Belém (18/03/2013)
- O Ibama embargou 2,5 mil hectares de áreas ilegalmente
desmatadas para pecuária, desde o início
da Operação Onda Verde na região
de Novo Progresso, no oeste do Pará. Cerca de R$
7 milhões em multas já foram aplicadas.
Muitos desmatamentos, porém, ainda não receberam
autuação e foram embargados por edital,
porque não se conhece os posseiros das terras.
"Essa medida vai facilitar a aplicação
futura da multa, além da apreensão e doação
do gado que for encontrado nestas propriedades",
explica o coordenador da Onda Verde em Novo Progresso,
o analista ambiental Leonardo Tomaz.
Um destes desflorestamentos para a expansão da
pecuária foi flagrado pelos agentes ambientais
a apenas dois Km da Terra Indígena do Baú,
no Distrito de Castelo dos Sonhos. Os desmatadores fugiram
pela mata, ao avistar o helicóptero do Ibama, deixando
duas motosserras e 400 hectares de florestas destruídas.
Sem Cadastro Ambiental Rural (CAR), a área acabou
embargada por edital e não poderá mais ser
alvo de legalização fundiária.
Gado em área desconhecida: doação
sumária
No final do ano passado,
o instituto apreendeu 500 cabeças de gado em uma
área desmatada e embargada por edital, em Novo
Progresso. Foi a primeira apreensão de um rebanho
de dono desconhecido feita pelo instituto no país.
O pecuarista que fomenta o desmatamento não autorizado,
segundo o superintendente do Ibama no Pará, Hugo
Américo, se mantém na ilegalidade para evitar
a responsabilização pelos danos que provoca
ao meio ambiente.
"Criar gado em área
desmatada e embargada por edital, deixar de marcar o animal,
não se inscrever no CAR, não vai impedir
a apreensão do Ibama. Este ano mais rebanhos nesta
mesma situação serão apreendidos
na região", afirma Hugo.
Após a intervenção
do IBAMA, o proprietário dos 500 bois veio à
tona e reclamou a posse dos animais. Mas a apreensão
foi mantida e todo o rebanho acabou doado sumariamente
à Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais na região. "Foram apenas dez
dias entre a apreensão na área embargada
sem posseiro conhecido e a doação sumária.
Ou seja, foi pior negócio para o pecuarista não
buscar a legalidade ambiental", diz o superintendente.
Fiscalização permanente
A Onda Verde do IBAMA
continua combatendo desmatamentos não autorizados
na região de Novo Progresso até o final
de 2013, ou até a interrupção dos
desflorestamentos ilegais. No Pará, a operação
também ocorre em Anapu e Uruará. Há
mais quatro frentes de fiscalização na Amazônia
Legal: no Mato Grosso, Amazonas e em Rondônia.
Nelson Feitosa
Ascom IBAMA