Macapá (AP), 29/09/2008
– Com objetivo de apurar possível ocorrência
de crime ambiental, agentes de fiscalização
do Escritório Regional do Ibama em Oiapoque acompanharam
um grupo de policiais federais na realização
de vistoria em uma embarcação pesqueira,
oriunda do estado do Pará, que se encontrava ancorada
no porto da cidade de Oiapoque (AP). Os agentes federais
também buscavam apurar denúncia anônima
de que o barco teria menores de idade a bordo.
No decorrer da vistoria,
a equipe verificou que se tratava do barco conhecido como
“B/P G. Mirim”, informação confirmada pela
tripulação, apesar de a embarcação
ostentar outra denominação, pintada após
o nome original ter sido raspado para dificultar identificações.
Há relatos de casos de violência envolvendo
essa embarcação junto a Marinha Francesa
e comunidades de Oiapoque. Foi constatada a presença
de menores a bordo e apreendidas armas encontradas: um
fuzil 762, uma carabina 44 e uma escopeta calibre 12,
além de munição, sendo detidas duas
pessoas que declararam responsabilidade pelo porte ilegal
de armas e corrupção de menores, procedimentos
estes realizados pela Polícia Federal.
A embarcação
não possuía autorização para
praticar pesca e não apresentou documentos ou licença
emitidos pela Secretaria Especial de Aqüicultura
e Pesca (SEAP), Cadastro Técnico Federal e tampouco
comprovante de inscrição na Marinha do Brasil,
caracterizando-se como um barco “pirata”. Todavia, os
fiscais encontraram e apreenderam seis mil quilos de pescado
das espécies pescada amarela e corvina, 60 quilos
de grude e três mil metros de redes de pesca, que
resultarão em multas no valor de R$ 130 mil reais
pelo exercício da pesca sem licença ou registro
de órgão competente.
As multas poderão
sofrer acréscimos pela ausência de equipamento
de acompanhamento remoto previsto no Programa Nacional
de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras
(PREPS/SEAP) em embarcações que tenham 15
metros de extensão. Os procedimentos de atuação
estão em fase de aplicação, restando
ser confirmada a verdadeira identidade do possível
proprietário da embarcação, através
da análise de papéis encontrados e do depoimento
dos tripulantes.
O pescado foi doado para
o hospital, a Casa do Índio (Casai/Funasa), a FUNAI
e outras associações beneficentes da cidade
de Oiapoque. A embarcação será apreendida
e provavelmente transportada para a Capitania dos Portos
de Santana, para manutenção sob a guarda
da Marinha do Brasil.
Patrícia Sullivan
Ascom/Ibama/AP
Fotos: Mônica Magalhães