Altamira (07/02/2011)
– O Ibama vistoriou durante a operação Harpia,
entre 17 e 31/01, mais de 72 mil hectares de áreas
ilegalmente desmatadas e embargadas no sul e sudeste do
Pará. Essa extensão de terra, junta, equivale
a mais de duas vezes o tamanho da cidade de Fortaleza,
no Ceará. Segundo os fiscais da Gerência
Executiva do órgão em Marabá, poucas
propriedades respeitaram a sanção, não
permitindo a recuperação do meio ambiente
degradado. Na ação, nove fazendas acabaram
multadas em cerca de R$ 155 milhões - tanto por
descumprir o embargo quanto impedir a regeneração
da floresta - em São Félix do Xingu, Santana
do Araguaia, Cumaru do Norte, Santa Maria das Barreiras
e Bannach.
“Se a proibição
de uso tivesse sido cumprida, já haveria uma mata
crescendo nestas áreas. Ao invés disso,
encontramos pastagens, com rebanhos associados. A continuação
da atividade pecuária impediu a regeneração
natural da floresta”, explica o coordenador da operação,
Diego Guimarães, da Divisão de Fiscalização
do Ibama em Marabá. Todos os fazendeiros autuados
foram notificados para retirar em até 30 dias o
gado das áreas embargadas.
A operação
Harpia é uma das maiores investidas do Ibama contra
a quebra dos embargos aplicados às áreas
ilegalmente desmatadas no Pará. Ela aconteceu simultaneamente
nas regiões de Marabá, no sul e sudeste,
e em Santarém, no oeste do estado.
“O Ibama está preparando
o terreno para futuras ações de fiscalização
nos moldes da operação Boi Pirata I e II.
Quem insistir em criar gado em terras desmatadas e embargadas,
vai ter os animais apreendidos. A pecuária ilegal
é um dos grandes responsáveis pelo desmatamento
da floresta amazônica e será combatida”,
afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização
do instituto no Pará, Paulo Maués. Em 2011,
90 operações de médio e grande porte
estão prevista para ocorrer no Pará.
Manejo sem floresta: mais
R$ 80 mi em multas
Ao vistoriar a Fazenda
Rio Tigre, em Santana do Araguaia, fiscais da operação
Harpia flagraram mais um plano de manejo florestal fraudado
em atividade no Pará. A propriedade, embargada
pelo Ibama desde 2006, obteve aprovação
da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), ano passado,
para explorar milhares de metros cúbicos de madeira
nativa amazônica, sem possuir sequer uma floresta
com potencial madeireiro em seus limites (havia apenas
matas secundárias e pastos degradados). O dono
da fazenda beneficiada pela ilegalidade foi multado em
R$ 80 milhões, pela venda fictícia da madeira
e por inserir informações falsas no sistema
de controle ambiental.
Mesmo sem madeira para
manejar, a Rio Tigre movimentou cerca de 6,5 mil m3 de
toras (aproximadamente 250 caminhões cheios) em
créditos fictícios no Sistema de Comercialização
e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) - que controla
a compra e venda de madeira no Pará. De acordo
com o Ibama em Marabá, o plano de manejo fraudulento
serviu para colocar no mercado, como se fosse legal, milhares
de metros cúbicos de madeira de desmatamento a
partir do sul e sudeste do estado.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA
Fotos: Ibama/PA
Fonte: Ibama