Cerca
de 14 mil toneladas de protetores solares chegam aos recifes
de corais
Pesquisa
alerta para os impactos sobre os ecossistemas marinhos
30/07/2025 – Um estudo
recente alerta que até 14.000 toneladas de filtros
UV, compostos presentes em protetores solares, são
despejadas anualmente nos recifes de corais, prejudicando
os ecossistemas marinhos. Esses filtros, considerados poluentes,
podem causar o branqueamento dos corais e afetar a fertilidade
de peixes. O mercado global de protetores solares está
crescendo, com vendas projetadas para alcançar US$
13,6 bilhões até 2028. Estima-se que uma praia
com mil visitantes possa levar até 35 kg de protetor
solar ao oceano, caso metade do produto aplicado seja removido.
Os compostos presentes nos
protetores solares podem chegar ao mar tanto diretamente,
através de atividades como mergulho e natação,
quanto indiretamente, por meio de chuveiros de praia e toalhas
usadas para secar a pele, que liberam os químicos
ao serem lavadas. Uma pesquisa publicada na Marine Pollution
Bulletin, que analisou mais de 110 estudos sobre os impactos
ambientais dos protetores solares, estima que entre 6.000
e 14.000 toneladas de filtros UV sejam despejadas anualmente
em áreas de recifes de corais. Cientistas alertam
para a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos dessa
poluição na vida marinha.
Anneliese Hodge, autora
principal de um estudo da Universidade de Plymouth, afirma
que as pesquisas sobre os efeitos dos compostos dos protetores
solares nos ecossistemas marinhos ainda são iniciais.
Ela alerta que esses compostos são "poluentes
pseudo persistentes", pois são constantemente
introduzidos no ambiente marinho. A pesquisa mostrou que
filtros UV, especialmente a benzofenona, foram encontrados
em ambientes marinhos globalmente, desde locais turísticos
até regiões remotas, como a Antártica.
A benzofenona-3, um dos principais compostos nos protetores
solares, está sendo investigada como possível
disruptora hormonal pela Agência Europeia de Produtos
Químicos.
A poluição
por filtros UV também foi detectada em ambientes
agrícolas, quando águas recicladas de estações
de tratamento de esgoto são usadas como fertilizantes,
afetando tanto as colheitas quanto os ambientes aquáticos
através do escoamento agrícola. O professor
Awadhesh Jha, coautor do estudo, alerta que o aumento no
uso de protetores solares está gerando uma variedade
de contaminantes no ambiente marinho, com esses compostos
presentes em diferentes combinações, o que
agrava o problema.
O estudo aponta que tecnologias
tradicionais de tratamento de água, como a ozonização,
são ineficazes na redução da toxicidade
dos filtros UV. A pesquisa recomenda mais estudos em diferentes
regiões e testes em diversas fases da vida marinha
para entender melhor o impacto da poluição
por protetores solares. Em resposta aos efeitos nocivos,
algumas marcas já desenvolvem protetores solares
com menor impacto ambiental, e países como Havaí,
Tailândia e Aruba restringiram o uso desses produtos
em praias e parques nacionais.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
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