Aves
que percorrem distâncias maiores nas Américas
têm mais riscos
Pesquisa
pode ajudar nos esforços para proteger espécies
migratórias
04/07/2025 – Cientistas
da National Audubon Society publicaram um estudo na Nature
Ecology & Evolution sobre a proteção das
aves migratórias. No estudo, os pesquisadores propõem
uma nova forma de medir os riscos e identificar as áreas
de maior necessidade de conservação para espécies
que migram entre regiões de reprodução
e não-reprodução nas Américas.
A Dra. Sarah Saunders, principal autora, destacou que ainda
há muito a entender sobre como as aves migratórias
enfrentarão as mudanças globais, e a pesquisa
revela onde os esforços de conservação
são mais urgentes para garantir sua sobrevivência.
O estudo analisou dados
de movimento de mais de 329.000 aves de 112 espécies
para identificar áreas de maior risco para aves migratórias
devido às mudanças climáticas e perda
de habitat. Os pesquisadores introduziram uma nova métrica,
a conectividade migratória multiespécies,
para medir a exposição dessas aves às
mudanças globais. Combinando essa métrica
com dados sobre mudanças climáticas, cobertura
do solo e status de conservação, o estudo
identificou as regiões mais vulneráveis em
todo o Hemisfério Ocidental, destacando as conexões
geográficas de maior risco.
As descobertas indicam que
as conexões entre algumas regiões de reprodução
no Canadá e áreas não reprodutoras
na América do Sul são especialmente vulneráveis,
destacando os riscos para migrantes de longa distância,
como andorinhas-do-mar-comuns e toutinegras-de-bico-preto.
Mais da metade das conexões geográficas de
risco muito alto envolvem regiões reprodutoras no
leste dos Estados Unidos. O estudo também revelou
que a conectividade migratória multiespécies
é o maior preditor de risco de declínio populacional
das aves, ressaltando a necessidade de colaboração
internacional para proteger as aves durante todo o seu ciclo
anual.
A Dra. Jill Deppe, da Audubon,
destacou a migração de aves como um dos fenômenos
mais impressionantes da natureza e enfatizou a necessidade
de ajuda para as aves migratórias. O estudo mostra
a importância de esforços contínuos
e colaboração internacional para reduzir os
perigos enfrentados pelas aves. Além disso, um estudo
de 2019 revelou que a América do Norte perdeu quase
três bilhões de aves desde 1970, sendo dois
bilhões e meio dessas migratórias. Mais informações
sobre as jornadas migratórias podem ser acessadas
com a ferramenta Bird Migration Explorer.
A sobrevivência de
muitas espécies migratórias depende de medidas
para reduzir a poluição climática e
os impactos das atividades humanas que ameaçam as
aves e seus habitats. Ao entender melhor as ameaças
enfrentadas durante seu ciclo anual, os pesquisadores podem
focar nas áreas e ações mais eficazes
para garantir o futuro dessas aves.
Saiba mais: Sarah P. Saunders
et al, Conectividade migratória multiespécies
indica risco em escala hemisférica para populações
de pássaros devido às mudanças globais,
Nature Ecology & Evolution (2025). DOI: 10.1038/s41559-024-02575-6
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay