14/06/2012
- 17h15 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – O secretário executivo
da delegação brasileira na Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20), embaixador Luiz Alberto
Figueiredo Machado, confirmou hoje (14) que não
há consenso entre os negociadores para fechar
a proposta de fortalecimento do programa ambiental
das Nações Unidas (ONU) para as questões
ambientais, no texto final do evento. Segundo ele,
ainda é necessário “avançar”
em relação a esse aspecto do documento.
O
Brasil e vários países defendem o
fortalecimento do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o
autônomo e com mais recursos. Há, ainda,
uma proposta sobre a criação de uma
organização independente, como a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Porém, ambas
esbarram em obstáculos impostos por países
ricos.
“Estamos
concentrados no fortalecimento do Pnuma e em encontrar
medidas práticas e eficientes para que tenha
seu papel reforçado e meios de exercê-lo”,
disse Machado. “A questão de transformar
ou não em uma agência é posterior.
Não há consenso sobre a transformação
do Pnuma em uma agência independente.”
O
documento final, em fase de elaboração,
está na sua maior parte sem acordo. Apenas
um quarto do texto foi negociado. Os principais
temas divergentes são as definições
sobre metas comuns, transferência de tecnologias,
financiamentos, capacitação de pessoas
para a execução de programas relacionados
ao desenvolvimento sustentável, compreensão
sobre o significado de economia verde e criação
de novas instituições.
No
entanto, o secretário executivo brasileiro
da Rio+20 disse que está “otimista”
com a possibilidade de fechar o texto até
amanhã (14). Nos bastidores, porém,
os negociadores trabalham com a hipótese
de estender as negociações até
o fim de semana, dias antes da reunião de
cúpula dos 115 chefes de Estado e Governo
– que ocorrerá de 20 a 22 de junho.
+
Mais
Transporte
de comitivas durante a Rio+20 é feito com
etanol de segunda geração
14/06/2012
- 12h03 - Meio Ambiente - Rio+20 - Carolina Gonçalves
- Enviada Especial - Rio de Janeiro - Quarenta mini
vans usadas para o transporte de comitivas que participam
da Conferência das Nações Unidas
sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
estão rodando com a segunda geração
de etanol brasileiro, conhecido como E2G. O novo
combustível é produzido a partir de
resíduos de plantação de cana-de-açúcar.
Na produção da primeira geração
do etanol brasileiro a matéria-prima é
a própria cana-de-açúcar.
Mais
de uma empresa desenvolve a tecnologia, mas a experiência
usada na Rio+20 é resultado das pesquisas
feitas pela Petrobras que vem estudando a produção
do novo combustível desde 2004. De acordo
com o presidente da Petrobras Biocombustível,
Miguel Rosseto, foram produzidos 80 mil litros do
E2G, usando cerca de US$ 70 milhões. O dinheiro
é parte dos US$ 300 milhões previstos
para pesquisas em biocombustível.
“Hoje
o padrão de produção do etanol
brasileiro é 8 mil litros por hectare. Aproveitando
o bagaço da cana-de-açúcar
conseguimos produzir 11 mil litros por hectare.
Alcançamos uma eficiência de 40%”,
explicou Rosseto.
Os
estudos apontaram um rendimento de 300 litros de
etanol por tonelada de bagaço seco. A escala
experimental da Petrobras foi produzida em uma planta
de demonstração localizada no Estados
Unidos. A previsão é que em 2015 o
etanol de segurança geração
ganhe escala comercial, alcançando uma produção
de 80 a 150 milhões de litro por ano. A estimativa
da estatal é de que a garantia do novo combustível
nas usinas signifique um investimento de US$ 150
milhões anuais.
“As
usinas para produção do E2G serão
acopladas às usinas de primeira geração
do combustível para garantir a eficiência
energética na produção. Vamos
produzir mais etanol com a mesma área plantada,
usando a cana-de-açúcar e transformando
o resíduo também em combustível”,
acrescentou Rosseto.
De
acordo com o presidente da Petrobras Biocombustível,
o preço para o consumidor será o mesmo
pago pelo etanol da primeira geração,
usado hoje nos postos de gasolina. Rosseto explicou
que todas as pesquisas estão voltadas para
garantir esse custo equitativo e a estatal já
está analisando os detalhes para implantação
da usina do E2G.
Até
agora, as pesquisas para a produção
do E2G no Brasil foram feitas apenas a partir dos
resíduos de cana. A escolha considerou o
volume desse cultivo no país, inclusive para
garantir que, em três anos, a produção
do E2G tenha matéria-prima suficiente para
abastecer o mercado. Mas, a produção
pode envolver, no médio e longo prazo, outros
resíduos de celulose, como a palha de milho,
usada nos Estados Unidos.
Fonte: Agência Brasil