Paragominas (04/04/2013)
- Um dos maiores grupos florestais do país, com
sede em Paragominas, no sudeste do Pará, foi alvo
nesta quinta-feira (04/04) da Operação Díadre,
deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ibama. Com
ao menos 12 empresas associadas - entre madeireiras, firmas
de exportação e fábricas de MDF processados
a partir de madeira de reflorestamento -, o conglomerado
é suspeito de utilizar espécies nativas
exploradas ilegalmente em áreas protegidas para
a fabricação de parte dos seus produtos.
No primeiro dia de ação,
o Ibama embargou duas madeireiras do grupo por irregularidades
na comercialização de madeira nativa e aplicou
cerca de R$ 2 milhões em multas. A PF cumpriu 29
mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça
Federal em empresas localizadas em Paragominas, Dom Eliseu,
Tomé-Açu e Pacajá. Além da
apreensão de documentos, vários funcionários,
administradores e sócios das empresas foram ouvidos.
O nome do grupo florestal
paraense surgiu associado à exploração
ilegal de madeira durante a Operação Maurítia,
em setembro de 2011, quando o Ibama flagrou uma grande
exploração irregular de madeira na Reserva
Biológica (Rebio) do Gurupi, no Maranhão,
próximo a fronteira com o Pará. Na época,
em depoimento à PF, oito homens presos em flagrante
acusaram o grupo de ser o dono da derrubada, o que deu
início ao inquérito policial. Com a operação
Dríade, o caso deverá encerrar a etapa policial
ainda este mês, seguindo para o Ministério
Público para o início da ação
penal.
Nestes 18 meses, as investigações
comprovaram que boa parte da madeira retirada da Rebio
do Gurupi foi esquentada nas empresas do conglomerado,
por meio de um plano de manejo fraudulento de Nova Ipixuna,
no sudeste paraense. Cerca de 35 mil m3 de créditos
foram utilizados para documentar com Guias Florestais
fraudadas a madeira da área protegida e colocá-la
no mercado nacional e internacional. O esquema gerou um
faturamento de R$15 milhões às empresas,
segundo a PF. No final de 2011, o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade multou
o grupo florestal em R$ 30 milhões em razão
dos danos ambientais causados à reserva biológica.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/PA