Belém (22/09/08)
– Foi na região de Macapixi, nos municípios
de Uruará e Medicilândia, no Pará,
que fiscais do Ibama, agentes da Polícia Federal
e Força Nacional derrubaram quatro acampamentos
clandestinos, identificaram quatro mandantes e, no total,
detiveram sete pessoas envolvidas com grilagem de terra
e desmatamento.
De acordo com o coordenador da Operação
Guardiões da Amazônia, do Ibama, Bruno Versiani,
esse trabalho é necessário por causa do
histórico de assassinatos e grilagem na região.
“É uma atividade desenvolvida em área de
Terras Públicas, porém de extrema periculosidade,
visto que há relatos de assassinatos, intensa grilagem
de terra e corte seletivo de espécies nobres, especialmente
ipê e maçaranduba”, diz.
No último dia 15, o primeiro efetivo, composto
por quatro componentes do Ibama, quatorze membros da Força
Nacional e doze membros da Polícia Federal partiram
em direção ao travessão do Km 150
da Rodovia BR-230, também conhecido como “Travessão
Zero”. A equipe montou acampamento numa área próxima.
“Nesse dia, derrubamos um acampamento clandestino. Apreendemos
um trator de esteira, um trator pá-carregadeira
e dois caminhões. Também detivemos duas
pessoas que estavam desmatando a área. E logo obtivemos
informações acerca dos mandantes”, conta
Bruno.
Durante o percurso até o local, foram emitidas
duas notificações e lavrados três
autos de infração, totalizando R$ 32 mil
por destruição e queima de 5 hectares de
floresta amazônica e 1 hectare de área de
preservação permanente (assim como o respectivo
termo de embargo).
A equipe vistoriou um plano de manejo fraudulento, e um
grande desmate próximo de onde havia sido lavrado
um auto de infração e termo de embargo que
resultou em multa de R$750 mil pelo desmate de 150 hectares
de floresta amazônica.
O coordenador conta ainda que ao anoitecer, no caminho
foram apreendidas duas motosserras e flagrado um desmatamento
de 10 hectares que estava acontecendo naquele momento.
“Lavramos um auto de infração de R$50 mil
e o respectivo termo de embargo. Na oportunidade, apreendemos
um trator de esteira”, resume.
Ainda nessa ação, foram destruídos
mais três acampamentos clandestinos, apreendidos
dois tratores de esteira, dois caminhões e duas
pessoas foram detidas. “Também identificamos um
dos mandantes que é responsável por desmatamentos
e grilagem de terra”.
As Operações Guardiões da Amazônia
e Arco de Fogo estão com base operativa em Altamira
desde o dia 26 de maio, mas seguem com uma base móvel
por toda a região centro-oeste do Pará e
Terra do Meio, há cerca de um mês, período
em que já atuou nos municípios de Pacajá,
Brasil Novo, Senador José Porfírio, Anapú
e na própria cidade de Altamira.
As equipes encontraram muitas áreas de desmatamento,
principalmente, no município de Pacajá,
que, de acordo com dados do INPE, foi um dos municípios
com maior índice de desmatamento. Só nessa
cidade, foram apreendidos mais de 2 mil metros cúbicos
de madeira ilegal durante os três dias de ação,
além da destruição de mais de 40
fornos de carvão e embargos que totalizam mais
de 961 hectares de área desmatada.
Mesmo sendo a região
de Macapixi uma das áreas mais perigosas do país,
inclusive para o próprio Ibama, Força Nacional
e Polícia Federal, nenhum dos órgãos
fez qualquer objeção em vistoriar as áreas
e fazer o trabalho determinado.
Durante os quatro meses de atuação das Operações,
o Ibama contabiliza mais de 21 mil hectares de área
embargada ou interditada, cerca de 14,5 mil metros cúbicos
de madeira serrada e em tora apreendida. Foram lavradas
também multas que ultrapassam os R$57,3 milhões.
As bases, fixa e móvel, das Operações
Guardiões da Amazônia e Arco de Fogo permanecem
na região por tempo indeterminado.
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA