Poluição
plástica pode causar dados cerebrais em filhotes
de aves
Estudo
verificou danos parecidos com Alzheimer e Parkinson
31/07/2025 – Um estudo
recente revelou que a ingestão de plásticos
por aves marinhas, como os filhotes da espécie cagarra-do-sable,
está provocando danos cerebrais semelhantes aos da
doença de Alzheimer e Parkinson. Além disso,
o lixo plástico está causando outros danos,
como a ruptura celular e o apodrecimento do revestimento
do estômago, evidenciando os impactos devastadores
da poluição plástica na vida selvagem
marinha.
Em testes sanguíneos
realizados em filhotes de aves alimentados com plástico
pelos pais, cientistas identificaram padrões de proteínas
semelhantes aos encontrados em pessoas com doenças
neurodegenerativas. Alix de Jersey, da Universidade da Tasmânia,
afirmou que é como se uma criança pequena
desenvolvesse Alzheimer, destacando os impactos devastadores
do plástico na saúde neuronal das aves. As
aves frequentemente estão tão saturadas de
plástico que é possível sentir o estalo
ao tocá-las.
O
estudo publicado na revista “Science Advances”
investigou aves da espécie “Puffinus griseus”,
que migram entre a Ilha Lord Howe, na Austrália,
e o Japão. Analisando filhotes que ingeriram grandes
quantidades de plástico, os pesquisadores observaram
danos graves a órgãos vitais como estômago,
fígado, rins e cérebro. Embora a ingestão
de plásticos em aves marinhas seja conhecida desde
os anos 1960, o foco da pesquisa foi entender o impacto
do plástico em aves que, apesar de ingerirem plástico,
ainda pareciam saudáveis, em contraste com estudos
anteriores que analisavam aves debilitadas.
A cagarra-do-sable é
uma das espécies mais afetadas pela poluição
plástica, com estudos mostrando que um único
filhote pode ter mais de 400 peças de plástico
no estômago, o que pode representar até 10%
de seu peso corporal. Embora alguns filhotes consigam vomitar
parte do plástico antes da migração,
a quantidade ingerida é tão grande que muitos
não conseguem eliminar todo o material. No estudo,
as aves foram submetidas a lavagem gástrica, permitindo
que começassem a migração para o Mar
do Japão sem resíduos plásticos no
corpo.
Alix de Jersey lamentou
que, embora fisicamente os filhotes de aves pareçam
bem, a ingestão de plástico é praticamente
uma sentença de morte para eles, pois suas condições
de saúde antes da migração tornam difícil
acreditar que conseguirão completar o percurso. A
pesquisa destaca a urgência de ações
globais para reduzir o uso de plásticos e proteger
a fauna marinha, alertando para os danos irreversíveis
causados pela poluição. Um estudo anterior
também apontou que menos de 60 empresas multinacionais
são responsáveis por mais da metade da poluição
plástica mundial, com apenas seis delas sendo responsáveis
por um quarto desse total.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de Agências Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay