Aves
ajudam a controlar caramujos invasores
Carão,
uma ave pernalta, chega aos EUA para se fartar com uma iguaria,
caramujos-maçã
05/04/2021 – Moradores
da Louisiana esperam ansiosos pela chegada dos limpkins,
como são conhecidas as aves gruiformes, aqui no Brasil
identificada como carão. Os três casais recém-chegados
dos pântanos de água doce da Flórida,
agora estão se reproduzindo, na Louisiana, dizem
autoridades da vida selvagem.
O carão (Aramus
guarauna) tem um grande apetite pelo caramujo-maçã,
uma espécie exótica invasora que se proliferou
nos pântanos do sul da Louisiana. Os caramujos se
reproduzem rapidamente, criando uma superpopulação,
superando inclusive, espécies nativas e causando
impacto na vegetação aquática.
“Realmente parece
que os limpkins estão se firmando aqui”, disse
Robert Dobbs, ornitólogo do Departamento de Vida
Selvagem e Pesca da Louisiana. “Aparentemente, assim
que eles apareceram, eles começaram a procriar. Estamos
falando apenas de três ou quatro pares que conhecemos
neste momento, mas isso é notável para uma
ave que foi descoberta pela primeira vez no estado há
apenas quatro anos.''
Os especialistas acreditam
que o carão chegou a Louisiana, por causa dessa indesejada
abundância de caramujos-maçã, seu alimento
favorito. Limpkins já foram considerados à
beira da extinção no início do século
20. Hoje eles são encontrados nos trópicos
americanos e na Flórida.
“Provavelmente, você
pode confundi-los com um íbis branco imaturo ou um
íbis brilhante ou branco”, disse Dobbs. “Íbis
brancos imaturos têm muito escuro neles e íbis
brilhantes e de cara branca são aves escuras, de
pernas longas com bico decurvo. Limpkins tem mais manchas
brancas em sua plumagem escura, e seus bicos não
são tão curvos quanto íbis, mas são
superficialmente semelhantes aos íbis em geral'',
explica o ornitólogo.
Reprodução/Louisiana
Department of Wildlife and Fisheries
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Conhecidos por sua vocalização
alta, que pode ser ouvida à noite e no amanhecer.
Possui bico longo e ligeiramente curvo, super adequado para
extrair caracóis-maçã de suas conchas.
Segundo Dobbs, o carão não representa nenhuma
desvantagem para outras aves pernaltas da Louisiana.
“Eles vagaram pela
costa leste no passado e ao redor do sudeste. Normalmente,
quando aparecem fora do alcance, comem amêijoas e
outros moluscos por um tempo e depois vão embora.
Eles geralmente não persistem nesses lugares estranhos,
bem fora de sua faixa central. É possível
que tivéssemos algumas aves perambulando por aí
e eles se depararam com a área de Terrebonne-Lafourche,
que está cheia de caramujos-maçã. Então,
por que ir embora? Há uma tonelada de comida. O habitat
é bom. Presumivelmente, o clima está bom.
Eles persistiram até agora e estão fazendo
ninhos há três anos”, disse Dobbs.
O primeiro avistamento de
limpkins na Louisiana foi em 2017, em Lafourche. Já
na primavera de 2018, um casal foi avistado próximo
a Houma. Em 2019, outros pares foram avistados em Bayou
Black. Já em 2020, foram registrados perto do Refúgio
Nacional da Vida Selvagem de Mandalay, próximo a
Terrebonne.
Reprodução/Louisiana
Department of Wildlife and Fisheries
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Dobbs afirma o carão
não será uma solução para o
problema do caramaujo-maçã, mas a crescente
de casais dessas aves na região pode indicar uma
mudança no cenário no futuro. “Neste
ponto, não há limpkins suficientes para causar
muito impacto na população de caramujos-maçã.
Mas se essa tendência continuar e os limpkins realmente
se estabelecerem, é possível que eles possam
fornecer algum nível de controle biológico',
conclui.
Segundo o funcionário
do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, esse
padrão já foi registrado em outros locais,
onde os caramujos-maçã se estabeleceram e
chegaram os carões, cerca de 10 depois.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fonte: Louisiana Department of Wildlife and Fisheries
Fotos: Reprodução/GoodFreePhoto/Louisiana
Department of Wildlife and Fisheries