Pick-upau
passa a ter suporte jurídico na área criminal
Ativistas
da Organização têm sofrido ameaças.
Brasil é o 3º em mortes de ativistas ambientais e
dos direitos humanos
25/03/2021 – Em julho de
2020 a organização Global Witness apresentou o relatório
"Defender o amanhã: A crise climática e as
ameaças contra os defensores do meio ambiente e da terra",
onde revela um recorde no número de ativistas assassinados
no ano de 2019 em todo o mundo. O levantamento da instituição
internacional que é anual revela que mais de dois terços
das vítimas aconteceram na América Latina. O relatório
é publicado desde 2012.
O Brasil com 24 assassinatos aparece
em terceiro lugar em uma lista com 21 países, ficando atrás
apenas da Colômbia, com 64 mortes e Filipinas, com 43 vítimas.
A Global Witness que mantém escritórios em Londres,
Bruxelas e Washington, além de uma rede de apoiadores ao
redor do mundo, destaca apreensão com o Brasil.
“Enquanto essas questões
estão ocorrendo em todo o mundo, em nenhum lugar elas são
mais aparentes do que no Brasil. As políticas agressivas
do presidente Bolsonaro de pressionar para expandir a mineração
e o agronegócio em escala industrial na Amazônia
têm graves consequências para os povos indígenas,
bem como para o clima global. A taxa de desmatamento em territórios
indígenas está subindo acentuadamente - com um aumento
de 74% de 2018 a 2019. Surpreendentemente, o Brasil foi responsável
por um terço da perda de florestas tropicais do mundo em
2019. Conforme Bolsonaro reduz a fiscalização ambiental,
as redes criminosas que estão dirigindo o desmatamento
da Amazônia recebeu efetivamente luz verde”, diz o
documento.
Em entrevista à CNN, a
campaigner da Global Witness, Rachel Cox, diz que o relatório
esclarece ainda o papel urgente que os defensores do meio ambiente
têm em relação aos desafios dos impactos das
mudanças climáticas. “Sob o aumento da repressão
e da vigilância durante o lockdown da pandemia da Covid-19,
a proteção desses ativistas torna-se ainda mais
imprescindível para a reconstrução de um
planeta mais seguro e mais verde. Se queremos realmente fazer
planos para uma recuperação verde centrada na segurança,
na saúde e no bem-estar das pessoas, precisamos abordar
as principais causas dos ataques aos defensores e seguir seu exemplo
na proteção do ambiente e no impedimento do colapso
climático", diz Cox.
Nos últimos meses a Agência
Ambiental Pick-upau tem sofrido agressões como atos de
vandalismo, depredação de patrimônio, sabotagem,
chegando a um incêndio criminoso que causou um dano significativo
em seu centro de pesquisa, além de ameaças de agressão
e até morte. Para os ativistas da Organização,
essas agressões se intensificaram nos últimos anos
e causam instabilidade no trabalho diário que a instituição
exerce em defesa do meio ambiente. “Somos obrigados a alterar
nossa rotina, ampliar as medidas de segurança e ficar o
tempo todo em alerta. Isso torna tudo muito mais estressante”,
afirma uma ativista da Pick-upau. “Estamos em São
Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo e estamos sofrendo
essas agressões, imaginem os ativistas de tantas outras
organizações que estão em regiões
bem mais perigosas para ações de proteção
do meio ambiente”, conclui.
Com objetivo de resguardar os
direitos constitucionais da Organização e de seus
integrantes a Agência Ambiental Pick-upau acaba de firmar
parceria com o escritório de advocacia especialista na
área criminal. O escritório Moreira Advogados passou
a representar a Organização em casos que envolvem
crimes previstos no Código Penal Brasileiro. A parceria
é no formato de pro bono e foi intermediada pelo Instituto
Pro Bono. A Pick-upau já possui assessoria
jurídica em outras áreas como civil e direito ambiental
da Navega
Advogados Associados, que mantém escritórios
no Rio de Janeiro e em Lisboa, Portugal.
Sobre a Moreira Advogados
O escritório Moreira
Advogados atua na advocacia criminal, em todas as
suas especialidades, sejam elas: a advocacia criminal empresarial,
advocacia criminal tradicional, os modernos programas de criminal
compliance, além de atuar nas defesas de profissionais
em processos ético-disciplinares perante os seus órgãos
de classe.
Da Redação com informações
da CNN e G1
Fotos: Reprodução/Maxpixel