Fortaleza (19/08/2010)
- Com a utilização de aparelhos de raio-x,
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT),
tem conseguido barrar o envio de peixes, moluscos, crustáceos,
equinodermos e cnidários, sendo algumas espécies
nativas e outras exóticas, para as mais diversas
regiões do país como os estados de PE, PB,
BA, SP e RJ. Esse crime ambiental agora está mais
difícil de ser praticado. Só no período
de maio a agosto deste ano, a superintendência do
Ibama no Ceará já realizou 12 apreensões.
Ainda na tentativa de
burlar o raio-x, os infratores apelaram para métodos
novos, como cobrir as embalagens com papel alumínio,
tanto as caixas de isopor como os sacos plásticos,
na esperança de que este interferisse na penetração
da radiação e, consequentemente, na formação
das imagens que são analisadas. Outra ilusão
foi tentar substituir as embalagens de isopor por papelão
e aumentar o tamanho das caixas, preenchendo o espaço
que sobra com folhas de jornal rasgado, a fim de descaracterizar
o modo como tradicionalmente estes organismos são
enviados. Tudo em vão.
Material biológico
visto no monitor de raio-x da ECT
A comercialização
e transporte via correio de peixes e invertebrados com
fins ornamentais não é proibida. Tampouco
qualquer outro meio de transporte aéreo, marítimo
ou terrestre. No entanto, a empresa ou aquicultor que
comercializa esses animais deve ter o Cadastro Técnico
Federal do Ibama (CR/CTF) e o Registro Geral de Pesca
(RGP) junto ao Ministério de Pesca e Aquicultura.
O transporte dos espécimes também deve estar
acompanhado de nota fiscal e, no caso de peixes ornamentais,
é exigida a Guia de Trânsito de Peixes com
Fins Ornamentais e de Aquariofilia (GTPON) e o atendimento
às demais orientações constantes
nas Instruções Normativas do Ibama (n°
202/08, 203/08 e 204/08).
Os interessados em comercializar
esses organismos devem procurar as Superintendências
do Ibama nos estados, a fim de obter orientações
de como proceder o comércio regular desses animais.
Livio Gurjão e Mariangela Bampi
Ascom/Ibama/CE
Fotos: José Wellington B. de Oliveira/Empresa Brasileira
de Correios e Telegrafos-ECT
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Ibama devolve à
natureza 51 tartarugas apreendidas em Itaituba, no Pará
Belém (25/08/2010)
– O Ibama devolveu nesta terça-feira (24/08) 51
tartarugas-da-amazônia a uma área protegida
do rio Tapajós, em Itaituba, a 400 Km de Santarém,
no oeste do Pará. Elas foram apreendidas durante
duas operações realizadas com o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) para reprimir o comércio e consumo desses
animais, que estão entrando no período de
reprodução na região. Cinco delas
não puderam voltar à natureza e estão
sob cuidados veterinários.
Na sexta (21/8), os agentes
pararam e revistaram carros na Vicinal de Barreiras, a
10 km do centro do município. Uma tartaruga foi
encontrada na caçamba de uma caminhonete Hilux
e outra na mala de um Uno. Os motoristas foram multados
em R$ 10 mil e os automóveis apreendidos.
Segundo o chefe do Escritório
Regional do Ibama em Itaituba, Davi Rocha Paiva, o consumo
de carne de tartaruga ainda é grande na cidade,
apesar das multas aplicadas pelo órgão ambiental.
Durante uma ação
na segunda (23/8), os fiscais apreenderam mais 54 animais
numa vila de pescadores próxima ao Tabuleiro de
Monte Cristo, na divisa com o município de Aveiro,
um dos principais pontos de desova de tartaruga no estado.
Ao perceber a chegada do Ibama, a maioria abandonou os
bichos capturados para tentar escapar do flagrante. Muitas
tartarugas foram jogadas em terrenos baldios e no rio,
ainda presas em sacos, mas boa parte acabou salva pelos
fiscais. Dois moradores, flagrados com quatro animais,
foram multados em R$ 20 mil.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA