Pesquisa
mostra que flamingos são ótimos predadores
Espécie
utiliza de forma engenhosa pés, cabeça e bico
para conseguir alimento
02/10/2025 – Flamingos
desenvolveram uma técnica única para se alimentar:
eles criam vórtices na água com os pés
e a cabeça, concentrando presas como pequenos crustáceos.
Um estudo feito nos EUA, com flamingos chilenos no Zoológico
de Nashville e modelos 3D de seus pés e bicos, mostrou
como esse método os ajuda a capturar eficientemente
seus alimentos. Segundo o biólogo Victor Ortega Jiménez,
os flamingos são predadores que, como aranhas com
suas teias, usam esses redemoinhos para juntar e consumir
suas presas. O estudo foi publicado na revista Proceedings
of the National Academy of Sciences.
Jiménez e sua equipe
descobriram que os flamingos usam seus pés palmados
para agitar o sedimento no fundo da água, criando
espirais que empurram o material para frente. Em seguida,
movimentam a cabeça para cima como êmbolos,
formando "minitornados" que trazem o sedimento
à superfície. Com os bicos angulados, eles
geram vórtices menores que direcionam o alimento
misturado ao sedimento para a boca, onde é filtrado.
Além de criar vórtices
com os pés e a cabeça, os flamingos usam uma
técnica chamada skimming para capturar presas ativamente.
De cabeça para baixo na água, eles mantêm
a parte plana da cabeça paralela ao fundo e empurram-na
para frente com o pescoço em forma de "S",
enquanto batem rapidamente o bico. Isso gera vórtices
em forma de lâmina que capturam presas em movimento,
contrariando a ideia de que filtram apenas partículas
passivas.
O interesse de Jiménez
pelos flamingos surgiu após uma visita ao Zoológico
de Atlanta, onde, ao filmar o comportamento alimentar das
aves, notou apenas ondulações na água.
Intrigado, decidiu investigar mais a fundo. Com acesso a
flamingos chilenos no Zoológico de Nashville, ele
e sua equipe filmaram as aves se alimentando em uma bandeja
e usaram laser para iluminar bolhas de gás na água,
permitindo visualizar os vórtices gerados pelas cabeças
e bicos durante a alimentação.
Jiménez aprimorou
modelos em 3D de um bico e de um pé de flamingo para
estudar com mais precisão os movimentos da água
e das partículas durante a alimentação.
Em 2024, realizou experimentos para testar a eficácia
desses movimentos na captura de artêmias vivas. Em
um dos testes, usou um bico real acoplado a um atuador e
uma bomba para simular a sucção feita pela
língua. Ele mediu a velocidade da cabeça dos
flamingos em cerca de 40 cm por segundo e confirmou que
os vórtices gerados são fortes o suficiente
para capturar até invertebrados rápidos. Também
observou que o bico superior permanece fixo enquanto o inferior
se move cerca de 12 vezes por segundo.
A próxima fase da
pesquisa de Jiménez é entender o papel da
língua dos flamingos, que funciona como um pistão,
e como as bordas do bico, parecidas com pentes, filtram
presas em ambientes com água salgada ou tóxica.
O professor destacou que os princípios descobertos
podem inspirar novas tecnologias, como sistemas mais eficientes
para coletar microplásticos, filtros autolimpantes
baseados em vibração e robôs capazes
de se mover em terrenos lamacentos, imitando os flamingos
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay