Buriticupu (08/09/2011)
– O Ibama já desativou dez serrarias no pólo
madeireiro de Buriticupu, a cerca de 420 km de São
Luís, no Maranhão. As empresas - que usavam
madeira extraída ilegalmente da Reserva Biológica
do Gurupi e das terras indígenas Arariboia, Alto
Turiaçu, Caru e Awá - estavam embargadas
desde o ano passado, mas continuavam a funcionar irregularmente.
O instituto ainda aplicou R$ 1,9 milhão em multas
e apreendeu 3,2 mil m³ de madeira irregular nas madeireiras
(cerca de 160 caminhões cheios).
Há oitos dias, Ibama, Força Nacional, Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal e Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade,
com apoio do Ministério do Trabalho e Sistema de
Proteção da Amazônia, realizam a operação
Maurítia na região.
O desmonte das serrarias
irregulares ganhou velocidade nos últimos dias
após a apreensão no sábado (03/09)
de dois caminhões bi-trens e duas pás-carregadeiras
numa exploração ilegal de madeira no lado
norte da Rebio do Gurupi. As máquinas, juntamente
com os dois caminhões munk do Ibama, estão
apoiando as operações de desmanche.
Até o momento,
15 empresas do pólo foram fiscalizadas. No rol
das irregularidades identificadas nas madeireiras de Buriticupu,
há de tudo um pouco. Além de descumprimentos
de embargos e falta de licenças ambientais, os
fiscais flagraram uma serraria embargada que obteve uma
licença ambiental de operação na
Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Maranhão;
outra que serrava paus-amarelos (*Euxylophora paraensis*),
árvore ameaçada de extinção;
uma terceira que, mesmo regularizada, tinha o volume considerável
de 1,3 mil m³ de madeira ilegal no pátio (65
caminhões cheios), e ainda serrarias que inseriam
dados falsos no DOF (sistema federal que controla o comércio
e transporte de produtos florestais no estado) e usavam
“laranjas” para operar seus empreendimentos ilegais.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA