Brasília (21/07/2010)
- A Operação Jaguar, deflagrada ontem pela
Polícia Federal e o Ibama, desmantelou organização
delituosa que promovia caça de onças pintadas,
pardas e pretas no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná
e resultou na prisão de 4 argentinos, 1 paraguaio
e 3 brasileiros (um é policial militar do MT) em
plena atividade clandestina e de mais outras seis pessoas.
As investigações,
desenvolvidas em conjunto com o Ibama, tiveram início
no ano passado pela PF de Corumbá (MS) que obteve
relatos do encontro de carcaças de onças
em algumas fazendas na região pantaneira do estado
e ainda o sumiço de felinos que estavam em monitoramento
pelo Ibama.
Em continuidade às
investigações, a PF constatou a presença
de indivíduos, acompanhados de M. A. M. M., (filho
de A. T. M. N., o mais famoso caçador de onça
do Brasil), transportando em camionetas vários
cães de raça, típicos para caça
de grande felinos.
“O Caçador de Onça”,
que em algumas ocasiões auxiliou o Ibama, se diz
regenerado da fama de maior caçador de onças
do Brasil, convertido agora a trabalhar pela preservação
da espécie.
Toda a ação criminosa do grupo se desenvolve
quando os caçadores, brasileiros e/ou estrangeiros,
ingressam no Pantanal por meio de aviões particulares,
pousam em fazendas da região, equipados com modernas
armas de caça. Nas fazendas utilizam os cães,
normalmente cedidos por “Caçador de Onças”
ou alguns fazendeiros que têm interesse em proteger
seu gado do felino. Após os registros fotográficos
dos abates, destroem as carcaças. Há evidências
que alguns “troféus” são levados até
para o exterior, vez que a PF constatou a frequente participação
de uma pessoa, identificada como F. C, residente em Curitiba
(PR), com conhecimento em Taxidermia – arte de empalhar
animais.
Normalmente as caçadas
predatórias são organizadas pelo caçador
profissional identificado como E. A. S., residente em
Cascavel (PR).
Pelos chamados “safáris”,
os clientes pagavam por animal abatido, especificamente
onça-pintada, parda e preta, e, por um valor a
maior, tinham o direito à pele, cabeça ou
a todo o animal, que era empalhado em Curitiba.
A PF não descarta
a possibilidade do grupo participar de safáris
na África, introduzindo no Brasil, peles e partes
de animais caçados naquele continente, inclusive
no tráfico de marfim, cuja comercialização
é proibida internacionalmente.
Acolhendo representação
da Polícia Federal, a Justiça Federal de
Corumbá (MS) autorizou o monitoramento do grupo
e, nesta fase ostensiva da Operação Jaguar,
expediu 7 Mandados de Prisão Temporária
e 14 Mandados de Busca e Apreensão, efetuados em
Curitiba, Cascavel, Corbélia (PR), Rondonópolis
e Sinop (MT), Miranda e Bodoquena (MS).
Os alvos, independentes
das circunstâncias em que forem presos, serão
indiciados nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais
(Lei nº 9605/98) – Perseguir, caçar ou matar
animais da fauna silvestre sem permissão – Pena
de seis meses a um ano e ainda por porte ilegal de arma
de fogo, cuja pena prevista é de até 4 anos
de reclusão e mais o artigo 288 do Código
Penal (Formação de Quadrilha ou Bando –
Pena de 1 a 3 anos de reclusão).
A operação
foi deflagrada ontem (20), por volta de meio-dia, quando
equipes de policiais federais e do Ibama, utilizando viaturas
tracionadas e ainda um helicóptero do Ibama, prenderam
em plena atividade de caça clandestina 8 pessoas,
sendo 4 argentinos, 1 paraguaio e 3 brasileiros (um é
policial militar do MT). Todos portando grande número
armas e munições de diversos calibres. A
PF efetuou a prisão do grupo na manhã, antecipando
a “Grande Caçada” que estava agendada pelos predadores
para ontem à noite, evitando assim o abate de um
ou mais felinos.
Os Mandados de Prisão
Temporária e de Busca e Apreensão nos locais
já descritos foram cumpridos ontem, no final da
tarde, após a prisão em flagrante do grupo
de caçadores em fazendas na região de Sinop.
Comunicação Social SR/DPF/MS