O
Mundo dos Insetos
A importância
dos insetos e das coleções científicas
19/08/2019 – Aproximadamente
80% de todas as espécies de animais descritas até
o momento são insetos, eles são os mais abundantes
de todos os organismos. Cerca de 800 mil espécies
já foram descritas e a estimativa é de que
2-5 milhões ainda não são conhecidos.
A Os insetos existem na
Terra há cerca de 330 milhões de anos. O fóssil
mais antigo é do Período Devoniano, espécime
da Classe Collembola. A maioria das ordens que existem atualmente
é da Era Permiana, entre 200-240 milhões de
anos.
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Coleções biológicas
do CECFLORA. Bióloga trabalha no acervo de
insetos.
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Eles ocorrem em praticamente
todos os ambientes, de regiões extremamente quentes
até áreas com temperaturas abaixo de zero:
em cavernas subterrâneas, região Antártica,
no Himalaia, a seis mil metros acima do nível do
mar, desertos, lagos e rios.
Existem os insetos que são
prejudiciais, por atacarem plantas, transmitirem doenças
a elas, aos seres humanos e a outros animais, mas uma grande
quantidade fornece inúmeros benefícios, por
realizarem uma gama de processos ecológicos e serviços
ecossistêmicos como polinização, predação,
ciclagem de nutrientes, herbivoria e controle biológico.
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Coleções biológicas
do CECFLORA. Insetário.
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A polinização
de flores, por exemplo, é executada exemplarmente
pelas abelhas; fornecem produtos comerciais como mel, cera
e seda; promovem a aeração, fertilização
e revolvimento do solo; são importantes na alimentação
humana e de animais como peixes, anfíbios, mamíferos
e aves; aplicação na medicina e em pesquisas
científicas; utilização na Entomologia
Forense, auxiliando a solução de casos criminais;
e como indicadores biológicos.
Como consequência
da alta diversidade de espécies, seus hábitos,
comportamentos, hábitats e morfologia variam muito.
Para estudá-los e catalogá-los é necessário
o uso de técnicas corretas de coleta e transporte
para que sejam mantidos perfeitamente em coleções
biológicas e forneçam informações
importantes por um longo tempo.
Coleções biológicas
são constituídas por organismos ou partes
deles, tratados, conservados, organizados e sistematizados
e podem ter fins científico, didático, particular,
de segurança nacional, de serviço e outros.
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Coleções biológicas
do CECFLORA. Insetário.
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Além de ser uma ferramenta
muito importante para pesquisas científicas nas áreas
de ecologia, biogeografia e conservação, é
uma maneira de promover a conscientização
de crianças, adolescentes e adultos por meio da educação
ambiental, revelando o valor que estes organismos possuem
para a integridade e funcionamento dos ecossistemas.
As coleções
biológicas são divididas em cinco tipos com
diferentes finalidades:
a) Coleções
científicas: material biológico tratado, conservado
e documentado, conforme normas e padrões garantindo
segurança, acessibilidade, qualidade, longevidade,
integridade e interoperabilidade dos dados da coleção,
fornecendo subsídios para pesquisas científicas
e para a conservação ex situ;
b) Coleções: destinado à exposição,
demonstração, treinamento ou educação;
c) Coleções biológicas particulares:
conservação ex situ e subsídio de pesquisas
científicas e atividades didáticas;
d) Coleção de segurança nacional: acervos
múltiplos de instituições públicas
contendo um conjunto de genes de espécies distintas
e importantes estrategicamente, visando à promoção
de autossuficiência e segurança interna da
nação;
e) Coleções de serviço: materiais biológicos
com certificação e rastreabilidade, com intuito
de gerar produtos biotecnológicos, farmacêuticos,
alimentícios e serviços.
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Coleções biológicas
do CECFLORA. Insetário.
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As principais ordens de insetos
são:
Ordem Lepidoptera:
borboletas e mariposas.
Ordem Coleoptera:
reúne os besouros, composta por cerca de 350 mil
espécies, 40% de todos os insetos e 30% dos animais,
resultando no maior grupo de organismos da terra.
Ordem Hemiptera:
inclui os percevejos, barbeiros, baratas d’água,
cigarras, cigarrinhas e mosca branca.
Ordem Trichoptera:
integra os insetos chamados de tricópteros e é
uma ordem pouco presente nas coleções entomológicas.
Ordem Ephemeroptera:
conhecidos popularmente como efeméridas, insetos
associados aos cursos d’água.
Ordem Hymenoptera:
abriga as abelhas, marimbondos, mamangavas e vespas.
Ordem Orthoptera:
integra os gafanhotos, esperanças, grilos, manés-magros
e paquinhas.
Ordem Isoptera:
compreende os cupins ou térmitas.
Ordem Diptera: compõem
moscas, mosquitos, varejeiras, pernilongos, borrachudos
e mutucas.
Ordem Odonata:
inclui as libélulas.
Ordem Mantodea:
reúne os louva-a-deus.
Ordem Blattaria:
baratas.
Ordem Phasmatodea:
engloba os bichos-pau que são diferentes dos manés-magros,
representantes da Ordem Orthoptera.
Ordem Dermaptera:
tesourinhas ou tesouras.
Ordem Thysanoptera:
tripés.
Ordem Neuroptera:
representada pelos crísopídeos, bicho-lixeiro
e formiga-leão.
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Coleções biológicas
do CECFLORA. Bióloga trabalha no acervo de
insetos.
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O Centro de Estudos e Conservação
da Flora – CECFLORA, uma unidade de pesquisa da Agência
Ambiental Pick-upau possui um insetário criado com
financiamento do Ministério do Meio Ambiente, através
do Fundo Nacional para Mudanças do Clima, FNMC e
patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras
Socioambiental. A coleção científica
da organização destina-se aos estudos de conservação
dos habitats, realizados pela Pick-upau e para ações
de educação ambiental.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves. Parcerias
estratégicas como patrocínios da Petrobras
e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
Da Redação
(Viviane Rodrigues Reis)
Fotos: Pick-upau/Reprodução
Com informações de Camargo et al.,
2015; Leite, 2011; Lawrence; Britton, 1991.