Márcia Néri
- Brasília (19/02/2009) – A equipe de fiscalização
do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade que atua no Parque Nacional de Anavilhanas,
no Amazonas, apreendeu, na última sexta-feira (13),
dois adolescentes que contrabandeavam alevinos pelas hidrovias
da unidade de conservação. A dupla viajava
pelo Rio Negro e transportava cerca de sete mil filhotes
de aruanã preto (Osteoglossum ferreirai) que seriam
entregues a um suposto traficante colombiano. Os rapazes
receberam multas por crime ambiental no valor de R$ 281
mil.
Os fiscais também
recuperaram sete quelônios adultos que seriam vendidos
em cidades próximas da área protegida por
lei. Os animais são apreciados pela gastronomia
local. De acordo com a chefe do parna de Anavilhanas,
Giovanna Palazzi, a pesca do aruanã preto está
proibida. “A época de cheia nos rios amazônicos
é justamente o momento de reprodução
dos peixes, estamos no período do defeso e essas
capturas ilegais acabam ameaçando a espécie”,
alerta.
A analista ambiental conta
que o número de apreensões tem aumentado
nos últimos anos e que grande parte dos peixes
contrabandeados são vendidos para o mercado asiático.
“A demanda tem crescido e isso nos coloca em alerta. O
aruanã preto tem uma particularidade interessante.
O macho protege os alevinos na boca. Então, para
capturar os filhotes, usado também para fins ornamentais,
os pescadores matam o peixe adulto. São dois prejuízos
para o ecossistema”, explica Giovanna.
Segundo informação
da equipe que apreendeu o carregamento, os alevinos foram
capturados no Parque Nacional do Jaú, no município
de Novo Airão, que fica a 200 Km de Manaus. “Recebemos
uma denúncia e conseguimos interceptar os infratores
aqui em Anavilhanas. A Polícia Federal investiga
a ação desses traficantes e nos apóia
sempre que necessário. O Ibama também é
um parceiro importante”, lembra a chefe de Anavilhanas.
Os
alevinos foram soltos na Estação de Piscicultura
de Balbina, distante 180 quilômetros de Manaus (AM).
Os quelônios ganharam a liberdade nas águas
do Parque Nacional do Jaú, região na qual
foram capturados e de onde nunca deveriam ter saído.
Ascom ICMBio