Marabá (24/03/2010)
– Cerca de 220 fiscais do Ibama participam desde segunda-feira
(22/3) da Operação Corcel Negro, a maior
ofensiva de combate à produção, o
transporte e o consumo ilegal de carvão já
organizada no país. Desde o início das ações,
os agentes federais já impediram que cerca de 5
mil hectares de mata nativa amazônica fossem destruídos
para a transformação em carvão, só
no estado do Pará.
Os alvos da Corcel Negro
se espalham pelos principais estados produtores e consumidores
de carvão irregular: Pará, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal,
Tocantins, Piauí, Maranhão, Bahia, Minas
Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo
e Mato Grosso do Sul.
Nos 14 estados, o primeiro
dia de operação resultou na fiscalização
de 21 carvoarias e na emissão de 25 autos de infração,
no valor total de R$ 1,48 milhão. Dos 52 caminhões
inspecionados, 10 foram apreendidos. A partir desta quinta
(25/3), serão vistoriadas siderúrgicas.
“Além de combater
o uso ilegal de recursos naturais, no caso, lenha nativa,
vamos coibir a questão das emergências ambientais”,
acrescenta o coordenador de Operações de
Fiscalização da Diretoria de Proteção
Ambiental - Dipro, Roberto Cabral.
Caminhões carregados
com mais carvão do que suportam são responsáveis
por 22% dos acidentes ambientais do país, segundo
dados da Dipro. O carvão é classificado
como inflamável e é considerado produto
perigoso.
No Pará: crédito
fraudado
Entre os alvos da Corcel Negro, destacam-se empresas-fantasmas
que esquentam carvão de desmate da floresta amazônica
por meio do Sistema de Comercialização e
Transporte de Produtos Florestais do estado do Pará,
o Sisflora.
“A produção
de carvão ilegal é um dos grandes vetores
do desmatamento. Não só da floresta amazônica,
mas de outros biomas ameaçados como o cerrado e
a caatinga. Ao combater a cadeia do carvão criminoso,
diminuímos a destruição do que resta
das nossas matas nativas”, explica o chefe da Divisão
de Fiscalização do Ibama no Pará,
Alex Lacerda.
A Corcel Negro já
confirmou fraudes no Sisflora de 14 empresas. Juntas,
elas incluíram mais de 600 mil m³ de carvão
em créditos falsos no sistema de controle estadual.
“As carvoarias usariam
esses créditos fictícios para esquentar
o carvão ilegal produzido às custas do desmatamento
da floresta amazônica. Cerca de 5 mil hectares de
matas nativas seriam destruídas e acobertadas por
este esquema”, explica o Coordenador da Corcel Negro no
Pará, Paulo Maués.
O maior fraude até
o momento ficou por conta de uma carvoaria em Murumuru,
em Marabá, no sudeste do estado. Na cidade existe
um pólo siderúrgico, onde há grande
consumo de carvão vegetal. A empresa de fachada
havia incluído no Sisflora saldo de 1,3 mil toneladas
de matéria prima para produção de
carvão. Mas durante a vistoria da Corcel Negro
na sede da empresa, o Ibama encontrou um volume irrisório,
inferior a 200 quilos.
A Operação
Corcel Negro conta com o apoio da Polícia Rodoviária
Federal, do Ministério do Desenvolvimento Social,
Eletrobrás, Eletronorte, Furnas e Promotorias Estaduais
e Municipais.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA
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Operação
Corcel Negro fiscaliza siderúrgicas, transporte
e produção de carvão no Espírito
Santo
(26/03/2010) A Operação
Corcel Negro, deflagrada esta semana em 14 estados do
país, fiscalizou até o momento no Espírito
Santo, duas siderúrgicas, um serraria, 26 caminhões
que transportavam carvão e 16 carvoarias. As multas
totalizaram R$ 74 mil. Segundo o responsável pelo
Núcleo de Controle e Monitoramento do Ibama - Nucom,
as autuações foram motivadas pelo transporte
irregular da carga, considerada perigosa por ser inflamável.
A operação
tem como objetivo combater a exploração
e transporte ilegal de carvão vegetal. A extração
ilegal desse tipo de produto florestal está entre
os principais fatores de desmatamento do país.
Ainda foram encontrados,em
três carvoarias vistoriadas doze pássaros
silvestres que estavam em cativeiro ilegal de fauna. Os
responsáveis pela criação foram multados
e os pássaros serão encaminhados para o
Cereias.
Segundo os coordenadores
da Operação Corcel Negro, esta ação
foi pensada para agir de forma preventiva nos pontos mais
críticos do país no que se refere aos destinos
finais do carvão (siderúrgicas) e na incidência
de acidentes rodoviários com cargas perigosas,
sendo que o carvão é o produto mais envolvido
nesse tipo de acidente, representando 22% do total nacional.
Luciana Carvalho
Ascom/Ibama/ES
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Ibama inicia operação
Corcel Negro, no Maranhão, com foco no transporte
ilegal de carvão
São Luís
(25/03/2010) – A Superintendência do Ibama no Maranhão
realiza nesta semana a operação Corcel Negro,
com o objetivo de monitorar e combater a exploração
e o transporte ilegal de carvão vegetal. A estratégia
de ação da fiscalização é
baseada em barreiras fixas e barreiras móveis nas
principais rodovias do estado.
A operação
também ocorrerá em outros estados e será
conduzida pelas superintendências estaduais do Ibama,
com orientação da Coordenação
Geral de Fiscalização Ambiental - CGFis
e apoio da Coordenação Geral de Emergência
Ambiental - CGema, ambas da Diretoria de Proteção
Ambiental - Dipro/Ibama, sob a supervisão do Ministério
do Meio Ambiente - MMA.
Para garantir que o carvão
foi produzido a partir de um manejo responsável
dos recursos naturais, a transportadora precisa emitir
o Documento de Origem Florestal - DOF e transportá
o produto em segurança até seu destino,
pois o carvão é classificado como inflamável
e deve observar as normas estabelecidas para o transporte
de produtos perigosos.
Ao fiscalizar o transporte
de carvão vegetal, o Ibama está contribuindo
para a conservação do meio ambiente em duas
frentes: primeiro, confirmando que aquele carvão
foi removido de florestas sustentáveis, plantadas
ou com plano de manejo adequado, com a devida origem identificada;
e, segundo, garantindo a segurança na atividade
do transporte rodoviário de cargas perigosas que
podem afetar diretamente a sociedade nos trechos de movimentação
mais constante.
A operação
foi pensada de modo a agir de forma preventiva nos pontos
mais críticos do país no que se refere aos
destinos finais do carvão (siderúrgicas)
e na incidência de acidentes rodoviários
com cargas perigosas, sendo que o carvão é
o produto mais envolvido nesse tipo de acidente, representando
22% do total.
Convém salientar
que a extração ilegal do carvão vegetal
está entre os principais fatores de desmatamento
dos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia.
Ascom/Ibama/MA
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Ibama inicia Operação
Corcel Negro para fiscalizar transporte de carvão
vegetal em Minas Gerais
Belo Horizonte (24-03-2010)
– O Ibama iniciou esta semana, em parceria com a Polícia
Rodoviária Federal - PRF, a Operação
Corcel Negro, que está fiscalizando o transporte
de carvão vegetal em 14 estados. Nos acidentes
com cargas perigosas nas rodovias brasileiras, o carvão
vegetal é o produto mais frequente, e representa
22% dos casos. Em Minas Gerais, principal foco da operação,
esta proporção sobe para 53%.
Estão sendo realizadas
barreiras em diversas rodovias, nas quais são verificados
os documentos do veículo e da carga. Entre os itens
exigidos, os documentos comprobatórios da origem
do carvão, como o Documento de Origem Florestal
- DOF do Ibama, as licenças estaduais para o transporte
de produtos perigosos, o registro no Cadastro Técnico
Federal e itens de segurança no transporte, além
da verificação do volume de carvão
e se o mesmo é de origem nativa ou plantada.
Em Minas, o transporte
de carvão vegetal é intenso. Na BR 040,
por exemplo, a PRF estima que transitem cerca de 600 caminhões
transportando carvão por dia. Esse fluxo se dá
devido à concentração de siderúrgicas
na região, que tem grande demanda do carvão
vegetal para a produção de ferro gusa. Essa
demanda também é considerada como um fator
de pressão no desmatamento do cerrado e da caatinga.
Em Curvelo, um dos principais
pontos de controle devido à proximidade de pólos
siderúrgicos, a operação foi iniciada
na manhã de hoje e já foram apreendidos
13 caminhões carregados de carvão, tanto
de origem nativa como plantada. A principal irregularidade
encontrada é a falta de licença ambiental
para o transporte de produtos perigosos. A Promotoria
de Justiça de Paraopeba, município vizinho
de Curvelo, apoia a operação. Em outras
duas barreiras em Minas foram apreendidos pelo menos mais
quatro caminhões hoje.
Um
dos objetivos da Operação Corcel Negro é
prevenir os acidentes, exigindo o cumprimento das normas
de controle do transporte de produtos perigosos, no caso
o carvão vegetal, bem como coibir o transporte
e a utilização de carvão vegetal
sem origem legal, contribuindo, assim, para o combate
ao desmatamento dos biomas brasileiros.
Christian Dietrich
Ascom/Ibama