Boa Vista (14/10/2008)
- Como parte de uma ação em nível
nacional, entre sete e nove de outubro, foi desencadeada
pelo Ibama a “Operação SISPASS Legal”, com
o objetivo de combater o tráfico de aves silvestres
nativas do Brasil.
Em Roraima, a operação
foi coordenada pela Divisão de Fiscalização
do órgão e desenvolvida em parceria com
Centro de Triagem e Recuperação de Animais
Silvestres e com a Polícia Federal. Foram realizadas
vistorias em 24 criadouros amadores de pássaros,
tidos tecnicamente como “criador amadorista de passeriformes”,
o que envolve cidadãos que apenas desejam manter
aves silvestres autorizadas para criação
doméstica. Entretanto, essa categoria de criadores
vem sendo desvirtuada e acaba servido para ampliar o tráfico
de animais silvestres no país e para o exterior.
Buscando combater esses
atos ilegais, foram rastreados os criadouros potencialmente
fraudulentos, com os plantéis com irregularidades
sendo apreendidos e seus responsáveis autuados
por delito ambiental. Nos três dias de operações,
as autuações somaram R$113.500,00, e foram
apreendidas 96 aves silvestres que se encontravam cativas
de forma irregular. Também foram apreendidos equipamentos
de captura e de transporte de aves silvestres.
Segundo o chefe da Divisão
de Fiscalização, o analista ambiental Benjamim
Luz, a ação em conjunto com a Polícia
Federal foi “extremamente importante”, pois resultou em
quatro prisões em flagrante por crimes contra a
Fauna, todos previstos na Lei Federal 9605/98, Artigo
29, cujos detidos estão sujeitos à pena
de seis meses a um ano de detenção.
O recém inaugurado Centro de Triagem de Animais
Silvestres - Cetas - foi importante na operação,
encarregando-se de identificar as aves dos plantéis
e de receber os animais para recuperação
e guarda até sua destinação final.
O combate ao tráfico
de animais silvestres é uma atribuição
de vários órgãos federais e se considera
que a questão é extremamente crítica,
tanto no país quanto internacionalmente. Entretanto,
Benjamin Luz acredita que “além da repressão
direta, como este tipo de operação, é
fundamental que a sociedade tome ciência que animais
silvestres, de vida livre, em ambientes saudáveis,
são mais que um sinal de qualidade de vida, são
indicadores de uma sociedade com consciência sócio-ambiental”.
Benjamim da Luz , chefe da Divisão de Fiscalização
do Ibama em Roraima
Taylor Nunes
Ascom/Ibama/RR