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Aves desenvolvem cérebros complexos, revelam estudos
Desenvolvimento ocorre independentemente dos mamíferos

02/07/2025 – Dois estudos publicados na Science revelaram que aves, répteis e mamíferos desenvolveram circuitos cerebrais complexos de forma independente, apesar de compartilharem um ancestral comum. Essas descobertas desafiam a visão tradicional da evolução cerebral, mostrando que, embora existam funções cerebrais semelhantes entre esses grupos, os mecanismos de formação embrionária e os tipos de células seguiram trajetórias evolutivas divergentes.

O pálio é a região do cérebro responsável pela formação do neocórtex nos mamíferos, associado às funções cognitivas complexas. Tradicionalmente, acreditava-se que o pálio fosse uma estrutura comparável entre mamíferos, aves e répteis, variando apenas em complexidade. Estudos anteriores sugeriam que essa região compartilhava tipos neuronais semelhantes e circuitos equivalentes para o processamento sensorial e cognitivo, com neurônios excitatórios e inibitórios comuns e padrões gerais de conectividade.

Os novos estudos revelaram que, embora as funções gerais do pálio sejam equivalentes entre mamíferos, aves e répteis, seus mecanismos de desenvolvimento e a identidade molecular dos neurônios divergiram substancialmente ao longo da evolução. O primeiro estudo, conduzido por Eneritz Rueda-Alaña e Fernando García-Moreno com uma equipe internacional, mostrou que, embora aves e mamíferos tenham circuitos cerebrais com funções semelhantes, a formação desses circuitos durante o desenvolvimento embrionário é radicalmente diferente entre os dois grupos.

O Dr. García-Moreno explicou que os neurônios de aves e mamíferos nascem em locais e momentos diferentes durante o desenvolvimento, indicando que não são derivados de um ancestral comum. Usando transcriptômica espacial e modelagem matemática, os pesquisadores descobriram que os neurônios responsáveis pelo processamento sensorial em ambas as espécies se formam a partir de diferentes conjuntos de genes.

Os pesquisadores descobriram que as ferramentas genéticas usadas para estabelecer a identidade celular dos neurônios variam de espécie para espécie, resultando em tipos celulares únicos. Isso indica que os circuitos neurais não são homólogos, mas resultado de evolução convergente, com cada grupo desenvolvendo esses circuitos de maneira independente. O segundo estudo, conduzido na Universidade de Heidelberg e codirigido por Bastienne Zaremba, Henrik Kaessmann e Fernando García-Moreno, fornece um atlas detalhado das células cerebrais das aves, comparando-as com as de mamíferos e répteis, aprofundando essas diferenças.

Reprodução/Pixabay

 



Os pesquisadores conseguiram descrever os centenas de genes usados por cada tipo de neurônio nos cérebros de aves, comparando-os com ferramentas de bioinformática. Os resultados mostram que as aves mantiveram a maioria dos neurônios inibitórios presentes em outros vertebrados há centenas de milhões de anos. No entanto, seus neurônios excitatórios, responsáveis por transmitir informações no pálio, evoluíram de maneira única. Alguns neurônios no cérebro das aves apresentaram perfis genéticos semelhantes aos de mamíferos, como no claustro e no hipocampo, indicando que certos neurônios são antigos e compartilhados entre espécies.

O Dr. García-Moreno explica que a maioria dos neurônios excitatórios evoluiu de maneiras novas e distintas em cada espécie. Os estudos utilizaram técnicas avançadas, como transcriptômica espacial, neurobiologia do desenvolvimento, análise de células individuais e modelagem matemática, para rastrear a evolução dos circuitos cerebrais em aves, mamíferos e répteis.

Os estudos mostram que a evolução encontrou várias soluções para construir cérebros complexos, com as aves desenvolvendo circuitos neurais sofisticados de maneira independente dos mamíferos. Essas descobertas alteram a compreensão sobre a evolução do cérebro, destacando a flexibilidade evolutiva do desenvolvimento cerebral e mostrando que funções cognitivas avançadas podem surgir por meio de diferentes vias genéticas e celulares.

O pesquisador explica que embora o cérebro nos torne humanos, ele também nos conecta a outras espécies por meio de uma história evolutiva compartilhada. A descoberta de que aves e mamíferos desenvolveram circuitos neurais independentemente tem implicações importantes para a neurociência comparativa. Compreender os programas genéticos que originam tipos neuronais específicos pode abrir novas possibilidades para a pesquisa em neurodesenvolvimento.

Saiba mais: Eneritz Rueda-Alaña et al, Convergência evolutiva de circuitos sensoriais no pálio de amniotas, Science (2025). DOI: 10.1126/science.adp3411 . www.science.org/doi/10.1126/science.adp3411

Zaremba B et al. Origens do desenvolvimento e evolução dos tipos e estruturas de células paliais em pássaros. Science (2025). DOI: 10.1126/science.adp5182 . www.science.org/doi/10.1126/science.adp5182

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Da Redação, com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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