Goiânia (19/11/2008)
– No dia 6 de novembro foi desencadeada na Grande Goiânia
uma operação conjunta do Ibama-GO e da PF
em Goiás com o objetivo de combater a ação
de quadrilhas envolvidas em crimes contra a fauna silvestre,
inclusive de espécies ameaçadas de extinção,
principalmente, em relação ao tráfico
destes animais, captura na natureza, falsificação
de anilhas do Ibama, maus-tratos, comercialização
e receptação de aves silvestres e exóticas
silvestres sem a autorização do órgão
competente, além de falsidade ideológica
em relação ao Banco de Dados do Ibama.
A operação
foi preparada após denúncia recebida pelo
Ibama e repassada à Polícia Federal que
realizou o trabalho de investigação. A partir
da investigação foram descobertas e desmembradas
duas quadrilhas que se interligavam. Uma delas trazia
animais silvestres das regiões norte e nordeste,
principalmente papagaios, araras e tucanos, que eram “esquentados”
em criadores comerciais de animais silvestres registrados
em Goiás. De Goiânia, estes animais eram
comercializados, como nascidos em cativeiro, para o próprio
estado e para a região Sudeste.
A segunda quadrilha era
especializada em falsificações de anilhas
do Ibama para criadores amadoristas de passeriformes.
Estes criadores retiravam anilhas do Ibama, como se os
passarinhos tivessem nascido em cativeiro. Entretanto,
os criadores encomendavam anilhas falsas com o mesmo código
do Ibama, mas com diâmetro maior, facilitando o
anilhamento de animais adultos, capturados na natureza.
Foram apreendidas 1.178
anilhas falsas que eram vendidas a criadores amadoristas
(cadastrados no Ibama com permissão para criar
aves da Ordem Passeriforme - como canários, saíras
e curiós). Foram efetuadas 13 prisões temporárias
e 11 conduções coercitivas (para depoimento
e após liberação).
O número de animais
apreendidos nesta operação, em Goiás,
totalizou 1.441 aves e 10 répteis, que foram levados
para CETAS/Ibama-GO, somando R$ 787.000,00 de multas aplicadas
nos 38 Autos de Infração lavrados. Ainda
foram lavrados 11 embargos dos criadouros vistoriados
e apreendidas 417 gaiolas de diferentes tamanhos e formatos
que serão descaracterizadas, com os metais sendo
doados para o programa de reciclagem da Associação
de Combate ao Câncer em Goiás – ACCG. Com
o embargo, estão suspensas as atividades de todos
os criadores que foram pegos com irregularidades, e também
será solicitado à Divisão Jurídica
- DIJUR que avalie o cancelamento de seus registros.
Dentre as apreensões
encontram-se as seguintes aves ameaçadas de extinção:
arara azul, ararajuba, pintassilgo do nordeste, pixoxó,
saíra lenço e caboclinho da barriga preta.
Para cada espécime destas aves a multa de R$ 500,00
passa para R$ 5.000,00.
Na avaliação
conjunta sobre Operação Grilhões
feita pelo Superintendente do Departamento de Polícia
Federal em Goiás, Dr. Rogério Augusto Viana
Galloro e o Superintendente Substituto do Ibama em Goiás,
Dr. Carlos Roberto Teixeira de Oliveira, o sucesso alcançado
demonstra que esta parceria tem dado bons resultados e
deve continuar.
A coordenação
da operação pela PF esteve a cargo da Delegada
de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico,
Esmeralda Aparecida de Oliveira e Silva e pelo Ibama-GO,
do Coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros, Leo Caetano
Fernandes da Silva.
Com a chegada deste número
expressivo de animais em um só dia foi deflagrada
uma verdadeira operação de guerra no CETAS.
Foi estabelecido o regime de plantão. Tratadores
tiveram que ser contratados temporariamente, voluntários
foram chamados, servidores doaram horas de seu final de
semana ao trabalho de limpeza de gaiolas e alimentação
dos animais e o Corpo de Bombeiros auxiliou emprestando
tendas que foram montadas rapidamente para abrigar os
animais, até que ficassem prontos os novos viveiros
edificados em tempo recorde, visando o conforto das aves.
Após a operação,
por recomendação do Ministério Público
Federal, ficou decidido que o IBAMA somente entregará
anilhas aos criadores amadoristas que se apresentarem
nas representações do IBAMA com os filhotes
para o anilhamento na presença de um servidor do
órgão.
Mirza Nóbrega
Ascom/Ibama-GO
Fotos: Ibama/GO