Beija-flor
usa camuflagem de lagarta para afastar predadores
Pesquisadores
descobriram que filhotes apresentavam característica
de lagartas da região
26/08/2025 – A camuflagem
é um dos recursos mais fascinantes da natureza, com
animais usando estratégias para se esconder de predadores.
Agora uma nova descoberta sobre camuflagem foi feita por
um pesquisador americano que observou um ninho de jacobina-de-pescoço-branco,
uma espécie de beija-flor. Ele notou que o filhote
recém-nascido possuía penas longas e felpudas,
que se assemelham aos pelos de lagartas, uma adaptação
surpreendente para proteção.
O jacobina-de-pescoço-branco
é uma espécie de beija-flor encontrada desde
a América do Sul até a América Central,
no Panamá, onde o pesquisador Jay Falk, do Smithsonian
Tropical Research Institute, estuda essas aves há
mais de 10 anos. Apesar de sua vasta experiência,
ele nunca havia observado o movimento de um ninho. Beija-flores
têm baixas taxas de sucesso reprodutivo devido ao
seu tamanho pequeno e aos ninhos vulneráveis a predadores,
como insetos, aves e cobras. Falk ressaltou que os filhotes
são extremamente indefesos e podem ser facilmente
atacados por diversas ameaças.
Em fevereiro de 2024, o
pesquisador conseguiu localizar um ninho bem-sucedido de
jacobina-de-pescoço-branco, após 20 dias de
monitoramento. A fêmea estava cuidando de um único
ovo, que eventualmente eclodiu. Os pesquisadores notaram
que o filhote possuía longas penas brancas, semelhantes
às de uma lagarta comum da região. Essas lagartas,
das famílias Megalopygidae e Saturniidae, possuem
pelos longos e urticantes, que causam irritação
e podem ser fatais em alguns casos, servindo como um mecanismo
de defesa contra predadores.
Os filhotes de jacobina-de-pescoço-branco
utilizam o mimetismo batesiano como estratégia de
defesa, imitando lagartas perigosas com seus pelos longos
e brancos para se proteger de predadores. Durante a observação
de um filhote, os pesquisadores testemunharam uma vespa
se aproximando dele. O filhote, imitando o comportamento
das lagartas, levantou e sacudiu a cabeça, o que
fez a vespa hesitar e, eventualmente, se afastar, evitando
o perigo.
A equipe, interessada pela
descoberta, observou outros filhotes de jacobina-de-pescoço-branco,
mas não encontrou o mimetismo em nenhum outro caso,
sugerindo que esse comportamento seja específico
daquela espécie. Além disso, o ninho do filhote
estava coberto por sementes de uma árvore balsa,
cujas texturas peludas também ajudavam na camuflagem
do animal, tornando-o ainda mais difícil de ser detectado
por predadores.
O objetivo agora é
investigar se a estratégia de imitação
ou camuflagem do jacobina-de-pescoço-branco evoluiu
devido às diferentes formas de construção
de seus ninhos. O pesquisador Falk sugere que outras espécies
podem ter adotado a mesma estratégia de aumentar
a densidade de penas felpudas para camuflagem. Falk também
mencionou em um estudo anterior que 20% das fêmeas
dessa espécie imitam os machos, adotando um comportamento
agressivo para garantir acesso a fontes de alimento, já
que os machos evitam ser intimidados por outros beija-flores.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de Agências Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay