ de madeira apreendida.
Todos os estabelecimentos madeireiros e de carvoaria do
município foram vistoriados, dos quais 13 foram
embargados, 4 desmontados, mais de 1.170 fornos de carvão,
100 autos de infração lavrados, 52 Termos
de Embargo, 74 Termos de Apreensão e Depósito.
Além disso, todos eles foram multados por alguma
irregularidade, fosse por funcionamento sem licença
de operação ou de madeiras estocadas sem
origem legal comprovada. Esses números ainda estão
sendo alterados, à medida que os autos de infração,
de embargo e de apreensão e depósito são
contabilizados na sede do órgão em Belém.
De acordo com dados da
Seplan/Estatística, Paragominas possui cerca de
80 mil habitantes, que vivem da Agricultuta, Pecuária,
e principalmente do Extrativismo Vegetal e Mineral. Com
uma extensão territorial de 19.309,90 km²,
os constantes desmatamentos provocados pelo avanço
da agropecuária na região reduziram, drasticamente,
as grandes áreas cobertas pela floresta original
dominadas, hoje, por extensas áreas de Mata Secundária
(Capoeira nos seus diversos estágios de desenvolvimento).
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA
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Madeiras escondidas marcam
o segundo dia da Arco de Fogo em Paragominas
Belém (09/04/08)
- Na manhã de hoje, fiscais e policiais encontraram,
no município de Paragominas, sudeste do Pará,
grande quantidade de madeira escondida no pátio
de uma das empresas vistoriadas. O lote ainda não
foi mensurado pela equipe da Operação Arco
de Fogo.
De acordo com o coordenador
do Ibama, Bruno Versiani, a madeira estava situada em
local isolado dentro do terreno de uma das empresas que
foram vistoriadas e autuadas, na tarde de ontem, pela
operação. “O proprietário do estabelecimento
foi autuado em flagrante delito e foi encaminhado à
base da Polícia Federal (PF) em Paragominas para
prestar esclarecimentos”, afirma Versiani.
Em três dias de
operação, três madeireiras com pátio
em comum, foram autuadas e embargadas por funcionar sem
licença de operação. As multas totalizam
R$ 150 mil. Outras equipes fiscalizam projetos de manejo,
áreas de onde a madeira é extraída
e portos de desembarque e armazenagem. De acordo com Versiani,
a vistoria em dois portos termina hoje. Amanhã
terão início as ações de fiscalização
em áreas desmatadas na região “Trata-se
de uma varredura completa em toda a cadeia produtiva”,
explica Versiani.
O próximo passo
e lançar os dados em planilhas eletrônicas
e comparar com os documentos de cobertura legal da madeira.
“Só após esses procedimentos, poderemos
ter idéia do volume de apreensão, caso haja
desacordo entre o que foi informado e que de fato existe”,
acrescenta Versiani.
Luciana Almeida
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Ibama de Xinguara aplica
multa por desmatamento em Bannach/PA
Belém (08/04/08)
- Foi multado em mais de um milhão o responsável
pela destruição de 730 ha de mata primária
em área de reserva legal, localizada em uma fazenda
no município de Bannach, a 684 km de Belém,
no sudeste do Pará.
O escritório do
Ibama em Xinguara chegou ao responsável por meio
de denúncia. A determinação veio
do juiz Roberto Monteiro, da comarca de Rio Maria, sul
do Pará. Para chegar ao local, de difícil
acesso, os fiscais de Xinguara, coordenados pela gerência
do Ibama em Marabá, utilizaram as coordenadas que
estavam no processo e contaram com a ajuda de um guia.
“É possível
perceber que o desmatamento foi realizado com máquina
de esteira, que está sendo muito utilizada na região
sul do Pará para a implantação de
capim”, afirma Telma Fernandes, chefe do escritório
em Xinguara.
A propriedade foi embargada
e vai para o rol de propriedades listadas pelo Ministério
do Meio Ambiente. “Ela será constantemente vigiada
para evitar o descumprimento ao embargo”, acrescenta o
gerente do Ibama em Marabá, Leo Bento.
Luciana Almeida
Ibama/PA
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Ibama/TO realiza operações
dentro do Plano de Combate ao Desmatamento
Araguaçu/TO (10/04/08)
- O Ibama no Estado do Tocantins realizou entre 18/03
a 01/04, a Operação Bico do Papagaio I,
abrangendo municípios localizados na área
do Bioma Amazônia no estado. A ação
está dentro das programações do Plano
de Prevenção e Controle do Desmatamento
da Amazônia-PPCDAM.
A região fiscalizada
apresenta-se como uma das mais devastadas do estado no
tocante a áreas de reserva legal. A maioria das
propriedades fiscalizadas não apresenta reserva
legal averbada ou área com vegetação
nativa suficiente para compô-la. Nos imóveis
rurais em que a documentação apresenta reserva
legal averbada, seus mapas não condizem com a realidade
de campo, estando a maior parte das áreas em uso
alternativo do solo com pastagem para criação
de gado.
A ação baseou-se
na fiscalização de áreas com alterações
na cobertura vegetal nativa visualizáveis em imagens
de satélite e, como principais resultados, foram
aplicados R$ 3.535.500,00 em multas em 21 Autos de Infração
lavrados e embargo das atividades econômicas e uso
da área em 1.748,4723 hectares em 20 Termos de
Embargo e Interdição lavrados.
Esta operação
deu continuidade às anteriores Bico do Papagaio
II, III e IV realizadas ano passado e que tiveram como
resultado R$ 9.401.723,00 em multas, em 74 Autos de Infração
lavrados e embargo das atividades econômicas e uso
da área em 3.477,9125 hectares em 55 Termos de
Embargo e Interdição lavrados.
Ereg Araguaçu/TO
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Fiscais e policiais retiram
madeira de empresa que descumpria embargo
Sinop/MT (10/04/08) -
Dezesseis caminhões, carregados com madeira em
tora e serrada, foram retirados na quarta e ontem de uma
madeireira localizada na região de Sinop, norte
de Mato Grosso, que descumpria embargo (paralisação
de atividades) determinado pelo Ibama em outubro do ano
passado. O Ibama pretende doar a madeira para fins sociais.
A ação foi
comandada por fiscais do Ibama e policiais federais e
da Força Nacional de Segurança que participam
da operação Arco de Fogo. Segundo o chefe
da fiscalização do Ibama em Sinop, Evandro
Selva, a retirada de madeira apreendida e inédita
no estado e segue orientação do setor jurídico
do Instituto. “Esperamos dessa forma desestimular novas
infrações ambientais”, avalia Selva.
O flagrante ocorreu no
inicio deste mês. Apesar do embargo, a serraria
trabalhava a pleno vapor. A empresa reincidente no crime
ambiental também não explicou qual o destino
dado a 1,6 mil m3 de madeira e 36 toras de castanheira,
espécie cujo corte é proibido pela legislação
ambiental, apreendidos na inspeção anterior.
Ao constatar que o lacre tinha sido violado, fiscais do
Ibama aplicaram três multas no valor de R$ 127 mil
por armazenar 166 m3 de madeira em tora e serrada sem
comprovar a origem do produto e por vender 89 m3 sem licença.
Lacraram novamente a serra fita, principal maquina da
serraria e apreenderam uma pá carregadeira. Levantamentos
no sistema de controle de produtos florestais da Secretaria
de Meio Ambiente do estado (Sema) indicam que a empresa
desconsiderou a proibição do Instituto e
movimentou madeira após ser embargada.
Durante a inspeção
realizada em 2007, um trabalhador da empresa foi flagrado
ao encobrir toras de castanheira com pó de serra.
Trinta e seis toras da mesma espécie, encontradas
pela fiscalização numa mata localizada nos
fundos da madeireira, desapareceram. Havia tábuas
de castanheira escondidas numa carga de cambará
em um caminhão estacionado no pátio da madeireira.
Por causa dessas e outras irregularidades a madeireira
recebeu quatro multas e foi paralisada.
Para o gerente do Ibama
em Sinop, Roberto Agra, “a constatação do
ilícito ambiental reforça a necessidade
urgente da criação do Parque Estadual das
Castanheiras previsto no Zoneamento Sócio-Econômico
Ecológico (ZSEE) do estado do Mato Grosso”. Ele
lembra que, em debate promovido pela Comissão Estadual
de ZSEE do estado, no dia 2, sobre diretrizes e propostas
que compõem o texto do zoneamento, o Ministério
do Meio Ambiente mostrou-se favorável a aprovação
da proposta que cria o Parque Estadual das Castanheiras.
Balanço
Ao completar um mês
de atuação nas regiões de Sinop e
Alta Floresta, a operação Arco de Fogo fiscalizou
20 empresas madeireiras e de produção de
carvão e lavrou 46 multas num total de R$ 3,3 milhões.
Pessoas físicas também foram autuadas. Uma
fazendeira da região teve a área embargada
pela fiscalização ao explorar madeira sem
licença ambiental. Em outro caso, um invasor foi
denunciado por cortar árvores em uma propriedade
particular.
Foram apreendidos 4,5
mil m3 de madeira em tora, serrada e laminada, o suficiente
para encher 200 caminhões. São espécies
valorizadas pelo mercado da construção civil
como cedro, angelim, sucupira e outras. Dez veículos
e três motosserras ficaram retidos por ser utilizados
na prática do crime ambiental.
Kézia Macedo